A Venezuela está se preparando para as próximas eleições presidenciais no dia 12 de julho. Em meio a esse cenário, o governo de Nicolás Maduro, que chefia o Estado venezuelano desde a morte de Hugo Chávez, em 2013, corre sérios riscos de não conseguir seu terceiro mandato.
Segundo pesquisas conduzidas pela agência de consultoria ORC Consultores, as intenções de voto para Nicolás Maduro estão na casa dos 13%.
O principal nome da oposição, Edmundo González, lidera a disputa com aproximadamente 50% das intenções, uma ampla vantagem de 37 pontos percentuais.
González é um diplomata de carreira dentro do Ministério das Relações Exteriores venezuelano. Ele é o candidato que atualmente lidera as pesquisas para intenção de voto no país, e já serviu em diversos postos diplomáticos ao longo de sua carreira.
Um dos principais foi diretor de política internacional do Ministério e embaixador do país na Argentina.
O político e diplomata recebeu a responsabilidade de liderar a campanha contra Maduro, após as candidatas à presidência pela Plataforma Unitária Democrática (PUD) terem suas candidaturas impugnadas por supostas irregularidades.
González é um integrante de longa data dos movimentos de oposição. Ainda em seus tempos de servidor público, ele ajudou na articulação internacional do Movimento de Unidade Democrática (MUD).
O atual líder nas pesquisas serviu como presidente da PUD, após o fim da coalizão de partidos de oposição MUD.
O cenário esperançoso para os opositores e preocupante para os chavistas retratado pelas pesquisas, vem acompanhado de um fenômeno político curioso, a perda de apoio do governo nas camadas mais alinhadas ao governo.
As regiões tradicionalmente mais à esquerda do país estão começando a apresentar uma menor hostilidade, e até simpatia, pelos representantes e ideias da oposição.
Para estudiosos como Margarita López Maya, historiadora estudiosa da esquerda no país que falou ao Estadão, as camadas populares que apoiam o chavismo não estão ideologicamente alinhadas, mas buscam apenas manter benefícios sociais.
A grande maioria das pessoas no campo e nas periferias dependem do governo para poder se sustentar, o que garante seus votos no candidato chavista.
O cenário devastador em que a economia venezuelana se encontra, no entanto, diminui os impactos desses benefícios e torna a vida das camadas mais pobres muito difícil, o que favorece candidatos de oposição.
O candidato da PUD afirmou, em entrevista à BBC Mundo, que esse apoio de setores mais próximos ao chavismo é fortalecido por conta de sua visão pacificadora:
“O discurso que mantivemos ao longo destes dias de campanha foi o de um chamado ao reencontro dos venezuelanos, um chamado à unidade nacional, um chamado no qual o adversário é um adversário político e não um inimigo. Desejamos que os setores que apoiam o governo, que são cada vez menores, atendam ao nosso chamado ao reencontro dos venezuelanos.”
Cidades tradicionalmente alinhadas com os ideais do bolivarianismo chavista, como Trujillo e Valera, fizeram boas recepções às lideranças contrárias ao governo de Maduro.
A líder oposicionista a Maduro, María Corina Machado, foi aplaudida até mesmo por manifestantes pró-governo quando esteve fazendo campanha na cidade de Trujillo. Na ocasião, a política estava participando de atos da campanha de González.
Nas eleições primárias da oposição venezuelana em 2023, foi registrada um grande participação em áreas tradicionalmente chavistas. Na ocasião, Machado havia ganhado a votação
O resultado foi anulado pelo Tribunal Eleitoral venezuelano, a pedido de Maduro, que alegou irregularidades no processo.
A oposição venezuelana está ganhando força e conquistando apoio em regiões tradicionalmente alinhadas ao chavismo. O reflexo disso nas urnas pode marcar uma mudança significativa no cenário político da Venezuela.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP