Em meio às tensões no Oriente Médio, o governo brasileiro manifestou profunda preocupação em relação a uma possível escalada da guerra. O discurso esteve relacionado, sobretudo, às operações terrestres que Israel iniciou no sul do Líbano na última terça-feira.
A escalada militar envolveu incursões do exército israelense em território libanês, o que motivou uma resposta diplomática firme do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
O Itamaraty emitiu um comunicado que condena as ações de Israel, enfatizando a violação do Direito Internacional e de resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
As tensões entre Israel e o Hezbollah têm crescido nas últimas semanas, com ataques aéreos e confrontos na região de fronteira.
O governo brasileiro, atento à situação, reiterou a necessidade urgente de um cessar-fogo permanente e apelou à comunidade internacional para utilizar todos os mecanismos diplomáticos possíveis para evitar o agravamento do conflito. A nota do Itamaraty ainda reforçou a posição do Brasil em defesa da soberania e da integridade territorial do Líbano.
O cenário atual reflete um complexo tabuleiro geopolítico no Oriente Médio, no qual o envolvimento de diferentes atores regionais, como o Irã, agrava a situação.
Nas últimas 48 horas, houve um ataque massivo de mísseis balísticos iranianos contra Israel, o que intensificou a resposta militar de Israel, especialmente nas áreas controladas pelo Hezbollah.
Apesar do ataque, Israel conseguiu interceptar a maioria dos projéteis, evitando maiores danos em seu território.
Enquanto o conflito escalava, o Brasil tomou medidas para garantir a segurança de seus cidadãos no Líbano. O Ministério das Relações Exteriores, em conjunto com o Ministério da Defesa, anunciou uma operação de repatriação para retirar brasileiros da área de conflito. Nesta quarta-feira, 2 de outubro, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Beirute. Aproximadamente 220 brasileiros devem ser repatriados nesse primeiro voo, com a expectativa de novos voos caso a situação no país continue a se deteriorar.
Além disso, o governo brasileiro reforçou o alerta para que todos os cidadãos deixem as áreas de risco o mais rápido possível, seguindo as orientações de segurança das autoridades locais e, se possível, saindo por meios próprios. A embaixada brasileira em Beirute segue monitorando a situação de perto e oferecendo assistência consular emergencial aos brasileiros que permanecem na região.
Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar Israel e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu durante seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas. Lula destacou a necessidade de pôr fim ao que chamou de "genocídio na Faixa de Gaza", ressaltando que o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução de cessar-fogo para a guerra na região, mas Netanyahu não cumpriu a determinação.
“Acho que os países que dão sustentação ao discurso do primeiro-ministro Netanyahu precisam começar a fazer um esforço maior para que esse genocídio pare”, afirmou Lula, acrescentando que condena de forma veemente o comportamento do governo de Israel. Ele expressou ainda sua convicção de que "a maioria do povo de Israel não concorda com esse genocídio".
O presidente brasileiro também declarou que, embora condene as ações do governo israelense, é necessário que o Hamas "contribua para que haja mais eloquência e exigência sobre o governo de Israel e liberar os reféns".
Lula ainda fez uma afirmou que Netanyahu estaria sendo "condenado da mesma forma" que o presidente russo, Vladimir Putin. Referiu-se aos mandados de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI). No entanto, enquanto Putin tem um mandado de prisão expedido, Netanyahu ainda não foi formalmente julgado ou condenado pela corte internacional.
Além de Lula, outras autoridades brasileiras também se manifestaram sobre a situação no Oriente Médio. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) apoiou as críticas do presidente e declarou que “o governo do israelense Benjamin Netanyahu é genocida”.
“O presidente Lula afirmou nos EUA que os líderes dos chamados 'países desenvolvidos' não têm coragem de dizer: o governo do israelense Benjamin Netanyahu é genocida. E cobrou um esforço maior destes líderes para dar fim ao sofrimento e ao massacre do povo palestino. Até quando o mundo vai permitir a escalada de violência de Israel, que agora ameaça também a paz no Líbano? Chega de guerra, de impunidade, de apartheid e xenofobia”, disse a parlamentar.
Já o deputado federal Reimont (PT-RJ) criticou o que ele chamou de “crescentes e deploráveis ataques à população civil” e pediu “cessar fogo”.
“O presidente Lula determinou a repatriação de brasileiros que estão no Líbano, onde a situação é de calamidade, com os crescentes e deploráveis ataques à população civil. O primeiro voo deve acontecer ao longo dessa semana e trazer de volta cerca de 230 brasileiros. Desejamos a nossos irmãos que retornem com segurança e que esse massacre promovido por Israel acabe o quanto antes. Cessar fogo já”, declarou o petista.
Por outro lado, parlamentares da oposição criticaram a postura de Lula. O deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN), membro do Grupo Parlamentar Brasil-Israel defendeu que a nação comandada por Netanyahu “está agindo para se proteger de ataques terroristas”.
“Classificar a defesa de Israel como genocídio é uma completa inversão da realidade. Israel está agindo para se proteger de ataques terroristas, e o presidente deveria estar apoiando o direito legítimo de autodefesa, não atacando quem luta contra o terrorismo”, pontuou Gonçalves.
O deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE), membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, seguiu na mesma linha do potiguar, defendendo Israel e criticando Lula.
“Enquanto ele acusa Israel de genocídio, ignora as ações brutais do Hamas e de outros grupos que atacam civis indiscriminadamente. Lula está do lado errado da história, e suas palavras não representam o povo brasileiro", afirmou Valadares
Essas manifestações evidenciam a divisão no debate brasileiro sobre o conflito no Oriente Médio, com diferentes posicionamentos sobre as ações de Israel e as críticas de Lula no cenário internacional. À medida que o conflito se intensifica, a comunidade internacional enfrenta crescente pressão para intervir e buscar soluções diplomáticas, enquanto o Brasil tenta assumir um papel de mediador, ao mesmo tempo em que lida com os desafios humanitários e diplomáticos decorrentes da crise.
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