Glória Maria é lembrada como uma das maiores celebridades brasileiras

Glória Maria, jornalista e apresentadora icônica da televisão brasileira, faleceu hoje aos 73 anos. Desde 2019, já vinha lutando contra o câncer. Considerada um ícone da TV brasileira, sua trajetória é repleta de momentos marcantes.

Em 2019 foi diagnosticada com câncer no pulmão e no cérebro, conseguindo tratar com sucesso através de imunoterapia. 

Anos depois, o tratamento perdeu sua eficácia, tornando o câncer fatal.

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Rede Globo, empresa na qual Glória Maria trabalhava desde os anos 70.

“Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente – inicialmente também com êxito. 

Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias”, disse a nota da emissora.

Glória deixou familiares, amigos e duas filhas, Laura, de 14 anos, e Maria, de 15 anos; as duas foram adotadas em 2009.

Ícone da televisão brasileira - relembre alguns feitos históricos

Glória Maria marcou diversas gerações de brasileiros. Ela entrevistou líderes mundiais, ícones da cultura pop e realizou reportagens em lugares nunca antes televisionados para o Brasil, encantando milhões de brasileiros que assistiam o Jornal Nacional, Fantástico e Globo Repórter.

Suas reportagens para o Globo Repórter trouxeram aventura, ciência e cultura para as casas dos brasileiros, recebendo diversos prêmios pelo trabalho que desempenhou até seu falecimento.

Glória foi a primeira mulher negra a apresentar programas em rede nacional. A jornalista também foi a primeira repórter a participar de uma transmissão ao vivo na televisão brasileira: em 1977 ela falou sobre a situação do trânsito no Rio de Janeiro em tempo real para o Jornal Nacional.

“Eu estava dura, rígida, porque não podia errar. Era a primeira entrada ao vivo. Faltavam cinco, dez minutos, era o técnico que ficava com o fone para me dar o ‘vai’. Quando a lâmpada queimou, faltava um minuto para a entrada ao vivo. O jeito foi acender a luz da Veraneio [carro usado pela emissora nas reportagens].”

A partir de 1986, Glória ingressou no programa Fantástico. Foi nesse período que ela entrevistou e produziu reportagens com ícones da cultura pop mundial. Ela já esteve com:

• Elton John;
• Madonna;
• Michael Jackson;
• Harrison Ford;
• Leonardo Dicaprio e muitos outros artistas renomados.

Glória conta que o encontro com Madonna foi um dos mais marcantes:

“Eu saí daqui, e diziam que a Madonna era difícil. Foi antipaticíssima com a Marília Gabriela e debochou do seu inglês”. 

Ao chegar, Glória Maria foi informada de que tinha quatro minutos para entrevistar Madonna.

A repórter contou ao G1 que entrou em pânico. Antes de começar a entrevista ela disse: 

“Olha, Madonna, eu tenho quatro minutos, vou errar no inglês, estou assustada, acho que já perdi os quatro minutos.” 

Para sua surpresa, a cantora virou-se para a sua equipe e disse: 

“Dê a ela o tempo que ela precisar.”

Glória ingressou no Globo Repórter em 2010, tendo viajado por mais de 100 países para apresentar diversas curiosidades e belezas do mundo para os telespectadores brasileiros.

A jornalista chegou a tirar dois anos de férias para poder fazer trabalhos filantrópicos na África.

Origens

Antes de ser uma das mais famosas apresentadoras do Brasil, Glória estudava jornalismo na PUC-Rio e trabalhava como telefonista na Embratel. Ela conta que veio de uma família pobre, tendo que trabalhar desde cedo para ajudar seus entes queridos.

Em 1970 ela começaria a trabalhar com jornalismo: uma amiga a chamou para ser radioescuta da Globo da cidade do Rio de Janeiro.

Nos tempos pré-internet, era necessário que uma pessoa trabalhasse colhendo as principais notícias da cidade. Glória tinha até mesmo que escutar a rádio da polícia para ficar a par dos principais acontecimentos do momento.

Rapidamente ela ascendeu na emissora, tornando-se repórter em 1971. Em pouco tempo  já estava entrevistando chefes de Estado, como Jimmy Carter, presidente dos EUA; e João Figueiredo, presidente do Brasil.

Sua morte repercutiu pelas redes sociais e por diversos meios de comunicação brasileiros. Sua vida impactou milhões de brasileiros, que agora prestam homenagens a jornalista após todo o seu empenho profissional e humano.