Lucas Camacho, de 16 anos, filho de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, filho de Marcinho VP, estão em conversas para uma parceria musical.
Oruam postou uma foto com Lucas no Instagram, com a legenda “RJ SP”, indicando suas origens. Pouco tempo depois Oruam teve sua conta desativada.
A colaboração, ainda em negociação, marcaria um encontro entre herdeiros de trajetórias distintas nesse universo.
Camacho falou sobre a influência de seu pai em entrevista.
“Ao longo da minha vida, aprendi valiosas lições com as experiências que vivi e, especialmente, com os conselhos sábios de meu pai”.
Ele mencionou que esses ensinamentos influenciam seu crescimento e seus estudos, com o objetivo de se formar em economia para explorar perspectivas pouco conhecidas da realidade.
Recentemente, Oruam concedeu uma entrevista ao repórter Roberto Cabrini e, ao ser questionado se recebia financiamento de seu pai, negou, afirmando que tudo que conquistou veio de sua música.
Em uma entrevista exclusiva à Brasil Paralelo, o Capitão Alexandre Antunes, do Batalhão de Ações Especiais da Polícia, de Campinas, ressaltou que o crime organizado atua também na frente cultural. Essa estratégia já havia sido utilizada por grupos como hezbollah:
De acordo com o capitão, o avanço cultural é um ponto estratégico para a expansão das facções. Com o controle da cultura, elas podem influenciar a percepção da realidade.
“Além disso, o Marcinho VP criou a Academia Brasileira de Letras do Cárcere, para difundir livros que atendessem aos interesses da facção.”
Segundo o capitão, o crime avança também na cultura:
“O Hezbollah no sul do Líbano domina a mídia, controlando canais de televisão, revistas e música. David Kilcullen observa que, se você nascer no sul do Líbano, sua percepção de realidade será moldada pelo Hezbollah, que controla a cultura.
Esse avanço é crucial, pois a cultura influencia a legislação, as ações e a política. Não há nada na política que não tenha surgido primeiro na cultura”.
Antunes afirma que as facções criminosas têm também investido em outras áreas.
“Uma dessas frentes de atuação é a cultural, o que não é exclusivo das facções no Brasil. Todos os grupos insurgentes adotam essa estratégia. O Talibã no Afeganistão, o Hamas e o Hezbollah, por exemplo, fazem isso. Recomendo o livro 'Out of the Mountains: The Coming Age of the Urban Guerrilla' de David Kilcullen. Ele documenta tudo isso, destacando que a cultura é uma área de avanço”.
Cantores já relataram que foram financiados por organizações criminosas para produzirem suas músicas. Capitão Antunes destaca um exemplo:
“Notamos que há MCs financiados pelo crime, e isso já foi confirmado com denúncias do Ministério Público. Por exemplo, houve um MC no Nordeste, chamado MC Alison Ousado, que foi preso por envolvimento com uma facção. Ele era financiado pela facção do Rio Grande do Norte para criar músicas contra a polícia e a favor do crime”.
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