Gastón Burlón, de 51 anos, está em estado "muito grave" após ser baleado no Rio de Janeiro. O empresário estava em um carro quando entrou em um dos acessos do morro dos Prazeres, região central da capital, por indicação do GPS.
Momentos depois, em que ele foi atingido por disparos, ferindo-o na cabeça e no tórax. A polícia busca esclarecer a autoria dos disparos.
Tudo aconteceu na tarde de ontem, 12 de dezembro, quando ele estava a caminho do Cristo Redentor com a esposa, Nadia Loza e os dois filhos. De acordo com a TV Globo, a família adentrou uma rua da comunidade do Escondidinho, dominada pelo Comando Vermelho.
O veículo foi alvejado por tiros e Burlón foi atingido no tórax. Ele foi encaminhado para o hospital municipal Souza Aguiar.
O local é dominado pelo Comando Vermelho (CV), facção criminosa que nasceu nos presídios fluminenses nos anos 1970.
O caso está sendo investigado pela Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat). Uma perícia foi realizada no local do crime.
Gastón Fernando de Burlón esteve à frente da Secretaria de Turismo de Bariloche na gestão do prefeito Gustavo Gennuse, em 2017.
Na época, a dupla queria posicionar a cidade como um destino internacional. Segundo o então prefeito, o turismo era uma forma de gerar emprego e renda para os cidadãos locais.
O secretário de Turismo argentino, Daniel Scioli, acionou o Ministério das Relações Exteriores para acompanhar a situação de Burlón e prestar assistência à Nadia e aos filhos do casal.
O incidente reacende a questão da segurança do Rio, uma das cidades brasileiras mais para o turismo internacional. Daniel Hirata, sociólogo e pesquisador, aponta as milícias como uma das maiores ameaças à segurança pública na capital fluminense.
"As milícias realmente têm características que as tornam muito mais perigosas do que os demais grupos armados", disse em entrevista à CNN Brasil.
Daniel Hirata conclui enfatizando a necessidade de políticas públicas eficazes que priorizem a inteligência e a regulação econômica para enfrentar os desafios da segurança pública no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.
Quem enfrenta o crime diariamente aponta outro motivo. Segundo o ex-comandante do BOPE, Rodrigo Pimentel, o Comando Vermelho é o maior problema da cidade. Ele afirma que a facção é a responsável por roubos na rua e enfrentamento das forças policiais.
Um dos maiores problemas para controlar essa situação seria o comércio de cigarros paraguaios que, segundo Pimentel, é uma das principais atividades da facção.
Ao programa O Crime Explicado por quem Realmente Conhece, da Brasil Paralelo, ele disse:
"Eu sei que o consumidor quer procurar um preço mais barato. Ele não quer pagar R$9,00 do cigarro da Souza Cruz ou da BAT. Ele prefere pagar R$3,90 no cigarro paraguaio. Eu entendo isso, mas ele precisa saber que o cigarro paraguaio foi importado pelo PCC e pelo Comando Vermelho. Alguém morreu para que ele esteja fumando aquele cigarro. Alguém que pode assaltá-lo no ponto de ônibus depois."
Assista a entrevista completa abaixo:
A situação envolvendo o ex-secretário de Bariloche ressalta a necessidade de melhorias na segurança pública do Rio. Por um lado, sociólogos como Daniel Hirata apontam as milícias como causa principal da violência.
No entanto, o ex-comandante do BOPE, Rodrigo Pimentel, acredita que é o Comando Vermelho o principal problema da cidade. Burlón segue internado e sem previsão de alta.
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