O casamento entre primos é algo muito comum em regiões como o Oriente Médio, o Norte da África e o Sul da Ásia.
As estimativas apontam que cerca de 10% das famílias do mundo são formadas por casamentos entre primos de primeiro ou segundo grau.
Segundo pesquisa da Universidade de Boston, a taxa de mortalidade de filhos de primos é 3,5% maior do que em um casal formado por pessoas de famílias diferentes.
Isso acontece porque genes que podem acarretar em problemas de saúde têm maiores chances de se manifestarem, já que primos compartilham cerca de 12,5% do mesmo código genético.
Um estudo feito na cidade de Bradford acompanhou a saúde de mais de 13 mil bebês nascidos na cidade britânica desde 2007, levantou novas informações sobre filhos de primos.
O principal objetivo do estudo é investigar o impacto da consanguinidade, o casamento entre parentes próximos, na saúde infantil e no desenvolvimento das crianças.
Os dados coletados ao longo dos anos revelam que uma proporção significativa de crianças na cidade tem pais que são primos de primeiro grau, precisamente uma em cada seis.
As estatísticas da Universidade de Boston colocam que 1 a cada 10 casamentos acontece entre primos de, ou parentes mais próximos.
Esse tipo de relacionamento costuma acontecer muito na comunidade paquistanesa em Bradford.
As análises indicam que as crianças paquistanesas na cidade apresentam um risco até 11% maior de enfrentar problemas de fala durante o desenvolvimento.
Além disso, apenas 54% dessas crianças alcançam os estágios de desenvolvimento considerados normais para a idade, contra 64% para crianças com pais sem parentesco próximo.
A consanguinidade aumenta o risco de doenças genéticas como a fibrose cística, uma doença que afeta principalmente os pulmões e o sistema digestivo.
A pesquisa fez as autoridades de saúde em Bradford iniciarem campanhas educacionais de conscientização direcionadas à comunidade.
O objetivo é informar as pessoas sobre os riscos genéticos do casamento entre primos de primeiro grau, para os casais tomarem decisões mais informadas.
A expectativa é de que o conhecimento sobre os riscos genéticos faça o número de casamentos entre parentes diminuir.
O estudo "Born in Bradford" também aponta para uma tendência de declínio dos casamento entre primos na região.
Os dados mostram que o percentual de novas mães casadas com seus primos caiu de 39% para 27% no período analisado.
Além das políticas educacionais, o debate sobre a proibição do casamento entre primos no Reino Unido ganhou força. Países como a Noruega e a Suécia já proibiram a prática.
Os críticos à proposta defendem que a proibição possa causar casamentos não registrados, dificultando o acesso de famílias a serviços de saúde e apoio social.
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