Emilia Pérez tem a pior nota da história entre os concorrentes na categoria melhor filme Oscar

Apesar da produção ter sido tão bem recebida no meio da crítica profissional, o público tem uma percepção muito diferente.

No famoso site para avaliação de filmes IMDB, a obra foi avaliada por 76 mil pessoas e recebeu a nota 5,4.

O primeiro filme da Brasil Paralelo, Oficina do Diabo, foi avaliado por 21 mil pessoas e recebeu a nota 8,3.

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De acordo com o jornalista Pedro Strazza, o filme ganhou a pior nota média no Letterbox entre todos os indicados ao prêmio de melhor filme na história.

A cerimônia de premiação acontece no Teatro Dolby, em Los Angeles, todos os anos desde 16 de maio de 1929.

Por que a opinião do público é tão diferente das críticas especializadas?

Em uma matéria publicada pela BBC, o jornalista Nicholas Barber comenta que a edição do Oscar deste ano é uma das mais politizadas da história.

A politização da competição é um processo que vem ocorrendo há alguns anos. Em 2016 a hashtag #OscarsSoWhite viralizou após os indicados da edição do ano anterior serem todos brancos.

Desde então, a academia passou por uma série de reformas que incluíram a inclusão de novos membros com foco em aumentar a representatividade.

A partir de 2020 foram anunciadas novas regras de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), criando cotas de 30% do elenco e da equipe para grupos minoritários. As normas começaram a valer a partir da edição de 2024.

Mudanças desse tipo tornaram questões identitárias mais importantes do que pontos técnicos na escolha dos filmes.

Nesse cenário, Emília Pérez seria a escolha perfeita em termos de representatividade. É a primeira vez na história do Oscar que um ator trans concorre como melhor atriz.

Isso acontece no ano que Trump assina uma ordem executiva para que o governo americano passasse a reconhecer apenas os sexos masculino e feminino.

O presidente também assinou outra ordem para acabar com o financiamento federal de instituições que autorizarem a participação de atletas trans em competições femininas.

‍Além de abordar a temática trans, o filme também explora o México, apesar de não ter atores ou pessoas na equipe nascidos no país.

Isso é importante porque uma das principais propostas de Trump ao longo de sua campanha foi organizar deportações em massa e ele tem cumprido com essa promessa.

Cerca de 37,6 mil pessoas foram mandadas para fora dos EUA desde que o presidente assumiu o cargo.