Nicolás Maduro realizou ontem, 31 de julho, seu primeiro pronunciamento oficial após o resultado das eleições de 2024. No Palácio de Miraflores, sede oficial do governo venezuelano, ele declarou que, caso seja necessário para se manter no poder, está preparado para endurecer o regime chavista :
"Não queremos ir para outras formas de fazer revolução; queremos continuar no caminho que Hugo Chávez traçou. Mas se o imperialismo norte-americano e os criminosos fascistas nos obrigarem, eu não vou tremer o pulso para chamar o povo para uma nova revolução."
A fala acontece durante um momento crítico para o país, quando o povo tem ido às ruas em protesto contra o governo, que, segundo a oposição, fraudou o resultado eleitoral.
O caminho mais agressivo mencionado pelo ditador parece já estar em andamento, mais de mil pessoas já foram presas pela repressão bolivariana e as estimativas de assassinatos políticos variam entre 11 e 20 pessoas.
Maduro também proferiu duras acusações contra María Corina Machado, a principal líder da oposição, e Edmundo González Urrutía, o candidato que supostamente venceu a disputa do dia 28 de julho:
"Senhor González Urrutía, dê as caras, saia do seu esconderijo. Não seja covarde, senhora Machado! Vocês têm as mãos sujas de sangue."
Ambos temem ser presos pelo regime chavista, que já deteve Freddy Superlano, um dos líderes do partido oposicionista Voluntad Popular.
O político socialista seguiu afirmando que as movimentações populares são frutos de uma “internacional fascista” que atuaria contra a Venezuela a partir de fora do país.
Para o ditador, os membros do “fascismo internacional” seriam figuras como:
Maduro também relembrou a tentativa de golpe contra Hugo Chávez em 2002 para falar que supostas forças contrarevolucionárias tentam acabar com o regime:
"Quantas vezes já tentaram me derrubar. Há 22 anos, neste mesmo lugar, Carmona Estanga, por decreto, dissolveu todos os Poderes constituídos, deu ordem para matar o presidente Chávez, e isso apareceu em todas as emissoras de televisão, rádios, jornais e agências hegemônicas…"
Até o momento não há sinais de que uma saída negociada entre a oposição e o regime chavista possa ocorrer, apontando para o agravamento da situação no país.
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