Materiais didáticos que ensinam ideologia de gênero estão proibidos nas escolas públicas de El Salvador. A decisão foi anunciada pelo Ministro da Educação, José Mauricio Pineda, no dia 28 de março de 2024.
"Confirmado: removemos todo rastro de ideologia de gênero das escolas públicas", escreveu em suas redes sociais.
A decisão abrange livros, guias, planos de aula, documentos administrativos, sites e outros recursos educacionais.
A proibição ocorreu poucos dias após Nayib Bukele vencer as eleições presidenciais com 84% dos votos. O presidente se manifestou contra a inclusão do tema nos currículos escolares durante sua campanha.
Também defendeu o direito dos pais em saber o que os filhos irão aprender na escola. Para ele, é preciso que a escola “ensine coisas úteis para sua vida” não “coisas contrárias à natureza, a Deus e à família”.
A medida gerou críticas de organizações feministas e de direitos humanos.
Para a ativista de direitos humanos, Celia Medrano, Bukele “é uma figura messiânica, um líder patriarcal... um presidente [paternalista] que nos vigia e que [parece pensar que é] ungido por Deus".
Em entrevista ao jornal El País, Medrano o acusou de “manipular a manipular a religião [a favor da] mensagem de que as mulheres devem ficar em casa. Nosso papel é combater essa narrativa”
Já o governo defende a norma como “uma defesa dos valores conservadores da população”. No início de seu primeiro mandato, Bukele afirmou que defenderia o país contra “ameaças à liberdade religiosa e restrições aos direitos dos pais em educar os filhos".
Bukele também é contra o aborto. Em setembro de 2021, ele anunciou que sua proposta de reforma constitucional não alteraria artigos relacionados à ideologia de gênero, liberdade religiosa e direito dos pais na escolha educacional dos filhos.
O comunicado foi feito através de sua conta no Facebook. No mesmo post, disse se opor à aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Em resposta, eleitores divergiram da opinião do presidente. De um lado há quem veja as posições de Bukele como restritivas.
“O aborto deveria ser legal para proteger a saúde da mulher, quando há problemas na gravidez. Eu concordo muito com isso. Eu vivi algo assim e se há problemas, é necessário fazê-lo porque a vida da mãe está em risco”, escreveu Margaret Tessa Abarca.
Entre o grupo de apoiadores do presidente, está quem defende que a vida humana começa na concepção.
“Estamos MAIS do que prontos para DEFENDER a vida daqueles bebês no ventre de suas mães, que não deixam de ser uma vida em perigo só por estarem no ventre. Estamos prontos para defender que existem apenas 2 sexos, HOMEM E MULHER, e nada mais, mas acima de tudo estamos prontos para educar as novas gerações, para respeitar as crenças de todos e ser úteis para nossa sociedade”, comentou Ady Pimentel.
O tema também foi abordado no documentário Duas Vidas: do Que Estamos Falando Quando Falamos de Aborto mostra depoimentos de mulheres que abortaram. Clique aqui e assista gratuitamente.
A proibição da ideologia de gênero nas escolas de El Salvador está gerando debates no país. Por um lado, ativistas como Celia Medrano afirmam que a suspensão do ensino pode aumentar as taxas de feminicídio no país. O governo argumenta que a política está de acordo com o interesse da maioria da população.
Outras pautas defendidas por Nayib Bukele como a oposição ao aborto e ao casamento gay também geram polêmica.
Enquanto uma parte da população discorda do presidente, outros defendem “que existem apenas dois sexos”.
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