Em sua primeira viagem ao Brasil desde que foi eleito, o presidente da Argentina, Javier Milei, criticou o socialismo, defendeu a liberdade de expressão e a união de cidadãos que comunguem das ideias conservadoras para derrotar o comunismo.
Milei também ressaltou a importância da liberdade e mencionou países da América Latina onde líderes sofrem perseguição, incluindo o presidente Jair Bolsonaro.
Como principal convidado do CPAC, mais importante evento conservador organizado no Brasil, o chefe do executivo argentino discursou para uma plateia lotada e teve na bancada o presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/RJ).
O mandatário iniciou seu discurso enfatizando as reformas econômicas que vem realizando em seis meses de gestão, e criticou os parlamentares de oposição por seus esforços contrários.
Ele relembrou que a Argentina teve déficit fiscal durante 113 anos em um período total de 123 anos. Desde 1975, o número de cidadãos abaixo da linha da pobreza multiplicou por 10. Segundo ele, desde que assumiu, “há uma economia que cresce e um Banco Central com reservas”. O presidente pontuou que a Reforma que aprovou é cinco vezes maior do que a última Reforma econômica que havia sido aprovada na Argentina:
“Não é apenas a luta contra a inflação. Estamos transformando toda a economia do país”, pontuou.
Mesmo assim, afirmou que suas reformas não contam com o apoio dos parlamentares que chama de socialistas: "A Argentina vai sair da miséria com ou sem apoio dos socialistas", afirmou.
Entusiasmado, o presidente ressaltou que aqueles que tentam impedir que sua gestão melhore a condição de vida dos cidadãos "não passarão, não conseguirão. Vamos levar a Argentina adiante", bradou.No discurso, pontuou que o comunismo tem o objetivo único de sustentar uma vida fictícia que se transformará em hipoteca para o futuro:
“Quando o dinheiro acaba, comete-se o pior de todos os males, que é a emissão de moeda”, afirmou.
Milei defendeu que os cidadãos com pensamentos “de direita”, que se identifiquem com direitos e liberdades, unam-se para combater o comunismo. “Do socialismo deriva apenas a escravidão ou a morte”, ressaltou.
O presidente fez duras críticas aos regimes socialistas da América do Sul:
“Vejam o que aconteceu na Venezuela, ou o que aconteceu na Bolívia quando Evo Morales ganhou pela terceira vez. Vejam a perseguição que o nosso amigo Bolsonaro sofre aqui no Brasil, e vejam o que está acontecendo na Bolívia, um falso golpe de estado”, afirmou.
A defesa ocorre em uma semana em que o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de mais um indiciamento pela Polícia Federal, resultante do caso das joias sauditas.
O presidente, que é economista e professor universitário, avalia que os governos socialistas sul-americanos vivenciaram histórias semelhantes, com um início marcado pela saúde financeira, potencializada pela exportação de commodities e índices altos de popularidade política.
Todos eles acabam se afundando no excesso de despesas públicas, o que resultou em uma grave crise econômica. Ele afirmou ainda que o que ocorreu na Argentina foi uma espécie de meio-termo:
"A Argentina foi um caso intermediário do socialismo do século XXI. Não chegou a uma situação como a da Venezuela ou de Cuba por causa do povo rebelde, que resistiu a ser dominado", ressaltou.
Um dos pontos mais importantes do discurso de Milei foi quando ele abordou a liberdade de expressão.
No entendimento do presidente, que se intitula um libertário, “a liberdade de expressão é um princípio fundamental da democracia, e atualmente tem sido questionada nas mais importantes potências mundiais, sob a justificativa de não ferir a sensibilidade de ninguém, ou respeitar supostos direitos de algumas minorias”.
O mandatário acredita que tem se tornado frequente ouvir que países, nos quais se acreditava que “respeitavam os princípios básicos da democracia”, passaram a cometer restrições em matéria de liberdade de expressão e a aplicar medidas que resultam em censura.
O presidente argentino finalizou seu discurso agradecendo aos entusiastas da liberdade, aos que nunca se renderam ao discurso que matou 150 milhões de pessoas em todo o mundo:
“Espero que o mundo desperte e diga 'nunca mais ao socialismo'".
Ao final, afirmou para uma plateia animada:
“A história do ser humano é a história da liberdade. Viva la libertad, Ca***!”
No decorrer do discurso e do evento, Milei evitou menções diretas ao presidente Lula, amenizando um eventual desconforto com o Itamaraty. Discordante das ideias defendidas pelo chefe do Executivo brasileiro, o argentino não compareceu ao Encontro do Mercosul, que ocorreu neste mesmo fim de semana. O presidente argentino foi o principal convidado da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), evento organizado por Eduardo Bolsonaro em Balneário Camboriú, Santa Catarina, nos dias 06 e 07 de julho de 2024.
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