O programa Cartas na Mesa trouxe a análise de cientistas políticos para os temas mais importantes de 2024.
Relembre alguns dos episódios mais impactantes e veja alguns comentários marcantes.
No primeiro episódio do ano, os comentaristas falaram sobre o aniversário de um ano dos protestos de 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram as sedes dos três poderes.
Em 2024, o governo fez um evento simbólico chamado de “Democracia Inabalada” para dizer que a democracia havia sobrevivido a uma grande ameaça.
Além do presidente Lula outras autoridades marcaram presença, como o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD) e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O professor de ciências políticas Adriano Gianturco destacou que os acontecimentos do 8 de janeiro estavam sendo usados para alimentar a polarização da sociedade:
“Esse vai ser o enésimo evento histórico sobre o qual haverá duas visões diametralmente opostas, politizadas e ideológicas. Isso realmente mina a busca pelo consenso e uma paz social. Pelo menos a história deveria ser consensual.”
O programa teve um episódio especial para analisar a tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
As águas tiraram a vida de pelo menos 183 pessoas, deixaram milhões de desabrigados e destruíram diversas residências no estado.
Ao longo do especial, o cientista político Christian Lohbauer comentou sobre a reação heroica do povo brasileiro à tragédia:
“Não se compara com enchentes que a gente viu Brasil afora nos últimos 100 anos. E a reação da população civil é do mesmo tamanho. Se tem alguma coisa positiva nesse desastre, é a ação da sociedade civil organizada. Estamos falando não só dos Gaúchos mas do Brasil inteiro.”
As campanhas de arrecadação para ajudar o estado conseguiram milhões de reais de cidadãos anônimos.
Além disso, milhares de pessoas deixaram suas casas para ajudar as equipes de resgate a salvarem vidas.
O programa também teve um episódio especial para analisar a tentativa de assassinato contra Donald Trump.
O presidente eleito tomou um tiro na orelha enquanto falava durante um comício perto da cidade de Butler, na Pensilvânia.
A vida de Trump foi salva por alguns milímetros, quando o republicano mexeu a cabeça para olhar um gráfico.
Para fazer a análise de um acontecimento tão importante, a Brasil Paralelo convidou o deputado federal Nikolas Ferreira e a comentarista Ana Paula Henkel.
Henkel disse que os americanos costumam se solidarizar com a vítima desses ataques, já que enxergam esse tipo de ação como uma agressão direta contra a democracia no país:
“Uma tentativa de assassinato a um presidente ou, no caso do Donald Trump um ex-presidente e líder na corrida eleitoral, é vista pelo americano como um ataque às instituições e ao processo democrático.”
O parlamentar comentou a forma como os jornais brasileiros e internacionais falaram sobre a questão:
“As pessoas mais perigosas do mundo são aquelas que distorcem a realidade. E quando você vê uma mídia distorcendo a realidade propositalmente, o impacto que ela quer gerar, então ela quer reduzir um ato, um atentado contra a vida de alguém de direita conservador e minimizar isso.”
Nikolas afirma que a culpa por esse tipo de ataque é, em parte, da forma como a mídia retrata a direita conservadora e desumaniza os candidatos.
As eleições municipais na capital paulista chamaram a atenção do Brasil inteiro por causa do candidato Pablo Marçal (PRTB).
Com uma presença importante nas redes sociais e um estilo agressivo de debate, Marçal conseguiu se tornar o terceiro candidato mais votado na maior cidade do país.
Ao longo da campanha, ele cresceu muito nas pesquisas, chegando a assumir a liderança em alguns levantamentos.
Desde o primeiro debate, os comentaristas do programa Cartas na Mesa analisaram essa figura e a forma como a eleição se desenrolava.
O vice-prefeito de Porto Alegre e comentarista, Ricardo Gomes, ressaltou que a disputa mostrou uma mudança importante no sistema partidário nacional:
“A política brasileira perdeu a condição de ter base, treinamento e depois jogo. Não tem juventude partidária, formação de quadros, isso acabou. Tem a internet que é um atalho, pula na frente. Isso não é necessariamente uma crítica, eu tô só constatando que mudou.”
Na visão de Gomes, isso acontece em parte por causa da insatisfação popular com o sistema político, mas pode ter consequências na administração pública como:
“Uma perda na capacidade de articulação para políticas públicas, na estruturação de pensamento e nos relacionamentos políticos. Um sujeito sai prefeito de São Paulo, a cidade deve ter é o terceiro, quarto maior orçamento público do Brasil... Administrar uma máquina pública é diferente de administrar uma empresa.”
No último episódio de Cartas na Mesa em 2024, os especialistas discutiram o motivo para o Brasil não ser um país desenvolvido.
O cientista político e deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança, autor do livro Por que o Brasil é um país atrasado?, comentou:
“O que mantém o país em um gargalo de estrangulamento é um deep state brasileiro, uma burocracia que está envolvida em vários setores. Então no detalhe, na administração do país é muito diferente de de outros Deep States”
Deep state é um conceito criado nos EUA para descrever grupos de interesse enraizados na burocracia estatal.
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