O ano de 2024 foi agitado para a política europeia. Além de escolherem seus representantes para o Parlamento Europeu, muitos europeus tiveram eleições em seus países.
No Parlamento Europeu, a direita conseguiu 131 deputados, o que não representa uma maioria, mas é um aumento de 11% em comparação com a formatação anterior.
O partido Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, conseguiu 32% dos votos para representar o país no Parlamento Europeu.
Esse número foi mais do que o dobro dos 15% conquistados pelo partido de Emmanuel Macron.
O resultado levou o presidente francês a dissolver o parlamento e convocar novas eleições legislativas no país.
Após o centro e a esquerda fazerem uma aliança, a RN terminou em terceiro lugar, com 143 parlamentares. Mesmo derrotado, o partido conseguiu 55 cadeiras a mais.
O partido Alternativa pela Alemanha (AfD) também aumentou o número de cadeiras no Parlamento Europeu.
Considerada radical, a sigla concorreu sem o apoio de um bloco internacional e ainda assim conseguiu eleger 14 eurodeputados.
O grupo se uniu a outros partidos menores na europa e fundou a coalizão “Europa de Nações Soberanas”, com 28 assentos no parlamento.
Os avanços da AfD também aconteceram em seu país natal. O partido conseguiu ganhar uma eleição local pela primeira vez.
Com 32,8% dos votos, a sigla assumiu o controle no estado da Turíngia, ao leste do país. Além disso, o AfD chegou em segundo lugar na Saxônia, com 23,6%.
O partido pode crescer ainda mais em 2025, já que o primeiro-ministro Olaf Scholz não conseguiu um voto de confiança do parlamento, acabando com seu governo.
A crise política poderá abrir caminho para uma nova eleição parlamentar, que pode fortalecer ainda mais o AfD.
Em setembro foi a vez da direita conseguir assumir a liderança do parlamento austríaco. O Partido da Liberdade da Áustria (PLA) conquistou 29,2% dos votos, formando a maior bancada no país.
Apesar da vitória, os outros partidos se recusaram a formar uma coalizão, o que impediria um governo liderado pelo PLA.
A Áustria deve continuar sendo governada pelo Partido Popular Austríaco, também no espectro ideológico da direita.
Pela primeira vez em sua história, o Partido Pela Liberdade (PVV) conseguiu indicar ministros para a coalizão no poder. Ao todo, cinco cadeiras foram assumidas pela sigla.
O arranjo só foi possível após o presidente do partido, Geert Wilders, desistir de concorrer como primeiro-ministro. Suas falas polêmicas afastaram outros partidos de aceitarem uma coalizão.
O líder do governo é o primeiro-ministro independente Dick Schoof, conhecido como um tecnocrata de carreira.
O ex-jogador do Manchester City, Mikheil Kavelashvili, ganhou a eleição presidencial pelo partido Sonho Georgiano. A sigla já tinha indicado o primeiro-ministro do país.
O Sonho Georgiano conseguiu mais de 54% das cadeiras no parlamento após uma eleição acusada de fraude.
O partido defende pautas mais conservadoras no campo dos costumes, aprovando uma série de leis contra o movimento LGBT.
Seus membros defendem uma visão mais próxima à do presidente russo Vladimir Putin e prometem paralisar as negociações para ingressar na União Europeia.
Isso alimentou os protestos contra os resultados eleitorais e enfrentamentos entre a polícia e os georgianos pró-ocidente que tomaram as ruas.
As eleições para o parlamento inglês acabaram com uma vitória do partido trabalhista, tradicional grupo da centro-direita.
Apesar disso, houve um aumento importante no resultado dos reformistas. O grupo de direita criado pelo defensor do Brexit Nigel Farage conseguiu 16% dos votos totais.
Com esses resultados, o partido conseguiu eleger parlamentares pela primeira vez, conquistando cinco cadeiras.
Apesar de todos os movimentos mencionados estarem no espectro ideológico da direita, eles são muito diferentes entre si.
Isso acontece porque direita e esquerda não são ideologias políticas, mas sim espectros que reúnem correntes de pensamentos com algumas similaridades.
O cientista político Adriano Gianturco afirma que os termos esquerda e direita são muito abrangentes e simplistas.
Por esse motivo, grupos muito diferentes acabam no mesmo espectro ou transitam entre a esquerda e a direita.
Gianturco é um dos comentaristas do programa semanal da Brasil Paralelo, Cartas na Mesa.
Assista ao último episódio do ano abaixo:
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