Em 2003, a lei federal 10.639 instituiu o Dia da Consciência Negra no calendário escolar, tornando obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas. Em 2011, a presidente Dilma Rousseff oficializou o 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
Um dos objetivos da medida da presidente é exaltar Zumbi dos Palmares como símbolo da luta pelos direitos dos negros no Brasil, já que dia 20 de novembro é o dia da morte de Zumbi.
Diante da medida de Dilma, ainda em vigor, pesquisadores brasileiros criticaram a iniciativa, afirmando que não se pode homenagear um homem que escravizava outros negros e cometia outros crimes.
Entenda as críticas à visão de Zumbi dos Palmares como herói e as críticas à teoria do racismo estrutural.
Fontes históricas apontam para uma realidade: Zumbi dos Palmares escravizava negros, afirma Leandro Narloch, um dos entrevistados no documentário Brasil: A Última Cruzada.
O livro Quilombo dos Palmares, de Edison Carneiro, mostra que:
Segundo Marcelo Andrade, jurista, historiador e professor do Núcleo de Formação da Brasil Paralelo:
"Muitos negros vizinhos do Quilombo dos Palmares os odiavam, já que eles também eram assaltados e tiveram parentes escravizados pelos quilombolas".
Diversos negros lutaram contra o Quilombo dos Palmares, um deles foi Henrique Dias, homem negro e oficial superior do exército português. Uma de suas campanhas militares teve como alvo o quilombo de Zumbi.
Henrique Dias foi considerado herói pela coroa portuguesa após sua atuação na Insurreição Pernambucana, recebendo os títulos de fidalgo e membro da Ordem de Cristo.
Mas mesmo com tantas controvérsias envolvendo Zumbi e o Quilombo dos Palmares, como eles passaram a ser exaltados por parte dos brasileiros? A difusão da teoria do "Racismo Estrutural" pode explicar parte desse fenômeno.
De acordo com o professor Guilherme Diniz, a teoria do racismo estrutural foi desenvolvida no Brasil através do livro “Racismo Estrutural”, lançado em 2018 com autoria de Sílvio Luiz de Almeida.
Para o autor do livro, o racismo possui diversos tipos, sendo o racismo estrutural aquele que se manifesta tanto nas instituições quanto nos indivíduos.
Ao analisar a teoria de Sílvio, o professor Guilherme levanta algumas questões em um texto publicado em suas redes sociais:
"Como teoria, o racismo estrutural é quase intuitivo em uma sociedade como a brasileira calcada em séculos de escravidão e exclusão social ao negro. Mas um cientista social não pode se pautar pela intuição, mas por dados concretos.
Primeiro, Silvio Almeida jamais define o que ele entende por racismo estrutural. Ele inicia suas análises a partir do pressuposto de que a realidade social brasileira está estruturada nessa forma de racismo, e que o Direito, a economia, a ideologia e a política brasileiras são estruturalmente racistas.
O racismo estrutural é mais um recurso retórico do que uma análise científica concreta. Aliás, em seu livro não há um único embasamento empírico. De toda a bibliografia utilizada, apenas dois trabalhos do IPEA são citados e nenhuma fonte extraída do IGBE.
Em segundo lugar, a teoria do racismo estrutural consegue identificar apenas manifestações de atos tipificados como racistas, mas não é capaz de identificar a fonte estrutural desse racismo. O que é, no mínimo, suspeito, já que esse deveria ser seu objetivo".
Guilherme continua afirmando que sua argumentação não afirma que o racismo não existe, mas que a visão de racismo estrutural é reducionista, mostrando outras perspectivas de análise da história do Brasil:
"Essas fragilidades na teoria indicam que não existe racismo no Brasil? Evidentemente que não.
Essa complexidade aponta que, para pensarmos o racismo e as práticas racistas no Brasil, estamos obrigados, necessariamente, a pensar nossa história e o processo de formação étnica do brasileiro.
Quando Gilberto Freyre concluiu que a sociedade colonial brasileira nasceu a partir da miscigenação entre negros, índios e brancos, ele também identificou complexidades sociais ainda presentes em nossa sociedade, sobretudo quanto ao desequilibrio de poder presente na sociedade.
No primeiro episódio de Brasil Raiz, o Rasta foi até a casa de Gilberto Freyre e conversou com a família do sociólogo brasileiro. A entrevista trouxe pontos essenciais de seu pensamento, inclusive suas análises da união entre a população negra e sua relação com as demais etnias presentes no Brasil.
Em Brasil: A Última Cruzada, a Brasil Paralelo conta a história do nosso país de maneira única e inédita. Para o professor Percival Puggina, arquiteto, empresário, escritor e membro da academia de letras do Rio Grande do Sul:
"O orgulho de ser brasileiro tinha sido escondido, a série o devolveu a todos nós. É impressionante a série ter se difundido tanto mesmo com tanta gente sendo contrária a ela. Houve um renascimento em nosso país", disse Percival sobre esse Original BP.
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