A população cristã na região da Faixa de Gaza tem diminuído drasticamente desde o início da guerra entre Israel e Hamas.
As estimativas apontam que mais de 300 cristãos se refugiaram no Egito desde o início dos combates.
Outros 33 morreram em decorrência de bombardeios, tiroteios e pela falta de medicamentos disponíveis na região.
Um cristão palestino chamado de Elias Najiar contou em uma entrevista ao portal Portas Abertas que a comunidade passou por uma grande redução com a guerra:
“Havia mais de mil cristãos em Gaza antes da guerra. Agora, um ano depois, restam apenas 650”.
Najiar também contou que inúmeras pessoas têm deixado suas casas para se refugiarem nas igrejas:
“É muito difícil. Quase todos os cristãos deixaram suas casas na segunda semana de outubro de 2023 e se refugiaram nas igrejas locais”.
No início da escalada, o padre Joseph Assad, vice-presidente do Patriarcado Latino da comunidade católica em Gaza, contou que aproximadamente 550 pessoas se refugiaram na igreja.
Mesmo em lugares sagrados, os cristãos ainda são vulneráveis aos combates. Em outubro do ano passado, por exemplo, um bombardeio israelense atingiu um prédio dentro do complexo da igreja de São Porfírio, matando 17 pessoas.
Na ocasião, o porta-voz do exército israelense, Lior Hayat, afirmou que o local não era um alvo e se tratou de um “dano colateral” durante um ataque à infraestrutura do Hamas.
Mais de 100 pessoas estavam morando dentro do complexo religioso na época do bombardeio.
O grupo fundamentalista islâmico não tem problemas diretos com a pequena comunidade cristã local.
Apesar disso, a situação na região piorou desde 2005, quando o grupo passou a controlar a Faixa de Gaza.
Muitas vezes as autoridades islâmicas não dão importância para ataques a estabelecimentos cristãos e outros crimes contra a comunidade.
Ainda assim, violência familiar é muito comum entre pessoas que abandonam o islã para fazer parte de outra religião.
Muitas vezes a família recorre a ameaças e aos chamados “crimes de honra”, já que a conversão é vista como uma vergonha para os parentes, principalmente se tratando de uma mulher.
É comum que convertidas sejam presas dentro de suas casas e isoladas do contato com pessoas de fora, sofrendo violência doméstica e assédios constantes para que retornem a sua fé antiga.
Por outro lado, os homens que passam pelo processo de converção muitas vezes são expulsos de suas casas e perdem o contato com suas famílias.
Além disso, também podem sofrer sanções econômicas, como perder o emprego ou ser explorados por causa da dificuldade em conseguir trabalho.
Para entender uma questão complexa e importante como a guerra entre Israel e o Hamas, a Brasil Paralelo foi ao Oriente Médio, onde entrevistou intelectuais, militares e sobreviventes da guerra.
Mais de 3,8 milhões de pessoas já assistiram ao filme até hoje, 25 de outro e mais de 100 mil pessoas assistiram à estreia do documentário original no dia 7 de outubro.
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