Como Fidel Castro ganhou o apoio da população para conquistar Cuba? Estes 2 momentos históricos explicam

Ataque ao quartel general de Moncada

Durante sua vida universitária, Fidel Castro viu seu país ser dominado por um ditador antigo da ilha: Fulgêncio Batista. Prestes a perder a eleição de 1952, Fulgêncio Batista depôs o governo e a Constituição do país e iniciou um regime de torturas e perseguições.

Fidel e seus colegas ficaram revoltados com o governo tirânico, fundando um grupo de guerrilheiros socialistas para depor Batista.

Em busca de mais armas para seu movimento, eles planejaram invadir o quartel general de Moncada em um ataque surpresa, disse Gustavo Arcos Fernandez-Britto, sobrinho do guerrilheiro que estava no carro junto de Fidel Castro, no IV episódio do Épico História do Comunismo.

O embate liderado por Fidel Castro teve início em 26 de julho de 1953, gerando o nome da guerrilha. Os guerrilheiros aproveitaram o carnaval de Santiago, realizado em julho, para se misturar entre os foliões e tentar fazer um ataque surpresa.

Cerca de 130 pessoas atacaram o quartel-general de Moncada, em Santiago, Cuba, mas o roubo deu errado.

O soldado-guarda percebeu movimentações estranhas devido a grande quantidade de carros que se dirigia ao local. 

Quando o carro de Fidel foi passar por um quebra-molas, ele percebeu o ataque e abriu fogo, atraindo a atenção dos demais guardas que foram para a batalha. A batalha acabou com 61 guerrilheiros mortos e a prisão dos demais; muitos civis morreram devido ao tiroteio.

Fidel foi sentenciado a 15 anos de prisão. Decidiu defender a si mesmo, redigindo a peça que ficou conhecida como A História me Absolverá. Segundo ele, o ataque foi legítimo pois a intenção era livrar Cuba de uma tirania.

Seu discurso em tom heróico e a revolta de parte da população com Fulgêncio Batista fizeram com que ele ficasse conhecido em todo o país, ganhando fama e prestígio com muitos cubanos, narra o historiador William Leogrande.

Mas foi o segundo episódio histórico que criou o mito de Fidel, conforme disseram os especialistas entrevistados no episódio Ilha de Cuba, do Épico História do Comunismo.

O "ressurgimento dos mortos" após o desembarque da guerrilha

Após 2 anos de prisão de Fidel, Cuba foi tomada por agitações populares contra medidas extremistas de Batista. Não vendo outra opção, o ditador da ilha forneceu anistia para diversos presos políticos, dentre eles, Fidel Castro.

Logo após sair da prisão, começou a realizar ativismo político por meio de jornais e revistas e a organizar seu grupo de guerrilheiros, conta Miguel Centeno, historiador e sociólogo. Fidel partiu para o México para organizar o movimento paramilitar, onde conheceu Che Guevara.

Após organizar os guerrilheiros, Fidel, seu irmão Raul Castro e mais 80 guerrilheiros viajaram para Sierra Madre, Cuba. Os revolucionários também possuíam apoiadores em Cuba, variando entre grupos armados e civis que os ajudariam com suprimentos. 

A revolução cubana

Os membros do Movimento 26 de Julho desembarcaram em Cuba em 1956. Eles desceram do barco sob tiros dos soldados de Fulgêncio, que já sabiam de suas movimentações. Muitos morreram; apenas 22 se reagruparam para continuar a revolução.

Diante das mortes dos guerrilheiros, os soldados do governo afirmaram que Fidel Castro estava entre um dos mortos. Fulgêncio Batista e mídia internacional acreditaram nessa versão por mais de um ano.

Foi com a matéria de um jornalista do The New York Times que tudo mudou. No ano seguinte, Herbert Matthews, correspondente de guerra do jornal americano publicou uma matéria que ajudou na criação do "mito de Fidel Castro", dizendo: 

"Rebelde cubano é visto em seu esconderijo.

Castro ainda está vivo, e ainda está lutando bravamente nas montanhas. Essa é a primeira notícia segura de que Fidel Castro ainda está vivo e ainda está em Cuba. Ninguém fora de Sierra Maestra, quem dirá a imprensa, avistou o senhor Castro, exceto este que vos escreve.

Ninguém em Havana, nem mesmo a embaixada dos Estados Unidos, com todos os seus recursos de obtenção de informações, saberá disso até que esta reportagem seja publicada".

A matéria e a foto do jornalista fumando um charuto com Fidel fizeram com que fosse criado um mito de que os guerrilheiros eram imbatíveis. Segundo Miguel Centeno, historiador e sociólogo:

"O mito que surgiu era de que Fidel estava com outros 12 guerrilheiros. A mitologia criada em torno deles foi importante para essa história. Eu me lembro quando criança de ter um livro sobre 'Los 12'".

O economista Carmelo Mesa-Lago destacou que esse mito relaciona Fidel com Cristo, fazendo um paralelo com o simbolismo dos 12 apóstolos.

Após esse episódio, Fidel e seus guerrilheiros avançariam para o centro de Cuba partindo do sul, dominando cidade por cidade, até conquistar o poder em toda a ilha.

Como ocorreu essa conquista? Como realmente foi o regime de Fidel? Essas e outras explicações sobre a história e o regime cubano estão no IV episódio de História do Comunismo, exclusivo para assinantes.

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Informações exclusivas

A equipe responsável pelo Épico foi até Cuba entrevistar especialistas e testemunhas da revolução de Fidel Castro para coletar imagens e informações exclusivas. 

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Confira a seguir o primeiro trailer desse Épico BP:

Metade da produção foi disponibilizada gratuitamente no canal do YouTube da Brasil Paralelo. A intenção é divulgar um tema importante para o maior número de pessoas. 

A outra metade está sendo disponibilizada apenas para os assinantes do streaming, porque pela contribuição deles, tem-se as condições para continuar produzindo conteúdo.

Saber mais sobre um assunto como esse é essencial para se situar no mundo. O comunismo dominou quase metade do mundo no século XX e até hoje influencia a sociedade brasileira e internacional, ainda sendo o regime oficial de Cuba.

Os três últimos episódios tiveram que ser disponibilizados apenas para os assinantes para pagar os custos da produção. Além de terminar uma tarefa importante, você irá apoiar uma causa essencial para você e o Brasil:

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