“E sei que quando somos jovens, achamos que vamos viver para sempre, etc, etc. Mas lembre-se: cada comentário que você deixa ou cada lugar que você vai nessa coisa chamada internet, on-line, as coisas que você diz, elas vão viver mais do que você, mais que todos nós.
Isso é escrever a história que irá nos apresentar depois que tivermos partido. Então pense sobre essas coisas.
Eu tenho a impressão de que as pessoas acham que nada ali é permanente. Mas agora as coisas são muito permanentes”.
O ator Matthew McConaughey, um dos protagonistas do filme Interestelar participou do podcast de Mikhaila Peterson, filha do psicólogo clínico Jordan Peterson.
O ator dividiu como lida com o acesso de seus filhos às redes sociais e toda a exposição digital.
Matthew McConaughey divide com Peterson que mesmo com sua experiência de vida e sua maturidade, ainda sente efeitos negativos da exposição às redes sociais e outras questões que o mundo digital proporciona.
A entrevistadora pergunta como o ator lida com seus filhos e a relação deles com as redes sociais. Ele afirma que controla o uso.
“As crianças precisam ter esse nível de consciência? Olhar para esse espelho, que não é necessariamente um espelho verdadeiro, antes delas descobrirem quem realmente são? E sentir quem elas são?
Ir para a frente de um espelho verdadeiro e pensar: eu me pareço como eu me sinto! Eu me sinto como eu pareço. Essa é uma representação verdadeira de mim.
O que eu coloco para fora, reverte e volta para mim, é compatível. No mundo do Instagram você não vai ter isso.
Você pode ser inflado ou desinflado. Pode receber algo positivo ou negativo. Mas normalmente não é verdade”.
Diante da tendência de direcionar a atenção das pessoas, ou de inflar determinadas questões que não necessariamente são verdades, o ator questiona se realmente vale a pena deixar as crianças acessarem as redes.
McConaughey compara seu trabalho com o uso da internet. Nem sempre ele consegue transmitir o sentimento que gostaria. Nas redes, geralmente, tudo que é transmitido é diferente da intenção da pessoa.
“Submeter uma criança a isso… Eu ainda trabalho, com tudo que tenho fazer, com meus 51 anos, sempre tentei diminuir a distância entre o que eu quero fazer e o que as pessoas estão realmente recebendo.
Sempre houve uma distância entre essas coisas na minha vida, literalmente nos filmes. Por exemplo: há o que eu quero fazer e daí há o take. O diretor diz ‘venha dar uma olhada’. Eu olho para o monitor e penso ‘caramba, isso não parece com o que eu tinha intenção de fazer’.
Isso significa que ou eu não fiz o que tinha intenção de fazer ou a câmera estava posicionada de uma maneira que não captou do jeito que eu queria.
Então não foi uma impressão verdadeira, e eu estou tentando diminuir essa distância.
As crianças de hoje com o Instagram sempre tem uma distância. Para o lado positivo, o lado inflado, ou para o lado negativo. Isso é perigoso, um território complicado de se navegar quando você está tentando se encontrar”.
Profissionais da saúde afirmam que há relação direta entre o aumento do tempo gasto em redes sociais e o crescimento da depressão entre os jovens.
"O uso desmedido desses recursos tem gerado dependência e afetado as relações sociais, causando consequências à saúde mental dos indivíduos, principalmente dos adolescentes e jovens", apontou uma pesquisa realizada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas.
McConaughey entende a infância e a adolescência como um período de autoconhecimento. As redes, afirma o ator, atrapalham esse processo bombardeando os meninos de impressões falsas da vida.
“Eu não quero que nossas crianças vejam algo em um filme, ou um programa de TV e não tenham algum contexto de como aquilo funciona na vida.
Não quero que eles aprendam pela primeira vez através de uma representação fictícia, de alguém contando uma história. Eu quero que eles entendam a experiência real por trás daquilo.
Por exemplo, não quero que eles vejam uma cena de sexo até que eles entendam o que é o sexo. Não quero que eles aprendam isso e tenham perguntas vendo o ato pela primeira vez pela televisão. Prefiro que entendam o tema a partir daquilo que eu e a mãe deles podemos ensinar.
Eu quero ser aquele que diz ‘vamos dar uma olhada nesse livro. Esse livro te explica muito bem, de uma maneira verdadeira, saudável e construtiva. Eu quero ser o primeiro a dar isso a eles”.
“É complicado colocar um filtro nas redes sociais, lá fora é um velho-oeste para os filhos. Eles entram on-line, eles vêem alguma coisa, as propagandas saltam na tela… ‘isso parece bom’, e a criança clica naquilo, acabam em um lugar que não esperavam cair e de repente estão em um buraco mais fundo.’
Eu sou um cara de 51 anos de idade, responsável, e eu tenho problemas com isso”.
O próprio ator divide que, com toda a experiência de vida que tem, a internet ainda é um problema que ele precisa lidar:
“O que você estava fazendo nos últimos 40 minutos? Você veio aqui atrás de algo, intencionalmente e voluntariamente, mas 40 minutos depois você está tão distante disso que você quase se esqueceu o que veio ver aqui.”
Uma das alegorias mais conhecidas de todos os tempos, o Mito da Caverna de Platão, mostra como o ser humano pode se libertar da condição de escuridão, que o aprisiona, por meio da luz da verdade. O filósofo discute sobre a teoria do conhecimento, linguagem e educação por meio de uma história.
O Insight BP o Mito e explicará a sua relação com o mundo digital.
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