O governo brasileiro está avaliando a inserção do Brasil na nova rota da seda, um programa chinês de investimentos bilionários na área de infraestrutura. Caso o governo opte por seguir, o Brasil entrará no grupo dos 150 países que aderiram à iniciativa.
O presidente afirmou, durante uma coletiva de imprensa realizada por veículos de mídia estrangeiros realizada no dia 22 de julho, que precisa saber qual é o papel que o Brasil irá desempenhar no projeto, caso opte por aderir à iniciativa:
"Eu quero saber aonde é que a gente entra, em que posição nós vamos jogar, porque nós não queremos ser reserva, nós queremos ser titular."
O Brasil representa o maior parceiro econômico da China na América Latina, recebendo quase metade dos investimentos diretos chineses. A segunda posição é ocupada pelo México, com aproximadamente 3% do total.
A China também representa o maior importador de commodities brasileiras, garantindo ao país uma balança comercial superavitária.
O enfraquecimento das relações políticas e comerciais entre China e Argentina, causados pela postura diplomática de Javier Milei, também pode incentivar o governo chinês a tentar expandir sua presença no Brasil.
O país asiático tem oferecido uma parceria estratégica entre o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), iniciado no começo do ano passado, e a iniciativa denominada nova rota da seda.
O governo brasileiro busca negociar uma posição de destaque com mais vantagens para ingressar de fato no programa.
Lançada em 2013, a manutenção e expansão da iniciativa têm sido uma das questões mais importantes para a política externa de Xi Jinping.
Os investimentos, que já ultrapassam US$2 trilhões, trazem diversos benefícios para o governo e as empresas chinesas.
Primeiramente, os empréstimos ajudam o governo chinês a expandir sua capacidade de estabelecer parcerias e aumentar a profundidade dos laços com os governos que recebem o dinheiro.
É uma forma de melhorar a imagem do país e aprofundar a confiança junto a seus parceiros, possibilitando ao gigante asiático aumentar o leque de aliados geopolíticos e econômicos.
No entanto, a estratégia vem sendo acusada pelo governo americano e por membros da UE de levar os países a uma espiral de endividamento com o governo chinês, sendo chamada de "diplomacia da dívida".
Segundo as acusações, ao emprestar grandes valores para países em desenvolvimento, a China estaria criando uma relação de dependência e conseguindo influenciar seus devedores.
Assim, o governo chinês conseguiria garantir o envio de recursos necessários para seu avanço industrial e garantir a abertura de um novo mercado.
A acusação segue afirmando que os bancos chineses tomariam conta de infraestruturas fundamentais em troca do perdão da dívida.
A administração Xi Jinping e os países membros da nova rota da seda afirmam que a “diplomacia da dívida” não passa de uma narrativa infundada. O que é corroborado por dados de países devedores.
Um ponto que pode gerar maiores preocupações para o governo brasileiro é a forma como países economicamente relevantes que participaram da iniciativa não tiveram grandes vantagens.
O principal caso em que isso ocorreu foi na Itália. O governo assinou um acordo em 2019 esperando melhorar suas relações comerciais com o país asiático.
O resultado foi um aumento das exportações chinesas para o país em US$25,8 bilhões; porém as exportações italianas para a China ficaram aquém da expectativa, totalizando US$3,4 bilhões. Em 2024, a primeira-ministra, Giorgia Meloni, abandonou a iniciativa.
Há a expectativa de que o Brasil avance nas negociações até o mês de novembro, quando o chefe de Estado chinês, Xi Jinping, virá ao país para a reunião do G20 no Rio de Janeiro.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP