A delegação argentina presente no G20 se opôs à proposta de taxar grandes fortunas. Este posicionamento preocupa o governo brasileiro, que teme um possível fracasso da proposta.
O projeto havia sido inicialmente apresentado pelo ministro da Economia do Brasil, Fernando Haddad e havia sido aceito pelos outros países do bloco em julho.
Os negociadores do G-20 estão reunidos para finalizar acordos que serão incluídos na Declaração de Líderes do Rio, prevista para ser assinada durante o evento, nos dias 18 e 19 de novembro.
Um funcionário do Ministério da Fazenda do Brasil confirmou a O Estado de São Paulo que a delegação de Buenos Aires adotou uma postura hostil.
Diplomatas do Itamaraty também relataram dificuldades em convencer os argentinos a apoiar a proposta.
O negociador argentino, Federico Pinedo, não quis revelar aos jornalistas os detalhes da objeção ao projeto. Destacou que a negociação ainda está em andamento e evitou outros comentários.
Desde que assumiu a presidência, em dezembro de 2023, Milei tem reformulado a diplomacia do país.
Ele substituiu recentemente a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, por Gerardo Werthein.
Nos encontros do G-20, apesar de não alterar as equipes, a Argentina mudou sua postura, segundo fontes do Ministério da Fazenda e do Itamaraty.
Milei confirmou sua participação na cúpula do evento, planejando discursar sobre Fome, Pobreza e Reforma da Governança Global. Não abordará a questão climática, embora a Argentina não esteja fora de negociações para receber recursos de fundos de preservação ambiental.
Até o momento, não consta uma reunião dele com o presidente Lula. Javier Milei já protagonizou polêmicas com o atual chefe de Estado brasileiro e mantém proximidade com o ex-presidente Bolsonaro.
O texto proposto pelo ministério da Economia do Brasil enfatiza a tributação de indivíduos ultrarricos e afirma respeitar a soberania fiscal dos países. A ideia foi adotada pelo grupo em julho deste ano.
O objetivo é combater a evasão fiscal, ou seja, o pagamento de impostos em outros países.
O Brasil espera que a África do Sul, próxima presidente do G-20, continue promovendo a taxação de grandes fortunas. A medida busca evitar a fuga de capitais para paraísos fiscais.
Antes do G-20, Milei encontrou-se com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em uma demonstração de aliança política.
Além do alinhamento de valores, Milei espera que Trump auxilie a Argentina a conseguir um empréstimo de US$44 bilhões com o Fundo Monetário Internacional, com o qual o país atualmente acumula uma dívida milionária.
O atual governo brasileiro acredita que o retorno de Trump à Casa Branca poderá complicar algumas negociações em andamento no G-20. No entanto, continua as negociações, apesar das dificuldades técnicas e legais para implementar a taxação de super-ricos e destinar a arrecadação a fundos internacionais.
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