Após os últimos acontecimentos envolvendo o X (antigo Twitter) e o ministro Alexandre de Moraes, parlamentares intensificarão cobrança a Rodrigo Pacheco e Arthur Lira por uma resposta ao Poder Judiciário.
Neste final de semana, os brasileiros foram pegos de surpresa após o dono do X (antigo Twitter), Elon Musk, fazer acusações ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Musk publicou algumas declarações em sua rede social tecendo críticas ao magistrado.
Nas publicações, o sul-africano chega a chamar Moraes de “vergonha” e o questiona o motivo de “tanta censura no Brasil”.
O empresário também afirmou que iria divulgar as decisões do ministro contra a plataforma.
“X publicará tudo o que é exigido por Alexandre de Moraes e como essas solicitações violam a legislação brasileira.”, disse.
Elon Musk ainda pediu que o ministro renunciasse ou fosse impichado:
“Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment.”.
Os pronunciamentos do terceiro homem mais rico do mundo foram vistos de forma positiva pela oposição. A ala mais à direita do Congresso Nacional já vem há tempos cobrando Arthur Lira e Rodrigo Pacheco por uma resposta ao Judiciário contra os avanços do STF.
Agora, há a expectativa de que as declarações de Musk possam fortalecer a tese de que é necessário reestabelecer os limites dos poderes da Suprema Corte.
Uma das principais reivindicações dos oposicionistas ao governo Lula é a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Abuso de Autoridade.
A CPI conseguiu as assinaturas necessárias e foi protocolada, mas aguarda instalação por parte de Lira.
Outra pauta que deve voltar ao radar da Casa deve ser a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza o Legislativo a rever decisões do Judiciário.
A PEC proposta pelo deputado Domingos Sávio (PL-MG) visa alterar o artigo 49 da Constituição para que o Congresso suspenda, por maioria qualificada, decisões do STF.
Outro assunto que é muito falado é a abertura de processo de impeachment contra ministros do Supremo. Um impeachment contra ele ainda é considerado pouco provável.
O ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, incluiu Elon Musk como investigado no inquérito das Milícias Digitais.
“A INCLUSÃO DE ELON MUSK, dono e CEO (Chief Executive Officer) da provedora de rede social “X” - anteriormente “Twitter”, em face do cargo ocupado, como investigado no INQ. 4874, pela, em tese, DOLOSA INSTRUMENTALIZAÇÃO CRIMINOSA da provedora de rede social “X” - anteriormente “Twitter”, em conexão com os fatos investigados nos INQ 4781, 4923, 4933 e PET 12100;”, diz trecho da decisão.
Essa decisão se baseia no entendimento do ministro de que Elon Musk iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e TSE e instigou a desobediência e a obstrução à Justiça Brasileira.
O governo aproveitou a onda de acusações de Elon Musk para retomar o debate de regulamentação das redes sociais.
O ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, defendeu que regulamentar plataformas é “urgente”.
“É urgente regulamentar as redes sociais. Não podemos conviver em uma sociedade em que bilionários com domicílio no exterior tenham controle de redes sociais e se coloquem em condições de violar o Estado de Direito, descumprindo ordens judiciais e ameaçando nossas autoridades.”, disse o AGU.
Já a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, afirmou que as declarações de Musk “atentam contra a soberania nacional”.
“As manifestações indevidas e abusivas do bilionário estadunidense Elon Musk, dono da plataforma “X”, atentam contra a soberania brasileira e merecem o mais veemente repúdio.
Ao atacar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o bilionário ameaça diretamente o estado de direito democrático e as instituições do nosso país.”, declarou a deputada.
Na mesma linha, o deputado federal Guilherme Boulos também criticou o bilionário e pediu celeridade na tramitação do projeto que regulamenta as plataformas digitais.
“É um absurdo que Elon Musk afronte a soberania nacional. Vou atuar junto ao deputado Orlando Silva para que o PL 2630 seja pautado o quanto antes. Não podemos permitir novos ataques a democracia.”, afirmou Boulos.
Alinhado com seu colega de bancada paulista, o relator do PL 2630, batizado com o das “Fake News”, afirmou que o “faroeste digital não pode continuar”.
“O faroeste digital não pode continuar. O que é crime na vida real é crime também na internet. REGULAÇÃO JÁ! PL 2630 SIM!”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) em seu perfil no X.
O parlamentar deve conversar com o presidente Arthur Lira ainda esta semana para tentar convencê-lo a pautar o texto em Plenário.
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