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Quando falamos sobre o óleo de cozinha, ele é geralmente visto como o grande vilão da história.
Todo mundo já ouviu algum conselho dizendo que ele é “péssimo para a saúde” e que, se você quer viver uma vida longa e saudável, precisa bani-lo da sua cozinha.
Mas, antes de demonizar o pobre óleo de soja, milho, girassol ou canola, vamos falar sobre o que ele realmente oferece — porque, acredite ou não, ele também tem seu lado mocinho.
Óleos vegetais, quando usados com sabedoria, trazem uma série de benefícios para o organismo. Vamos aos mais populares:
Cada um desses óleos oferece nutrientes que podem ser valiosos para a saúde, como antioxidantes, vitaminas e ácidos graxos que ajudam no controle do colesterol e até na prevenção de doenças.
Agora, é claro, tudo isso vale desde que usado com moderação — não vale sair enchendo a frigideira como se não houvesse amanhã!
O óleo é um aliado até certo ponto… e esse ponto chama-se calor em excesso. O problema começa quando você aquece o óleo a temperaturas altíssimas, o que provoca a chamada oxidação.
Nessa condição, o óleo começa a produzir compostos nocivos como os aldeídos, que não são nada amigos do nosso organismo.
O resultado? Uma festa de substâncias que podem inflamar o corpo e aumentar o risco de doenças, como câncer e problemas cardiovasculares
Quando o óleo é aquecido de forma controlada, ele não vira um vilão. O problema está em atingir temperaturas muito altas, como quando você frita ou grelha um alimento a ponto de ele quase virar carvão.
É nesse momento que o óleo perde sua dignidade e, de saudável, passa a ser o “queridinho dos vilões”.
Vamos esclarecer outro ponto: quando você frita ou grelha em óleo uma única vez, ele não se torna “saturado” a ponto de ser comparado a uma barra de manteiga ou gordura animal.
Mas, quando você decide reaproveitar o óleo, aí sim começa a história de terror.
A cada reaquecimento, o óleo sofre novas oxidações e forma uma lista crescente de substâncias prejudiciais à saúde.
Pense nisso como se o óleo estivesse acumulando cicatrizes a cada uso — e essas cicatrizes químicas podem fazer mal para o seu corpo.
Portanto, reaproveitar óleo é como convidar problemas à mesa: você estará ingerindo uma verdadeira sopa de compostos tóxicos que fazem mal ao sistema cardiovascular, aumentam o risco de inflamações e até comprometem a função celular. Então, por mais tentador que seja economizar, o reaproveitamento do óleo não vale o risco.
Óleo de cozinha tem calorias, e não são poucas! Um simples fiozinho na frigideira já acrescenta, em média, 40 a 50 calorias ao seu prato.
E como ele é feito principalmente de gordura, é um combustível rápido para o ganho de peso se consumido em excesso.
Se você está tentando emagrecer, o óleo é uma daquelas calorias “invisíveis” que podem fazer diferença.
A matemática é simples: quanto mais óleo, mais calorias. Quanto mais calorias, mais difícil é a balança colaborar.
A resposta é: depende. Tanto o óleo de coco quanto a banha de porco têm suas qualidades, mas, no final das contas, o segredo está em como e quanto você consome.
Usando qualquer óleo ou gordura de forma equilibrada e aplicando a técnica certa, o resultado para sua saúde é praticamente o mesmo.
A diferença maior é o uso: evite frituras todos os dias. Uma a duas vezes por semana já é o ideal, e sempre com atenção à temperatura para que o óleo não sature e o alimento não absorva em excesso, virando uma “esponja” de calorias e gordura.
Então, vamos desmistificar: o óleo de cozinha, seja ele de soja, milho, girassol ou azeite, não é um veneno.
Ele pode fazer parte de uma alimentação saudável se for usado de forma moderada e com o aquecimento correto.
O problema está no uso excessivo, no reaproveitamento e na quantidade absurda que, muitas vezes, acabamos colocando na frigideira para uma simples fritura.
Então, da próxima vez que alguém disser que óleo de cozinha é “o demônio das dietas”, lembre-se: o problema não é o óleo em si, mas a maneira como o utilizamos.
Afinal, até os mocinhos precisam ser usados com moderação!