Gastrólogo com Especialização na Le Cordon Bleu Paris. Professor com mais de 40 mil alunos. Empresário e especialista em marketing, inovação e estratégias para redes sociais.
Na minha opinião, não, o croissant é bem melhor que o pão de queijo.
Mas isso não quer dizer que toda a culinária francesa é melhor do que a brasileira. Inclusive, essa é uma pergunta que eu não sei responder.
Apenas posso dizer que, na minha opinião e gosto pessoal, a culinária italiana é melhor que as duas.Até porque culinária e gastronomia têm uma grande diferença.
A culinária refere-se à arte de preparar e cozinhar alimentos, muitas vezes vinculada a uma região específica e suas tradições.
Gastronomia, por outro lado, é um termo mais amplo que abrange o estudo da relação entre cultura e comida.
Inclui não apenas as técnicas de preparo, mas também a ciência dos ingredientes e a influência cultural na forma de comer.
E podemos até argumentar que a gastronomia brasileira é mais plural e diversificada do que a francesa, tendo influências europeias, indígenas e africanas, além de asiáticas com as imigrações que tivemos para cá.
Mas não podemos dizer o mesmo da francesa? Visto que eles são um país milenar e que já tiveram vários impérios, reis, invasões e dominações diferentes durante milênios. Ou seja, a deles é plural e diversificada também, inclusive mais antiga que a nossa.
O ponto é que a cozinha francesa se tornou global e famosa a partir do momento em que eles estruturaram as bases das técnicas de cocção, e quem foi o pioneiro nisso foi a escola de gastronomia Le Cordon Bleu Paris, fundada em 1895.
Eles estruturaram as bases das técnicas gastronômicas e disseminaram para todo o mundo esse conhecimento.
Quando você acha que cozinhar é apenas um dom, um talento, e que, se eu cozinhei com amor, é porque está certo e está gostoso! Não! Isso é relativismo puro e eu luto contra isso porque há o certo e o errado.
Estamos em época de olimpíada, vamos tomar um paralelo com esse fato: os atletas que alcançaram o topo, e mesmo aqueles que não alcançaram, mas ao menos chegaram às Olimpíadas, você acha que eles chegaram lá sem técnica?
Não, lógico que não. Existe técnica para tudo: para andar, para respirar, para correr e assim por diante.
E você acha que não tem técnica para cozinhar?
Quando aplicamos as técnicas para cozinhar, a gente consegue resultados melhores, obviamente que são o que você cozinha mais rápido, sua comida fica mais saborosa, você não suja tantas coisas e o mais importante de tudo: você retém os nutrientes.
A sua comida passa a ser mais saudável, mais nutritiva, o que propicia que você tenha mais saúde, fique mais saciado ou seja, não vai ficar com fome o dia inteiro e, mais importante, consegue emagrecer sem fazer dieta.
Quando analisamos o povo francês e passeamos pelas ruas de Paris, percebemos que eles não são obesos e, ainda assim, a base da sua cozinha é a manteiga.
Um segredo por trás disso está no conhecimento que um cidadão comum francês tem sobre a comida e a valorização que eles dão a ela, e a priorização de comer os produtos mais naturais possíveis, em vez dos industrializados.
Quando pegamos os lugares no mundo onde existem as maiores taxas de pessoas que chegam próximo aos 100 anos, o segredo em comum em todas elas: eles comem mais comida de verdade do que a industrializada, cozinham sua própria comida e fazem atividade física.
Ou seja, o mundo inteiro tem que ser grato aos franceses pela organização das técnicas gastronômicas e pela disseminação disso pelo mundo.
Porque, através dessas técnicas e desse conhecimento, e como eu sempre falo, conhecimento é poder, nós podemos replicá-las na simples cozinha da nossa casa, no nosso simples fogão, com uma simples panela, mas que, quando feito com a técnica certa, essa comida passa a ser mais nutritiva e, com isso, temos mais saúde e não ficamos com sobrepeso.