Gastrólogo com Especialização na Le Cordon Bleu Paris. Professor com mais de 40 mil alunos. Empresário e especialista em marketing, inovação e estratégias para redes sociais.
Outro dia me peguei pensando: por que tantos supostos "especialistas" e influenciadores digitais insistem em defender a margarina? A resposta, amigo, não é sobre saúde, sabor ou ciência.
É sobre algo bem mais simples: dinheiro. E, convenhamos, a margarina é um dos produtos mais lucrativos que a indústria já inventou.
Vamos destrinchar isso juntos.
A margarina é um produto feito basicamente de gorduras industriais — a famosa gordura hidrogenada ou a tal da interesterificada, cheia de processos físico-químicos que dariam um nó na cabeça de qualquer um.
Misture isso com corantes, aromatizantes e emulsificantes, e voilà: temos um produto barato, de baixa qualidade, mas com uma margem de lucro absurda.
E aí está o ponto.
Enquanto a produção de manteiga exige creme de leite fresco e toda uma cadeia que depende de vacas bem cuidadas, pasto e clima, a margarina é fabricada a partir de óleos vegetais baratos, como soja e milho, que já vêm subsidiados.
O custo é mínimo, o lucro é gigante. E o que a indústria faz com tanto dinheiro?
Investem pesado em publicidade, contratam profissionais para dar respaldo científico e patrocinam congressos médicos e de nutrição. Aí o jogo fica desleal.
Aqui no Brasil, os impostos sobre produtos lácteos, como a manteiga, são muito mais altos do que sobre produtos ultraprocessados, como a margarina.
A manteiga, coitada, paga até 27% de impostos em algumas regiões, enquanto a margarina desliza com taxas bem menores.
Isso explica por que a margarina ocupa mais espaço nas prateleiras do supermercado: é mais barata, e o preço atrai o consumidor.
Mas, como diz o ditado, o barato sai caro — e, nesse caso, caro para a sua saúde.
Agora entra um componente político. Nos últimos anos, há um movimento global para demonizar os produtos de origem animal, como carne, leite e seus derivados, incluindo a manteiga.
Grandes fundos de investimento, como a BlackRock, têm financiado essa narrativa sob a bandeira da sustentabilidade e da redução de emissões de carbono.
Vacas, dizem eles, são as grandes vilãs da mudança climática, por emitirem gases como metano.
A solução? Promover alternativas industriais, como margarinas e substitutos "plant-based".
A questão não é só ecológica; é política e econômica. Essas indústrias lucram com a substituição dos alimentos naturais por produtos ultraprocessados.
E, claro, com muito dinheiro em jogo, a narrativa pega: margarina é promovida como "sustentável", enquanto a manteiga vira inimiga da humanidade.
Agora vamos ao ponto principal: não tem como comparar a manteiga com a margarina.
De um lado, você tem um produto com mais de 20 ingredientes, cheio de aditivos químicos, gorduras artificiais e processos industriais.
Do outro, você tem a manteiga, feita com apenas um ingrediente: creme de leite fresco. É natural, saborosa e, acima de tudo, saudável, desde que consumida com moderação.
No final das contas, não é a ciência que defende a margarina. É o dinheiro, a política e a propaganda!
A indústria da margarina tem bolsos fundos e um interesse enorme em fazer você acreditar que ela é uma escolha melhor.
Já a manteiga, que vem direto da natureza, depende de produtores que lidam com margens de lucro apertadas e impostos altos.
Então, da próxima vez que ouvir alguém exaltando a margarina, pergunte a si mesmo: quem está pagando por essa opinião?
E, na dúvida, escolha a manteiga!
Porque entre o natural e o ultraprocessado, eu sei muito bem de que lado eu quero estar. E você?