Gastrólogo com Especialização na Le Cordon Bleu Paris. Professor com mais de 40 mil alunos. Empresário e especialista em marketing, inovação e estratégias para redes sociais.
Cada dia descobrimos algo diferente no que consumimos, e ficamos surpresos, cheios de dúvidas, e com o seguinte questionamento: até onde vamos chegar?
Quem já é meu seguidor há algum tempo ou meu aluno dentro dos meus diversos cursos já sabe a composição básica do que é um chocolate.
Um chocolate de verdade, em sua essência, vai apenas três ingredientes:
Obviamente que estamos muito acostumados com o sabor lácteo do chocolate, que vem obviamente do leite.
Então, um chocolate ao leite, além desses ingredientes, é acrescido de leite em pó, ou seja, de três vai para quatro ingredientes e ponto final.
Avançando mais, mesmo porque ninguém gosta de ficar comendo a mesma coisa sempre, podemos saborear essa nossa barra de chocolate colocando baunilha, frutas, castanhas, amêndoas, avelãs, entre outros ingredientes que deixam a experiência do chocolate ainda mais incrível.
A partir disso, começa o problema.
Porque cada vez mais, a indústria insere ingredientes e produtos químicos, conservantes, estabilizantes, aromatizantes e tudo mais que a gente nem imagina, e eles inserem lá dentro, e principalmente, o pior ingrediente de todos que é inserido para dar volume, textura, durabilidade, mas que prejudica muito o sabor e que faz mal para nossa saúde, que é a gordura vegetal.
É uma gordura que passa pelo processo de hidrogenação e se torna a gordura vegetal hidrogenada, que é a fonte da gordura trans que traz diversos prejuízos para nosso organismo, principalmente cardiovasculares.
Então, de apenas três ingredientes, ou quatro, hoje, o chocolate que consumimos no Brasil tem essa composição:
A novidade agora é que começou a aparecer nas embalagens dos chocolates comerciais a informação de “pode conter látex natural”.
O látex natural é um produto derivado da seiva de algumas plantas, como a seringueira, e é utilizado em vários processos industriais, incluindo a fabricação de borrachas.
No contexto alimentar, o látex pode ser um alergênico, e sua presença, mesmo em traços, pode causar reações alérgicas em pessoas sensíveis.
A inclusão do látex em alimentos pode ocorrer devido ao contato cruzado durante o processamento, onde equipamentos ou embalagens contêm resíduos de látex.
Para pessoas que não têm alergia ao látex, geralmente não há problema em ingerir alimentos que contenham traços de látex natural.
No entanto, é sempre importante monitorar qualquer reação incomum ao consumir produtos que mencionam látex na embalagem, especialmente se você estiver incerto sobre possíveis sensibilidades.
Para não ser injusto, obviamente que pesquisei chocolates internacionais de países da Europa, como Bélgica, Suíça, Itália, Alemanha, Áustria, e também de chocolates brasileiros de alta qualidade, principalmente chocolates que levam a sigla bean-to-bar. Em nenhum deles constava essa informação sobre o látex.
Essa informação é muito relevante porque muitas pessoas possuem alergia ao látex e, ao consumi-lo, mesmo que em pequenas quantidades, como traços de látex, passam a ter diversos problemas e reações alérgicas.
E dentro da produção desses chocolates industriais e comerciais, é possível ter contaminação cruzada dentro da fábrica, seja pelos funcionários que manuseiam os produtos com luvas de látex ou mesmo na composição das embalagens e no processo de lacração delas.
Mas o ponto crucial de tudo isso e essa reflexão que eu trago aqui é para que a gente esteja cada vez mais atento ao que está na embalagem, porque, vou repetir, o que era para ter três ingredientes, e no máximo quatro ou cinco, visto que ao leite ou com sabores adicionais agora possuem produtos com mais de dez ingredientes, produtos que contêm diversos conservantes químicos, gordura vegetal hidrogenada e que isso obviamente prejudica a nossa saúde e a digestão do nosso organismo.
Não há problema de consumirmos produtos industrializados, mesmo porque não é possível alimentar 8 bilhões de pessoas neste mundo sem a indústria de alimentos, mas a gente tem que exigir e observar para sabermos o que estamos consumindo, pois a nossa saúde que é o bem mais importante que temos nessa vida.
E como sempre falo, conhecimento é poder, e hoje temos uma voz muito grande que são as redes sociais e a internet, e que sim, devemos usá-las para cobrar as grandes indústrias e cobrar de quem não faz bons alimentos para nós.
Esse é meu trabalho aqui, eu continuo dia após dia, mesmo com toda perseguição que eu passo, mas a minha missão é muito maior, é cuidar da saúde de vocês. Contem comigo.