que elogia o governo e ataca opositores do petista.
"Lula repete o gabinete do ódio”. A sentença resume a matéria publicada ontem pelo jornal O Estado de São Paulo. A reportagem denuncia que o influenciador Thiago Reis estaria recebendo orientações de dentro do Palácio do Planalto para compartilhar vídeos em defesa do governo em seu canal do YouTube.
Reis também seria orientado a publicar textos e vídeos que atacam adversários políticos do PT, especialmente a família do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O influenciador é proprietário do canal Plantão Brasil, que até a manhã de hoje (12) tinha 1,53 milhão de inscritos. Até o dia 10 de junho, os vídeos do canal acumulavam 989 milhões de visualizações nos últimos 7 anos.
O número de acessos ao conteúdo é seis vezes maior que o número de visualizações de um dos principais canais da direita, o Hipócritas. Criado em 2014 pelos influenciadores Bismark Fagazza e Paulo Souza, o canal tem como conteúdo paródias do presidente Lula e de outros membros da esquerda.
Reis enfrenta 15 processos judiciais, incluindo uma condenação à prisão em uma ação movida por seu próprio pai. O processo se refere à pensão alimentícia que o influenciador deveria pagar ao genitor, que foi interditado devido a problemas psiquiátricos e alcoolismo.
Desde o ano retrasado, ele não mantém contato com seu pai. A reportagem afirma que a justiça não conseguiu citá-lo em nenhuma das ações, pois os dados fornecidos são considerados equivocados ou indicam que o réu se mudou. Hoje em dia, o influenciador alega que mora no México.
O veículo de imprensa teve acesso à prints de um grupo de WhatsApp denominado “gabinete da ousadia”. No texto é possível ler uma mensagem que parece ser a da agenda de membros do governo em Aracaju. Abaixo, consta o aviso que a mesma é de “uso interno”.
O grupo de pessoas teria sido contratado pelo PT para atuar em redes sociais, replicando as informações em outros pequenos grupos. Entre as mensagens divulgadas pelo grupo estariam ataques a críticos, desqualificação da imprensa. Além disso, estariam também divulgando inverdades acerca da tragédia quew atingiu o Rio Grande do Sul. Uma dessas pessoas seria Thiago Reis.
O Youtuber foi um dos que divulgaram o suposto “gabinete do ódio”, que seria mantido pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A denúncia foi feita no final de 2019 e apontava que o grupo era formado por um núcleo de assessores do então mandatário. Liderados por Carlos Bolsonaro, os membros do grupo seriam responsáveis por “produzir relatórios diariamente e aplicar neles suas interpretações sobre fatos do Brasil”.
O Estadão afirma que a semelhança entre o estilo das postagens do influenciador com outras pessoas que também estariam ligadas ao “Gabinete da Ousadia” provariam o envolvimento de Thiago Reis no esquema.
A tese de o Estadão se fundamenta na agressividade e sensacionalismo das falas de reis. Isso seria uma forma de atrair mais cliques e divulgar melhor a narrativa governista. Tudo feito sem que o espectador tivesse ciência de quem está por trás da informação.
A estratégia do atual governo seguiria o mesmo padrão do “gabinete do ódio” de Bolsonaro, direcionando diretamente aos influenciadores a maneira como as notícias sobre o governo deveriam ser divulgadas. Além disso, ataques a adversários do governo também estariam sendo orquestrados pela Secom.
Os últimos vídeos publicados no canal tecem elogios exagerados a Lula e propagam meias verdades. Num deles Reis afirma que o dinheiro enviado pelo petista para socorrer as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul é o maior pacote de ajuda humanitária da história do Brasil”, sendo superior inclusive ao que foi investido por Bolsonaro no combate à covid-19.
A informação porém aparece incompleta. A maior parte dos R$50 bilhões repassados pelo governo ao estado foi um empréstimo, devendo ser pago conforme acordo entre o estado gaúcho e o Planalto. Sobre as despesas federais durante a pandemia, o Estadão apurou que R$226 bilhões foram gastos para combater o vírus.
Os últimos vídeos publicados no canal tecem elogios exagerados a Lula e propagam meias verdades. Num deles Reis afirma que o dinheiro enviado pelo petista para socorrer as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul é o maior pacote de ajuda humanitária da história do Brasil”, sendo superior inclusive ao que foi investido por Bolsonaro no combate à covid-19.
A informação porém aparece incompleta. A maior parte dos R$50 bilhões repassados pelo governo ao estado foi um empréstimo, devendo ser pago conforme acordo entre o estado gaúcho e o Planalto. Sobre as despesas federais durante a pandemia, o Estadão apurou que R$226 bilhões foram gastos para combater o vírus. Os dados são do Tesouro Nacional.
Curiosamente, alguns dos conteúdos mais populares do canal são os que atacam a dignidade da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Em um deles, Reis acusa a esposa de Bolsonaro de adultério, divulgando uma foto dela beijando seu amigo Agustín Fernandes. Outro vídeo afirma que Eduardo Bolsonaro teria ameaçado de morte o ministro Alexandre de Moraes.
Ferrenho adversário do presidente Lula, o dono da Havan também foi vítima de ataques através de conteúdos publicados no canal. Luciano Hang foi acusado de matar sua própria mãe durante a pandemia de Covid-19. No vídeo, Reis alega que o empresário teria feito um "teste” e “obtido lucro”.
A denúncia revela que todos os dias, por volta das 8 da manhã, ocorria uma reunião online com a participação dos influenciadores e membros da Secom. Participaram também membros do PT Nacional e os líderes do partido na Câmara e no Senado.
O deputado Jilmar Tatto (PT-SP) foi quem vazou a existência do encontro. A conversa teria acontecido em um evento do partido dos trabalhadores em dezembro do ano passado. Na conversa, Tatto teria afirmado se tratar de um trabalho de comunicação baseado em “metodologia, ciência e expertise”. Ele alegou que o motivo das reuniões era “fazer disputa política com os adversários do PT.
Procurada para comentar as denúncias, a Secom não se pronunciou até o fechamento da reportagem. Já o influenciador Thiago Reis afirmou à reportagem do Estadão que não recebe informações de dentro do Planalto, tampouco dinheiro do governo. Segundo o influenciador, o objetivo de seu canal é “defender a democracia”.
A reportagem apurou que o valor recebido por Thiago Reis, através da monetização de seus vídeos, pode chegar a R$550 mil mensais. O valor é pago pelo YouTube para canais que atingem determinadas métricas de alcance, visualizações, comentários e curtidas.
É como se os youtubers fossem atores, pagos por uma emissora de TV para gerar entretenimento a seus espectadores. Os repasses são feitos em dólar, o que significa que os ganhos em real podem variar conforme a cotação da moeda americana no dia do pagamento. Reis também fatura por meio de doações de internautas. Em alguns vídeos, ele divulga sua chave PIX pedindo contribuições para que possa manter o canal.
O jornal procurou o YouTube para comentar sobre a divulgação de fake news pelo canal de Thiago Reis, mas até o fechamento da matéria não retornou as mensagens do veículo de imprensa.
A denúncia de que o influenciador do canal Plantão Brasil estaria recebendo orientações do Palácio do Planalto para defender o governo e atacar adversários políticos, foi negada pela Secom. O influenciador também afirma que jamais recebeu dinheiro do governo e que luta pela democracia.
O Estadão, porém, divulgou até mesmo mensagens de WhatsApp que evidenciam que há sim comunicação entre o Palácio do Planalto e produtores de conteúdo.
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