A PF prendeu hoje, 14 de dezembro, o general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. Ele já havia sido indiciado na operação Tempus Veritatis, que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
Na manhã de hoje, a PF realizou buscas na casa do general, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Após a prisão, ele será encaminhado ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército.
Braga Netto é general quatro estrelas da reserva do Exército, ou seja, ocupa o mais alto posto na hierarquia militar em tempos de paz.
Braga Netto foi indiciado em novembro, junto com Bolsonaro e outras 35 pessoas, muitas das quais atuam em posições políticas de destaque na direita.
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O inquérito da PF tem 884 páginas, em que o grupo é acusado de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado democrático de Direito.
Após pedir a prisão do general, a instituição emitiu uma nota afirmando que, neste sábado, cumpre "mandados judiciais expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em face de investigados no inquérito" do golpe. Afirmam também que a liberdade de Braga Netto representa um risco à ordem pública devido à possibilidade de que ele voltasse a cometer ações ilícitas.
A defesa do general ainda não se manifestou.
Depois do indiciamento, o advogado Luís Henrique Prata, responsável pela defesa do general, afirmou que seu cliente "repudia veementemente, e desde logo, a indevida difusão de informações relativas a inquéritos, concedidas 'em primeira mão' a determinados veículos de imprensa em detrimento do devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas".
De acordo com o inquérito, Braga Netto e o general Augusto Heleno teriam planejado liderar um grupo de crise pós-golpe para organizar novas eleições.
O ex-ministro supostamente debateu sobre e aprovou estratégias de ruptura institucional em sua residência, com participação de figuras como Mauro Cid.
O grupo visava criar uma unidade ligada ao ex-presidente Bolsonaro para gerenciar as etratégias e a comunicação, conquistando apoio entre militares e figuras políticas.
Além disso, o general teria pressionado lideranças militares a apoiarem o plano, inclusive arquitentando campanhas de dstruição reputacional contra os que se opuseram.
Segundo a PF, ele foi o suposto coordenador das ações ilícitas praticadas pelos chamados “kids pretos”, ou seja, militares das Forças Especiais.
O general também teria sido um dos principais responsáveis pela obtenção de financiamento para as ações golpistas.
Há ainda outras acusações.
Segundo a PF, Braga Netto teria tentado obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Também teria se mobilizado para tentar controlar as informações fornecidas e alinhar versões entre os investigados.
Alguns veículos de imprensa relatam que desde o início das investigações a Polícia Federal se questiona se há elementos suficientes para prender ou não Braga Netto.
Investigadores enfatizavam que não havia dúvidas da centralidade de Braga Netto na trama, mas que no caso de um general da envergadura de Braga Netto não se pode errar.
Ao longo da apuração, a PF concluiu que Braga Netto era o arquiteto do golpe, a principal autoridade na elaboração e planejamento da estratégia. Ele participava de dois núcleos: Incitação Militar e o de Oficiais de Alta Patente e Apoio e era quem dava respaldo e credibilidade ao plano.
De acordo com o inquérito, o principal beneficiado com a articulação seria Jair Bolsonaro, que permaneceria no poder. No entanto, o mentor intelectual da estratégia e que tornaria possível sua execução junto às Forças Armadas seria Braga Netto.
Essas informações foram confirmadas pela delação premiada de Mauro Cid. E essas informações os investigadores acreditam terem alcançado com o avanço da apuração, inclusive, com informações da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O general está preso em caráter preventivo, ou seja, antes do julgamento, para garantir que o processo legal ocorra de maneira adequada. A defesa deve entrar com um pedido de habeas corpus em breve.
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