Na manhã deste sábado, 14 de dezembro, o general da reserva do Exército e ex-ministro Braga Netto foi preso em sua residência no Rio de Janeiro. A operação foi conduzida pela Polícia Federal, que chegou ao endereço pouco após as 6h.
Além da prisão, foi apreendido o celular de Braga Netto, que seguiu com os policiais para a sede da PF. Posteriormente, o ex-ministro foi encaminhado à Vila Militar, onde aguardará uma audiência de custódia marcada para ocorrer ainda hoje à tarde.
Braga Netto ocupou posições de destaque durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tendo atuado como ministro-chefe da Casa Civil e da Defesa. Em 2022, integrou a chapa presidencial como candidato a vice-presidente.
A prisão do general gerou reações de parlamentares de diferentes espectros políticos. No lado da esquerda, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) destacou a prisão como um marco na responsabilização de quem atentou contra a democracia brasileira.
“O Brasil acordou com a notícia da prisão do General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-vice na chapa de Bolsonaro em 2022, pela Polícia Federal. A democracia brasileira respira aliviada diante dessa ação contra quem tentou destruir o Estado Democrático de Direito e financiar o golpe de 2022”, afirmou Carvalho.
Já a deputada Natália Bonavides (PT-RN) pediu a ampliação das investigações e defendeu “que a prisão do general Braga Netto seja apenas o começo”.
“O destino de quem tenta destruir a democracia é a lata de lixo da história”, concluiu Bonavides.
A deputada Érika Kokay (PT-DF) reforçou o apelo pela não anistia aos envolvidos em ataques à democracia.
“Democracia é coisa séria. Sem anistia para golpistas. Braga Netto é o primeiro general 4 estrelas preso. Que o próximo seja o inelegível”, declarou Kokay, defendendo que o próximo preso seja o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Parlamentares da oposição, por sua vez, criticaram a prisão, apontando excessos e desrespeito às garantias constitucionais. O senador Marcos Rogério (PL-RO), por exemplo, manifestou preocupação com o impacto da medida sobre os princípios do devido processo legal.
“Em um cenário de respeito às leis e à Constituição, decisões judiciais devem ser pautadas pela razão e pelos princípios do devido processo legal. Estamos falando de justiça, e não de vingança. Braga Netto não representa qualquer ameaça à ordem pública, tampouco há risco de fuga. Essa prisão, portanto, não apenas carece de fundamentos sólidos, mas também configura um desrespeito flagrante às garantias constitucionais, ao devido processo legal e aos princípios que sustentam a justiça em um Estado Democrático de Direito”, disse o senador.
O deputado Éder Mauro (PL-PA) comparou o episódio a práticas autoritárias e apontou uma “venezuelização” do Brasil.
“A prisão do General Braga Netto é mais um passo no processo de ‘venezuelização’ do Brasil. Pelas informações divulgadas pela imprensa amiga do regime, a prisão de Braga Netto teria sido motivada por um rumor, de que ele teria buscado informações sobre a delação de Mauro Cid”, pontuou Éder Mauro.
Na mesma linha, o deputado Junio Amaral (PL-MG) classificou a ação como parte de uma agenda autoritária no país.
“A Polícia Federal acaba de prender Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente e ex-ministro da Defesa no governo de Jair Bolsonaro. Mais um capítulo da sanha autoritária que toma conta deste país”, declarou Amaral.
O Exército afirmou que acompanha as diligências policiais envolvendo os oficiais da reserva da Força, mas que não se manifestará sobre as investigações em curso.
“Este Centro [de Comunicação Social do Exército] informa, ainda, que o Exército vem acompanhando as diligências realizadas por determinação da Justiça e colaborando com as investigações em curso. A Força não se manifesta sobre processos conduzidos por outros órgãos, procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”, destacou o órgão em nota oficial.
A prisão do general promete continuar repercutindo no cenário político nacional, com desdobramentos esperados após a audiência de custódia e possíveis atualizações sobre as investigações em curso.
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