O tapete vermelho estendido ao final da escada do avião já representava o decoro escolhido para receber o convidado. Assim que desceu da aeronave, uma comitiva de homens e mulheres vestidos formalmente foram dar as boas-vindas ao presidente russo Vladimir Putin.
Enquanto o líder russo caminhava para o carro oficial, soldados do Exército de Libertação Popular chinês, enfileirados ao redor do tapete, empunhavam seus rifles e baionetas para saudar o presidente russo com honrarias militares.
As imagens da chegada de Putin em terras chinesas, no dia 15, anunciavam o início de sua primeira viagem oficial após o início do novo mandato.
No dia seguinte, Putin se reuniu com o presidente chinês Xi Jinping para tratarem sobre a parceria estratégica entre os dois países.
A delegação russa foi recebida pelo presidente chinês no Grande Salão do Povo de Pequim, onde os hinos dos dois países foram tocados e ocorreu uma cerimônia militar.
Os dois líderes assinaram uma declaração conjunta de que os países irão “injetar um forte impulso” no aprofundamento de suas relações.
A conversa entre os chefes de Estado teve um clima amigável. Xi Jinping chamou Putin de “velho amigo” ao que Putin correspondeu tratando a conversa como “calorosa e camarada”.
Xi Jinping também afirmou que a aliança russo-chinesa estaria conduzindo o mundo rumo à paz global e o russo afirmou que:
“Juntos estamos defendendo os princípios da justiça e de uma ordem mundial democrática que reflita as realidades multipolares e baseada no direito internacional.”
A guerra na Ucrânia, que está passando por uma grande ofensiva russa, também foi uma das questões abordadas ao longo da conversa entre os dois presidentes, o líder chinês defendeu uma solução política para o conflito:
“A China aguarda com expectativa uma rápida restauração da paz e da estabilidade no continente europeu. Continuaremos a desempenhar um papel construtivo para esse fim.”
É importante lembrar que o governo chinês, apesar de sua relação próxima com a Rússia, mantém status de neutralidade no conflito.
A relação entre Rússia e China nos dias de hoje é uma das maiores preocupações das lideranças ocidentais.
A aliança entre as nações, que foram grandes rivais dentro do bloco socialista nos tempos da Guerra Fria, é embasada na visão compartilhada de uma Nova Ordem Mundial baseada na multipolaridade.
Após o colapso total da URSS, em 1991, o mundo passou por um período em que a única superpotência capaz de exercer influência em escala global eram os Estados Unidos.
Para muitos analistas como Charles Krauthammer, esse período pode ser classificado como uma ordem unipolar, pois havia apenas um grande polo de poder regendo o Sistema Internacional.
Foi um período de fortalecimento do direito e das instituições internacionais, em que a diminuição das tensões entre Estados e o avanço da cooperação econômica sob a liderança dos EUA levaram diversos intelectuais, como Fukuyama, a acreditarem que o mundo havia embarcado no “Fim da História”, uma era de paz perpétua garantida pelas instituições intergovernamentais liberais.
Intelectuais como John J. Mearsheimer, fenômenos políticos como a ascensão econômica da China, a recuperação russa orquestrada por Putin e a expansão da OTAN para os países do leste europeu começaram a minar o poder e legitimidade dos EUA como a grande liderança global e fortaleceram potências revisionistas a expandirem suas influências.
Atualmente, Rússia e China visam se posicionar como alternativas aos EUA, tentando atrair para suas zonas de influência quaisquer países não alinhados ao ocidente.
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