As virtudes dos heróis brasileiros foram apagadas e substituídas apenas por vícios

Após a exibição do primeiro episódio de Brasil, A Última Cruzada na Première do Rio de Janeiro, houve uma conversa conduzida por Lucas Ferrugem com alguns dos entrevistados da série presentes no evento.

Para o professor Rafael Nogueira, presente na conversa, as belezas naturais brasileiras são um ponto que deve gerar orgulho e admiração, mas isto não pode sobrepor as grandezas humanas do Brasil.

O brasileiro muitas vezes valoriza apenas as belezas naturais de seu país e despreza ou desconhece as virtudes heróicas de homens que devotaram suas vidas à construção da nação brasileira.

"A gente tem realmente no Brasil uma potencialidade, o Rio de Janeiro é a coisa mais linda que existe, do ponto de vista natural e das suas edificações humanas. Mas quando se supervaloriza isso, como na moeda, troca-se uma tradição de colocar aquelas personalidades que nós mais valorizávamos e colocamos elementos de nossa fauna. Quando isto ocorre, temos um problema porque começamos a perder a noção das referências".

Poucos brasileiros hoje sabem que Dom Pedro I conduziu as tropas na resistência brasileira da Guerra de Independência.

Ou que Dom Pedro II foi responsável por criar uma identidade para a nação nascente.

Nomes como Carlos Gomes, músico brasileiro internacionalmente reconhecido em seu tempo, Joaquim Nabuco, importante abolicionista, e Machado de Assis, um dos maiores literatos brasileiros, são completamente desconhecidos e ignorados.

No lugar desses personagens realmente importantes, vemos as escolas e a mídia divulgando um Dom Pedro I mulherengo e descompromissado, Dom João VI como um glutão atrapalhado.

As virtudes dos heróis brasileiros foram apagadas e substituídas apenas por vícios. Aos poucos, importantes nomes tornaram-se a origem dos problemas do nosso país.

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