O retorno de Donald Trump à Casa Branca é um dos temas que está preocupando líderes do G20, cuja cúpula começa hoje, 18 de novembro, no Rio de Janeiro.
Trump promete reverter políticas ambientais estabelecidas por Joe Biden, trazendo incertezas quanto ao futuro da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 29).
O argentino Javier Milei também é motivo de apreensão entre as autoridades. Crítico da agenda woke e do multilateralismo, o líder ordenou a saída de seus representantes das negociações climáticas em Baku, onde estão ocorrendo as negociações da COP 29.
Buenos Aires apresentou objeções ao rascunho da declaração final do G20 e pode não assiná-la, segundo o chefe da delegação argentina, Federico Pinedo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos chefes de Estado do G20 que mostrem liderança e façam "concessões" para um "resultado positivo na COP 29".
Ontem, 17 de novembro, ele disse que “o fracasso não é uma opção", referindo-se à trajetória crescente das temperaturas globais.
"Faço um apelo a todos os países para que tenham espírito de consenso, para que exibam bom senso e para que encontrem as possibilidades de transformar esta reunião do G20 em um êxito, com decisões que sejam relevantes para a ordem internacional".
Já o presidente Lula, anfitrião do evento, busca desviar o foco das guerras e concentrar-se em temas como a pobreza.
O brasileiro lançará a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, além de avançar na ideia de taxação para os "super-ricos", pauta que já recebeu apoio para cooperação.
A reunião ocorre com a ausência do presidente russo, Vladimir Putin, representado por seu chanceler, Serguei Lavrov.
Após a Ucrânia sofrer ataques russos, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou Kiev a usar mísseis americanos de longo alcance contra alvos na Rússia.
Biden esteve na floresta Amazônica, onde sobrevoou a mata e discursou. O americano relembrou o legado de seu governo, que termina no dia 20 de janeiro de 2025.
Essa será a última cúpula do G20 de Biden antes de transferir o poder a Trump em janeiro. Ele reafirmou que a revolução da energia limpa nos EUA “não pode ser revertida”. Veja o vídeo:
Os desdobramentos da Cúpula do G20 serão conhecidos nos próximos dias. Enquanto Javier Milei aparentemente está interessado em defender os interesses da Argentina acima de qualquer coisa, a volta de Trump à Casa Branca gera incertezas na agenda da ONU.
Com a autorização de Biden para o uso de mísseis americanos contra a Rússia, é possível que as tensões globais aumentem nos próximos dias.
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