A corrida para a prefeitura de São Paulo, conhecida por ser uma das mais acirradas e estratégicas do país, ganhou um novo capítulo marcado por tensões e trocas de farpas entre o empresário Pablo Marçal (PRTB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus familiares.
O embate começou nas redes sociais e revela uma complexa teia de alianças e rivalidades. Lançando luz sobre a busca de um espaço no eleitorado conservador, tradicionalmente alinhado com Bolsonaro, o ex-coach luta pelo apoio.
O levantamento do DataFolha divulgado hoje revela que Marçal tem 21% das intenções de votos, empatado com Boulos (23%), e Nunes (21%).
Tudo começou com uma interação aparentemente cordial. Em uma publicação no Instagram, Bolsonaro compartilhou uma foto sorrindo, acompanhada de uma legenda que destacava feitos de seu governo no setor ferroviário.
Marçal comentou: "Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós." O que poderia ter sido apenas uma mensagem de apoio, rapidamente se transformou quando Bolsonaro respondeu: "Nós? Um abraço".
Marçal também afirmou que, por ter ajudado Bolsonaro, acabou entrando na lista de investigados da Polícia Federal. "Se não existe o nós, seja mais claro. Entendo sua palavra ao Valdemar Costa Neto, mas a honra e a gratidão são frutos de um homem sensato", escreveu Marçal.
O episódio revela uma tensão latente na campanha do empresário, que tenta se consolidar como o candidato de direita em São Paulo, uma posição que naturalmente o coloca em rota de colisão com Bolsonaro, que já declarou apoio à reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Embora Bolsonaro tenha elogiado Marçal em ocasiões anteriores, referindo-se a ele como "uma pessoa inteligente" com "suas virtudes", as últimas interações públicas entre os dois sugerem um afastamento estratégico.
O núcleo de apoio ao ex-presidente, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), não deixou de responder à ofensiva de Marçal.
Eduardo, conhecido por sua postura combativa, fez questão de lembrar declarações passadas do empresário, quando este comparou Bolsonaro a Lula, dizendo que a diferença entre os dois era que "um deles tinha um dedo a menos".
A crítica de Eduardo foi incisiva, comparando Marçal ao vice-presidente Hamilton Mourão, outro personagem com quem Bolsonaro teve atritos durante seu governo.
Na tarde desta quarta-feira (22/8), Eduardo postou um vídeo, que foi apagado aproximadamente 10 minutos após sua publicação, intitulado: “Este vídeo é para você que cogita fazer o M”.
Na publicação, o candidato do PRTB rebateu criticando o parlamentar pela ofensiva contra ele. “O esforço tá (sic) grande né irmão? Faz o M28 e se for chorar manda áudio”, comentou o empresário.
A situação se complicou ainda mais com o crescente apoio obtido por Marçal entre o eleitorado conservador, o que pressiona a campanha de Nunes.
Na última pesquisa Atlas Intel, Marçal cresceu 4,9 pontos percentuais, enquanto os dois favoritos perderam pontos: Boulos recuou 4,2 pontos percentuais e Nunes 4,1.
Eduardo Bolsonaro intensificou suas críticas e reafirmou o apoio da família Bolsonaro a Nunes.
Nos últimos dias, a campanha de Nunes entrou em alerta, especialmente após Bolsonaro gravar um vídeo pedindo votos para o atual prefeito e deixando claro que seu vice seria o coronel Ricardo Mello Araújo (PL).
A decisão de Bolsonaro de manter o apoio a Nunes, mesmo diante da ascensão de Marçal, revela uma estratégia de contenção, visando evitar que o empresário ganhe ainda mais força com seu eleitorado.
Apesar das críticas, Marçal mantém sua postura combativa e, em um vídeo recente, reafirmou sua candidatura, descartando qualquer possibilidade de recuo. "O povo de São Paulo não vai prestar continência nem para vagabundo de Boulos, nem para o banana do Nunes", disse Marçal, em um tom que mescla desafio e desdém.
Ele deixou claro que, com ou sem o apoio de Bolsonaro, continuará sua campanha com o objetivo de derrotar tanto Nunes quanto Guilherme Boulos (PSOL), outro candidato de destaque na disputa paulistana.
A troca de farpas entre Marçal e Bolsonaro, além de agitar a campanha, evidencia as fraturas dentro do campo conservador em São Paulo, com cada lado buscando consolidar sua base de apoio. Enquanto Marçal tenta se projetar como a nova voz da direita na capital paulista, Bolsonaro e seus aliados sinalizam para Nunes.
A poucos dias do primeiro turno, a corrida pela prefeitura de São Paulo promete ser ainda mais turbulenta, com novos capítulos de tensão e confrontos entre os principais candidatos e suas respectivas bases de apoio.
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