Pessoas com transtornos mentais eram amarradas, acorrentadas e jogadas na água fria no século XIX. Ainda não havia recursos médicos e conhecimento suficiente para lidar com esses pacientes.
Já na década de 1950, de cada 10 leitos hospitalares do mundo ocidental, 7 eram em hospitais psiquiátricos, o que causava um grande custo para a saúde.
O primeiro medicamento para a saúde mental que surgiu à época, na França, foi a clorpromazina. A droga foi capaz de resgatar milhares de pacientes de tratamentos cruéis.
"Esse único remédio fez com que metade dessas pessoas recebessem alta e fossem para casa. Não temos dúvidas da eficácia dos remédios para doenças como transtornos psicóticos", afirmou o psiquiatra e escritor Frederico Porto, que já atendeu mais de 14 mil pacientes em 25 anos de carreira.
Dada a complexidade do cérebro humano, o médico explica que os transtornos mentais podem ser tratados de várias maneiras.
"A melhora ou a cura de cada indivíduo pode se dar por caminhos completamente diferentes", ressaltou Porto.
Um desses caminhos são os remédios.
Doutor em psicobiologia e mestre em farmacologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Marcello Danucalov diz que não podemos ser injustos com a psiquiatria. Nem com a contribuição dos psicofármacos na melhoria da saúde dos que sofrem com doenças mentais.
"A psiquiatria não é uma ciência objetiva; de certa maneira, ela está medicando muito, e medicando afetos além dos que deveria. Mas é inegável que muitas pessoas também se beneficiem com os medicamentos utilizados para os transtornos mentais", avaliou.
Emocionado, Danucalov diz que seu pai provavelmente estaria vivo se, em seu tratamento para saúde mental, tivesse tomado medicamentos.
"Ele poderia estar aqui se tivesse feito o uso do Prozac. Eu me arrependo muito de não ter tentado, de não ter estimulado meu pai a usar esses fármacos", lamentou.
Danucalov lembra da época que levou seu pai para se tratar com um famoso psicoterapeuta.
"O terapeuta me chamou num canto e falou: 'A vida do seu pai está nas mãos dele. Ele vai precisar de vontade para sobreviver. Se não tiver vontade, eu dou 6 meses de vida para ele'. Exatamente depois de 6 meses, meu pai faleceu", contou Marcello Danucalov.
O psicobiólogo fala da importância de um tripé da filosofia:
"O ser humano é feito de afetividade ou emoções; é feito também de intelecto ou da razão; mas também é feito de vontade - ou do livre arbítrio. Algumas pessoas têm um intelecto absolutamente privilegiado, mas não têm vontade, elas precisam polir dentro delas a potência que pode ser transformada em ação".
O tema do Movimento Janeiro Branco em 2023 é "A vida pede equilíbrio". O Janeiro Branco é um movimento social que chama atenção para o cuidado com a saúde mental da população.
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