A produtividade no trabalho do brasileiro não tem evoluído. Este fator terá importância cada vez maior para que o Brasil estimule sua economia, o que fomenta o crescimento e a geração de riquezas.
O termo produtividade é associado à ideia de eficiência para realizar tarefas e objetivos. Quanto mais produtivo um país ou uma empresa, maior a capacidade de atingir o planejado no menor tempo possível.
No Brasil, essa é uma questão historicamente complexa, uma vez que os avanços nesse indicativo sempre foram pequenos em comparação a outros países.
A produtividade por hora trabalhada no Brasil cresceu apenas 0,3% ao ano no período entre 2013 e 2023. O número leva em conta o setor primário, relativo aos trabalhos da terra, secundário, todo o complexo industrial, e o terciário, referente à prestação de serviços.
A pequena melhora na produtividade brasileira registrada no período só foi possível por conta dos avanços do agronegócio em termos técnicos.
O setor agropecuário apresentou um aumento nas taxas de produtividade anual de 5,8% no período analisado. Muito mais do que o percebido na indústria, com alta de 0,1%, e pelo setor de serviços, onde a produtividade por hora trabalhada caiu 0,3% ao ano.
O cálculo para descobrir a taxa de produtividade em um país é relativamente simples, basta dividir o valor do PIB pela média de horas trabalhadas.
Quando se trata de avaliar os motivos pelos quais um país atinge determinada taxa de produtividade, são contabilizados três fatores distintos.
O primeiro, que é conhecido como capital em uso, refere-se ao maquinário e às tecnologias utilizadas para a produção. A tendência é que essas inovações possibilitem um aumento do total produzido no mesmo período de trabalho.
O segundo é o Índice de Capital Humano, termo referente a fatores como escolaridade e experiência da força de trabalho ativa. Quanto maiores os conhecimentos do trabalhador, maior a chance de ele realizar sua tarefa de forma mais eficiente.
O terceiro e último fator a ser analisado é a eficiência do uso do maquinário pelos trabalhadores, número chamado de Produtividade Total dos Fatores.
O coordenador do Observatório de Produtividade Regis Bonelli, Fernando Veloso, afirmou em entrevista concedida à Folha de São Paulo, que a taxa brasileira está associada ao investimento pequeno no país.
Apenas 16,9% do PIB nacional são investidos. A manutenção das condições atuais do maquinário, sem desgastes, seria preciso que esse número atingisse 20%.
Em países mais produtivos há altas taxas de investimento, na Coreia do Sul, por exemplo, o total investido alcançou 31,7% do PIB.
Historicamente, a trajetória deficitária do Estado brasileiro impede o investimento público em áreas de infraestrutura básica.
Os avanços históricos na taxa de produtividade acontecem principalmente em períodos de superávit nas contas públicas.
O maior crescimento da produtividade no país ocorreu entre 2003 e 2013, quando o boom das commodities trouxe equilíbrio para as contas públicas e o PIB cresceu 32%.
De 2013 em diante, o PIB brasileiro se manteve, embora a hora média trabalhada tenha continuado igual.
O que aconteceu nesse caso é uma constância histórica. Ao longo dos últimos 40 anos, a taxa de produtividade cresceu apenas 20%, enquanto o número do crescimento nos EUA ao longo do mesmo período foi de 65%.
O problema do crescimento da taxa de produtividade no Brasil é histórico e atravessa diversos governos e políticas de Estado. Dificilmente o país conseguiria resolver essa deficiência nos próximos anos.
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