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Ter muitos filhos é um mal? Lara Brenner responde matéria da "Veja" que critica doutrina cristã

"Universitários de classe média, gente bem informada, mas com convicções religiosas inabaláveis", diz a matéria, criticando pessoas religiosas.

Aborto
Reprodução do Instagram da Lara Brenner
Redação Brasil Paralelo
Comunicação Brasil Paralelo

Há 2 dias (01/09), a revista Veja publicou uma notícia que critica o crescimento do número de filhos entre os católicos. Para a autora, a adesão ao pensamento anti-natalista ocorre por causa do crescimento de uma "ala conservadora da Igreja Católica".

A professora de português, Lara Brenner, realizou uma análise detalhada da matéria, evidenciando contradições e preconceitos da autora do texto.

A análise de Lara Brenner

Nos stories de seu instagram, Lara começa seu comentário sobre a matéria:

"[A matéria da Veja fala sobre um] notável crescimento de famílias católicas com muitos filhos no Brasil. Mas como essa história nos é contada pela articulista Sofia Cerqueira são outros quinhentos…

Comecemos pelo título e subtítulo:
Em outras palavras, quem abraça a doutrina cristã à risca, rechaça método contraceptivo e forma família numerosa não é a Igreja Católica. É a 'ala conservadora' da Igreja Católica".

Lara então pergunta:

"Que faz a ala 'não conservadora da Igreja Católica', então? Abraça a doutrina pela metade e adota anticoncepcionais? Se a resposta for sim, trata-se de qualquer religião, menos da Católica

Recortada de forma conveniente, qualquer religião deixa de ser ela própria e passa a ser uma religião individual". 

Lara continua a leitura do artigo da Veja, analisando o primeiro parágrafo que faz uma "contextualização" do assunto. Segundo a matéria da Veja:

"Momento de alta ebulição, os anos 1960 foram marcados mundo afora por inflamadas agitações em prol de bandeiras civilizatórias, entre elas a do avanço feminino na sociedade. O surgimento da pílula nesse efervescente cenário foi um divisor, abrindo às mulheres a janela para uma sexualidade mais livre. 

Não ter filhos passou então a ser escolha, passo decisivo para pavimentar o caminho delas rumo ao mercado de trabalho e a uma vida com menos amarras. 

Conforme o mundo gira, a população feminina registra cada vez menos crianças, uma opção que vem sacudindo as placas tectônicas da demografia e trazendo ao mundo o desafio de se repensar com menos bebês".

Lara Brenner comenta elementos sutis da escrita da autora:

"Muita atenção às palavras: a década de 60 foi marcada por 'bandeiras civilizatórias', entre elas o 'surgimento da pílula anticoncepcional' e de uma 'sexualidade mais livre'. Mais atenção ainda: a escolha de não ter filhos é um passo decisivo para uma vida com 'menos amarras'.

Não é uma opinião, percebe? As palavras chegam como a declaração de um fato. A década de 60 'libertou' as mulheres: nunca fomos tão empoderadas, desamarradas, disruptivas, donas de nós…".

Analisando essa linha de pensamento, Lara vai mais a fundo em busca do cerne da questão:

"Mas por quê? De qual MAL nos livramos para tal? [...] Segundo a reportagem, nós nos livramos da consequência natural do sexo: os filhos. Filhos = amarras".

O artigo continua, criando uma divisão na fé católica. O catolicismo afirma que os esposos devem se abrir para a vontade de Deus, tendo quantos filhos Deus enviar. Os anticoncepcionais barram a formação natural da vida. 

Para a religião católica, a vida humana é uma benção de valor infinito e uma das principais missões do Matrimônio, afirma o Catecismo da Igreja Católica a partir do parágrafo 2363, abordando diretamente a questão dos filhos no parágrafo 2366.

Porém, para a autora do texto da Veja, o crescimento das famílias numerosas ocorre devido ao "crescimento da ala conservadora da Igreja, [...] que abraça de forma irrestrita a doutrina cristã".

Lara Brenner comenta:

"Leia devagar: quem abraça de forma irrestrita a doutrina cristã não é o cristão normal, é a 'crescente ala conservadora da Igreja Católica'. A etiqueta 'radical' está impressa, é só colar na testa de quem for conveniente".

O artigo publicado na Veja continua, mostrando surpresa ao ver que pessoas "bem informadas e com formação acadêmica" podem ter "convicções religiosas inabaláveis".

Segundo o texto na íntegra:

"Os estudiosos afirmam que o fenômeno é percebido hoje com frequência surpreendente entre universitários de classe média, gente bem informada, mas com convicções religiosas inabaláveis".

Comentando a linguagem utilizada para construir o argumento, Lara escreve:

"É escrachado. 'Mas' é uma conjunção adversativa - expressa adversidade, oposição. Observe bem o que se coloca como oposto: universitários de classe média, gente bem informada, MAS com convicções religiosas inabaláveis.

Traduzindo: pessoas estudadas, na visão da jornalista, naturalmente se afastam de 'crenças religiosas inabaláveis'."

Lara escreve que a linguagem utilizada pela autora leva a crença de que aqueles que não tem crenças religiosas são intelectualmente superiores. 

"A coisa piora. Leia tudo com atenção", diz Lara Brenner.

Para a matéria da Veja, os perfis católicos que defendem o fim do assassinato de bebês no ventre de suas mães e a saúde materna fazem um desserviço a sociedade. Publicações pró-vida são vistas como "mitos e inverdades".

Lara comenta:

"É preciso confessar que a destreza linguística é digna de um Nobel: subitamente, os perfis pró-vida (leia-se: que se colocam contra o sacrifício de vidas humanas) agora prestam desserviço de espalhar mitos e inverdades.

[...] Quem difunde esse 'jeito de viver a vida'(leia-se: famílias católicas, monogâmicas e abertas à vida) claramente, segundo a matéria, se opõe 'à ciência de prevenção da gravidez'.

Novamente, cria-se uma dicotomia: desta vez, conservadores católicos X ciência".
  • Você sabe como um aborto é feito? Descubra as técnicas utilizadas para interromper a vida de um bebê no ventre da mãe.

Lara Brenner analisa o assunto e afirma que a base da luta pró-vida é verdadeiramente científica:

"a reportagem deixa de lado algo fundamental: a motivação dos católicos na luta pró-vida é, entre outras, científica; base essa, alias, adotada para todo e qualquer animal: se houve fecundação, há vida, há DNA irrepetível desde a concepção, há um ser que, em condições normais de temperatura e pressão, virará um humano adulto. 

É na concepção, não a partir de 2 dias, 3 meses ou 6 meses. Um óvulo fecundado é, portanto, um ser humano em estado embrionário. Sabe quanta polêmica há na embriologia sobre isso? Nenhuma.

Exceto com uma espécie, claro: a nossa (mais adiante, apresentarei boas referências sobre o assunto)".

No final do artigo, a repórter da Veja afirma:

"No delicado terreno da maternidade, em que o desejo de cada um por ter ou não filhos, não importa o motivo, deve ser respeitado no mais alto grau, a turma contra métodos anticoncepcionais - ou "abortivos", para os mais radicais - desfia uma linha de pensamento em que não cabe debate".

Comentando esse trecho, Lara diz:

"Simplificando: a 'turma' joga na roda que métodos anticoncepcionais são abortivos (turma = 'ala conservadora católica').

[...] Mas ai daqueles que quiserem debater se métodos anticoncepcionais são ou não são abortivos. Ai daquele, pois é visto como um dinossauro. Esse terreno, assim como o da abertura à vida, é sagrado.


Lara traz alguns dos principais malefícios causados pelos anticoncepcionais a mulher e ao filho:
  • "Não importa se há métodos abortivos em jogo. 
  • Não importa se o aborto é uma alternativa defendida por eles como tranquila. 
  • Não importa se a bomba de hormônios escraviza a mulher desde a década de 60 sob o nome 'liberdade feminina'. 
  • Não importa se os índices de infelicidade, frustração e suicídio entre as mulheres sobrem astronomicamente. 
  • Não importa. Quem desfia essa linha de pensamento não aceita o debate".
Não há nada mais nefasto ao progressismo do que um homem comum, uma mulher comum, seus filhos comuns e o olhar para Cristo".

Lara encerra seus comentários com sugestões de perfis de médicos, ativistas pró-vida e um vídeo de Jordan Peterson sobre a importância dos filhos.

Uma das mães citadas pela Veja responde

Mariana Araski, uma das mães de famílias numerosas, respondeu a matéria da Veja:

A luta contra os bebês e o valor da vida humana

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Blood Money: 

Ganância, trauma e eugenia. A indústria bilionária do aborto, nos EUA e no Brasil, é investigada a fundo nas duas partes de Blood Money, que apresentam uma dura realidade — bem diferente do que frases prontas sobre o assunto podem fazem parecer.

Unplanned

Um filme baseado na história real e impactante da ex-diretora da clínica que realiza metade de todos os abortos nos Estados Unidos. 

Unplanned narra a história de Abby Johnson. Envolvida em mais de 22.000 abortos, sempre defendeu esta escolha acreditando que estava ajudando as mulheres. Até que, após presenciar a cena mais traumática de sua vida, mudou totalmente de opinião.

Human Life

Um documentário que ilustra a verdadeira beleza e importância do dom da vida, mesmo em meio a sofrimentos e dificuldades. Filmado na Itália, Brasil, Alemanha e EUA, Human Life promete ser uma poderosa testemunha da Vida em todas as suas etapas e desafios.

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