Daniel e Cristian Cravinhos são os irmãos que ajudaram Suzane Von Richthofen a matar seus pais. Ambos foram condenados à prisão em regime fechado, mas já conseguiram progressão de pena.
Daniel tem 43 anos e cumpre sua sentença de 39 anos e seis meses de prisão em regime aberto. Ele tem um filho, mas não está mais casado com a mãe da criança.
De acordo com a revista Isto É, dedica-se à customização de motos e capacetes para sobreviver. Ele também deixou de usar o sobrenome Cravinhos e atualmente se apresenta como Daniel Bento.
Cristian havia conseguido o benefício, mas voltou ao semiaberto em 2017. Ele tentou subornar policiais em Sorocaba, interior paulista, e foi preso.
Agora, aos 48 anos, ele sai da cadeia durante o dia para trabalhar, mas precisa retornar para dormir.
Cristian foi condenado a 38 anos e seis meses de cadeia pelo assassinato de Mandred e Marisia Von Richthofen. Pela tentativa de suborno dos policiais, recebeu mais três anos de condenação.
Atualmente, cumpre sua pena na Penitenciária P2 de Tremembé, conhecida como a Cadeia dos Famosos.
O local já abrigou condenados por crimes que ganharam notoriedade na mídia, como Alexandre Nardoni, condenado por matar a filha Isabella em 2008.
Mesmo depois de 22 anos, as consequências do crime de 2002 ainda estão vivas em suas vidas.
Junto com Suzane, Daniel e Cristian planejaram e executaram os pais dela em 2002. A história resultou em três filmes, lançado pela Amazon Prime Video:
Os irmãos se encontraram recentemente, quando Cristian foi beneficiado por uma saída temporária em setembro.
O momento foi registrado pelo próprio Cristian nas redes sociais, onde ele compartilhou uma foto do encontro e comentou:
"Chegando em casa!!! Família, eu amo vocês".
Foto: Reprodução Instagram.
O assassinato de Manfred e Marísia Von Richthofen ainda gera curiosidade. A família de descendência alemã aparentemente tem mais situações controvesas além do assassinato do casal em 2002.
Tudo isso foi analisado pelo Investigação Paralela, da Brasil Paralelo. Assista gratuitamente:
Depois que sua irmã o deixou órfão, Andreas Von Richthofen passou a viver com sua avó e seu tio. Pouco tempo depois, a avó também faleceu.
Atualmente, vive em um sítio na cidade de São Roque, interior de São Paulo. No início de 2024, ele falou pela primeira vez publicamente sobre ela.
Em entrevista ao programa Tá na Hora, do SBT, Andreas disse que não sabia que Suzane estava solta. Também não tinha conhecimento de que ela vive em união estável e tem um filho.
“Eu a estou procurando faz uns 4 anos”, afirmou.
Em 2021, Daniel Cravinhos escreveu uma carta para o rapaz. No passado, Daniel era tido como um “herói” pelo então cunhado.
Leia abaixo a íntegra:
“Querido Andreas,
Após sete anos de reflexão, finalmente encontro coragem para escrever a você. Sinto-me apreensivo com a sua possível reação ao ler essa carta. Recentemente, tomei conhecimento de notícias suas por meio de amigos em comum e pela imprensa, o que me levou a tomar a decisão de pôr para fora o que estou sentindo.
Minha mente está em turbilhão, pois meu desejo mais profundo é ter o seu perdão. As palavras mal conseguem expressar a intensidade de minha angústia e remorso. Minhas mãos tremem enquanto escrevo, e cada linha é uma batalha contra os fantasmas do passado.
Há duas décadas, desde aquele fatídico dia, carrego o peso do arrependimento e da culpa, ciente de que minhas ações trouxeram tamanha tragédia para nossas vidas. Desde sempre penso em você, a maior vítima de tudo o que aconteceu. Hoje, ao praticar motovelocidade, a imagem do seu rosto vem à minha mente. Como seria bom ter você ao meu lado, correndo em uma moto. Lembra do mobilete que construímos juntos?
Somos vizinhos em São Roque. Meu sítio fica a três quilômetros do seu. Sinto vontade de tocar a campainha, mas temo sua reação. Morro de medo que você se sinta ameaçado com a minha presença. Além disso, sei que a sociedade me vê unicamente como o assassino de seu pai. E você? Como você me enxerga além disso?
Saí da prisão em 2017 após perder 17 anos de minha liberdade. Mas você perdeu muito mais do que eu. Desejo compreender seu luto e fazer parte dele. Lembro do dia da reprodução simulada feita na sua casa duas semanas após o crime, quando você abraçou o Cristian e me olhou emocionado. Quando íamos nos abraçar, os policiais não deixaram. Entendi o seu gesto de carinho como um perdão. Contudo, você era apenas um adolescente. Hoje, você é um homem adulto. Gostaria de conversar contigo e expressar meus sentimentos.
Desde que saí da prisão, reconstruí minha vida, assim como Suzane, sua irmã. Aos trancos e barrancos, o Cristian também está tentando recomeçar. No entanto, a culpa continua a me perturbar. Parte de minha família me rejeita, e sinto que um dedo acusador aponta para mim constantemente, me lembrando do que fiz. Essa culpa não desaparecerá com a sentença que me condenou a 39 anos. Seguirá comigo até o fim dos meus dias.
Espero, do fundo de minha alma, que você encontre no coração a compaixão para me perdoar. Sei que minhas palavras podem parecer insuficientes diante da magnitude do que aconteceu, mas é com toda a sinceridade e humildade que peço por tua misericórdia. Estou disposto a enfrentar as consequências de meus atos e a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para tentar reparar o enorme dano que lhe causei. Se você permitir, gostaria de ter a oportunidade de falar pessoalmente, olhos nos olhos, e abrir meu coração.
Mas, se você preferir manter distância, respeitarei. Apenas desejo saber o tamanho do abismo emocional que nos separa para saber se é possível atravessá-lo. Hoje, serias capaz de me dar o abraço que não aconteceu há 22 anos atrás?
Daniel Cravinhos"
A história dos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos marcou o Brasil. Eles participaram de um dos crimes mais chocantes e famosos do país e tentam refazer suas vidas. No entanto, seus nomes sempre estarão ligados ao caso da jovem que matou os próprios pais.
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