Com a recente prisão de Sean Combs, conhecido como P. Diddy, sua gravadora, se viu no centro da polêmica. Fundada em 1993, a Bad Boy Records se tornou famosa por agenciar cantores de hip-hop e do “ritmo e blues" (R&B).
Seu primeiro lançamento foi a música Flava in Ya Ear do rapper americano, Craig Mack. Confira o clipe abaixo.
Ainda em 1993, a empresa incorporou Christopher George Latore Wallace, o The Notorious B.I.G. ao seu casting. Wallace era contratado da a Uptown Records e acompanhou Combs na nova empresa.
Com o passar do tempo, a Bad Boy Records conquistou o apoio de artistas renomados. Diddy chegou a dirigir gravações de músicas como “Honey” de Mariah Carey e “Feeling’ So Good”, de Jennifer Lopez.
Cantores como Faith Evans, Total, 112, Mase, Shyne e Black Rob também foram lançados pela companhia.
No embalo do sucesso, Combs também se consolidou como rapper. Um de seus maiores êxitos foi I’ll Be Missing You, gravado em parceria com Faith Evans e quarteto de R&B, 112.
A canção ganhou o Grammy de Melhor Performance de Rap por um Duo ou Grupo em 1998.
Diddy também levou uma estatueta por Shake Ya Tailfeather, em 2004. A música foi escrita em parceria com Nelly e Murphy Lee e ficou em primeiro lugar na Billboard Hot 100 por quatro semanas.
Atualmente, a Bad Boys Records é uma marca da Epic Records, um braço da Sony Music Entertainment.
Apesar de seu sucesso comercial, a gravadora aparentemente deixou um rastro de artistas e funcionários traumatizados.
Ex-funcionários relataram à revista Rolling Stone que Combs era um chefe instável e exigente, que frequentemente gritava e demitia pessoas por puro capricho.
Alguns relataram ter sido abusados física e sexualmente por ele.
Outros executivos da gravadora também foram acusados de assediar mulheres sexualmente em troca da promessa de maior visibilidade profissional.
Do lado dos artistas, há quem tenha deixado a Bad Boy Records alegando problemas na gestão, falta de pagamentos e abuso moral e sexual.
A revista Rolling Stones menciona ainda um suposto prejuízo aos artistas após terem saído da gravadora.
Ex-funcionários relataram dificuldades em se reinserir no mercado de trabalho após se desligarem da empresa, atribuindo a isso interferência do ex-patrão. Um deles afirma que Combs “destruiu seus sonhos” ao depor contra ele em um tribunal.
Moses Barrow, conhecido como Shyne, foi um dos artistas da gravadora nos anos 1990.
Ele é um cidadão de Belize, país na América Central e foi condenado a oito anos de prisão por atirar em frequentadores de uma boate.
Na ocasião, o rapper estava com Diddy e sua então namorada, Jennifer Lopez. O casal teria discutido com o desafeto e fugido da polícia.
Já Barrow atirou três vezes contra os oponentes e foi preso. De acordo com o The Guardian, Combs não teria ajudado o então funcionário a provar sua inocência, o que lhe gerou marcas.
Em entrevista sobre a prisão do antigo mentor e amigo, declarou que Diddy “destruiu a sua vida”.
"Estamos falando de uma pessoa que depôs contra mim durante meu julgamento. Na época, eu era apenas um jovem de 18 anos com grandes sonhos. Tudo o que eu queria era fazer com que minha mãe e meu país, Belize, se orgulhassem de mim. Como qualquer jovem, eu desejava ser reconhecido pelo meu talento e alcançar o sucesso", relatou em uma entrevista coletiva.
Diddy e seu amigo e guarda-costas Anthony “Wolf” Jones também enfrentaram acusações decorrentes do incidente, mas foram absolvidos.
Durante seus anos no cárcere, Barrow se aproximou do judaísmo e abandonou as pretensões artísticas. Quando foi solto, acabou deportado para o seu país natal, onde vive até hoje.
Atualmente, é deputado federal de seu país, e atua como líder da Câmara.
As controvérsias em torno da Bad Boys Records chegam agora aos tribunais. Com a data do julgamento de Diddy Combs marcada para 5 de maio de 2025 e novas denúncias surgindo, resta saber o que mais pode surgir por detrás dessa história.
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