Pablo Marçal foi sabatinado por três jornalistas, Fabíola Cidral, Raquel Landim e Carolina Linhares. A entrevista começa em tom ameno e com uma pergunta objetiva.
“Na verdade não sou eu que quero, o povo é que precisa. Todo dia algum amigo, algum empresário, pessoas que trabalham em nosso Grupo perguntam: ‘Mas você já tem tudo, o que você quer?’. E se eu tivesse tudo, eu não estaria aqui. Quero um país desenvolvido, quero um país de primeiro mundo. E eu acredito que se São Paulo mudar, se São Paulo acreditar nisso, o Brasil inteiro vai ganhar.”
Marçal continua a sua resposta trazendo a sua história e os problemas que enxerga em São Paulo. Disse falar na mesma linha que Ricardo Salles e percebeu que algo estava errado quando ele foi “sacado”, ou seja, teve a sua candidatura tirada por Valdemar da Costa Neto.
Após o questionamento da jornalista, Marçal afirmou que o salário de prefeito não faz diferença para ele.
“Se eu abrir meu Instagram aqui e falar qualquer coisa, acho que eu ganho esse salário a cada 30 segundos. Eu não quero falar que vou dar por manobra eleitoreira, pois eu sei que pessoas falam por isso.”
A jornalista então salientou que o ex-prefeito Dória fazia isso, no que Marçal respondeu.
“O Dória é da turma do Nunes, então se ele fez isso, eu já não vou fazer em homenagem a não seguir o caminho dele.”
A pergunta veio junto com a afirmação de que as últimas pesquisas mostravam Marçal com 7 a 10% de intenção de votos.
O que foi confrontado por Marçal que perguntou qual pesquisa mostrava isso, Raquel Landim trouxe como exemplo a feita pelo DataFolha que mostra 10% dos votos para Marçal.
“Legal, a Veritá está mostrando com 14,6% empatado com o Nunes, você viu essa, da Veritá?”
A jornalista continuou afirmando que existem “várias pesquisas na praça” e que poderia citá-las, porém, o foco seria em saber a estratégia que levaria o pré-candidato ao segundo turno. Marçal então respondeu que não haveria segundo turno e que a eleição de São Paulo se trata sobre o futuro do país.
Segundo Marçal, a prefeitura de São Paulo é mais importante que a presidência da República e a sua estratégia é conquistar o povo.
Ao ser questionado sobre o uso de fundo partidário, Marçal disse que não precisa disso, pois possui muitas pessoas que querem doar para a sua campanha. Ele citou como exemplo Donald Trump que é bilionário e já arrecadou mais de um bilhão em doações.
Na Sabatina, ele afirmou que “o União andará com a gente”, mas disse que ainda não conta com o apoio, pois está caro demais o pedido deles.
As jornalistas então perguntaram o que seria esse caro, ao que Pablo Marçal respondeu: “a minha alma”.
Em outro momento da entrevista, ele volta nesse ponto e afirma que está caro, pois se ele cresce um pouco mais, ficará barato o que o União está pedindo, mas ainda não é possível revelar o que exatamente eles estão pedindo.
O pré-candidato disse que Caiado é seu amigo de muitos anos e que ele contaria com o seu apoio caso o Bolsonaro esteja impossibilitado de participar das eleições.
Pablo Marçal afirmou que muitos “bolsonaristas” têm o chamado e elogiado suas participações nas entrevistas. Citou uma pesquisa do Datafolha que afirma que 63% das pessoas não votarão segundo orientação de um “padrinho político”.
A partir desse momento, a entrevista adotou um tom mais tenso, com Pablo Marçal acusando a mídia de ser comprada e não divulgar aquilo que ele faz de bom. Também pontuou que as pesquisas são enviesadas.
As jornalistas afirmaram que Pablo Marçal disse ter interesse de comprar uma mídia para manipular após ele dizer:
“Eu tenho uma vontade de comprar uns 10 sites desses igual aos de vocês, UOL, Folha, para ver se controla esse país. Tô falando sério, respeito demais a imprensa, mas o desafio que eu faço para todo mundo que está assistindo é: pesquisa o meu nome, vê quantas casas eu já construí, quantas famílias eu já restaurei, não só vê, quantos milhares de pessoas já prosperaram? Você não vai ver notícias minhas a esse respeito.”
A jornalista Fabíola Cidral questionou Marçal se ele acha que o papel da imprensa é falar bem, no que ele respondeu:
“Não, é falar a verdade, você pode falar do pico dos marins, mas fala, esse cara está ajudando o povo lá do sul, no sul ainda saí de fazedor de fake news, eu fui o cara que mais ajudou, e não tem uma notícia falando, o Marçal mandou 206 carretas, 3.9 milhões de quilos, parou todas as suas empresas, usou todos os seus aviões, usou seu networking, ninguém, nem zero notícia, mas aí a bonitona lá do Globo News, junto com o governo que banca a notícia, ele é o fazedor de fake news. E junto com o Paulo Pimenta que quer ser governador e senador do Rio Grande do Sul, e começa a falar o que quer, o que acontece, o povo já não é bobo mais, quando você fala pesquisa, fala isso, que pesquisa, cada uma das pesquisas é enviesada do horário que faz a pesquisa.”
O tema foi trazido na Sabatina pela jornalista Raquel Landim. Sobre a acusação de Bolsonaro ter vendido as joias que foram recebidos como presente enquanto ele governava o país, Marçal respondeu:
“Tá bom. Se não pode ser vendido no exterior, então ele que arque com isso. Agora a gente quer saber os outros containers que o Lula tirou lá do…”
Em seguida, a jornalista o questionou:
Raquel Landim: Eu perguntei sobre o Bolsonaro.
Pablo Marçal: Eu respondo o que eu quiser, porque eu vou te explicar. Já respondi.
Raquel Landim: O senhor acha que ele é o comandante dessa organização criminosa ou não?
Pablo Marçal: Isso é uma ilação falar isso. Primeiro, é uma suposição que tem.
Raquel Landim: Não, não é uma ilação, não.
Pablo Marçal: É uma ilação.
Raquel Landim: A Polícia Federal indiciou ele. Eu estou perguntando a sua opinião.
Pablo Marçal: A Polícia Federal prendeu o Lula, foi condenado em três instâncias por nove juízes, cumpriu 588 dias de cadeia e alguém foi lá e descondenou ele e todo mundo o chamou de inocente. Quem é a Polícia Federal nisso?
Pablo Marçal: A Polícia Federal é o ministro da Justiça que está mandando nele, pode fazer o que quiser. Inclusive, não tem nenhuma irregularidade na minha campanha de 2022, a Polícia Federal foi lá em casa também.
Fabíola Cidral: Você não acredita na Polícia Federal?
Pablo Marçal: Eu acredito em Deus. Todo mundo é corrompível. É uma pena ver isso, esse bombardeio da mídia em cima do Bolsonaro. Por quê? Porque está aumentando o gás e a gasolina e tem um pacote querendo aumentar todo tipo de taxa e imposto. Só que aí coloca o Bolsonaro na frente, o povo fala dessas jóias e depois rouba a jóia lá do prato da sua casa, rouba a comida básica que você tem, o gás está ficando mais caro, a gasolina está ficando mais cara, esse sempre foi o jogo.
Pablo Marçal focou as suas propostas no desenvolvimento econômico e na mobilidade urbana na capital:
“Nós vamos fazer um cinturão interligando as comunidades. Nós vamos transformar as comunidades em polos turísticos e gastronômicos, as principais. Cada povo ali tem uma história. Aí nós vamos colocar um teleférico rasgando o céu de São Paulo. Por que nós vamos fazer isso?
Ao invés de só preocupar com tarifa de ônibus, nós vamos colocar esse teleférico, que esse é meu desejo, não vai ser com dinheiro público, vai ser parceria público-privada, para os moradores vai ser gratuito e para quem for de fora, qualquer pessoa de fora da cidade de São Paulo, essas pessoas vão pagar e nós vamos criar um turismo.
Sabe por que vai ter turismo nas favelas de São Paulo? Porque a favela de São Paulo é mais segura do que o centro em São Paulo. Você acredita, Raquel, que eu ando na favela e eu fico em paz? É claro que eu estou andando com os meus seguranças, mas só o líder comunitário falar assim, fique tranquilo.”
A questão surgiu com a pergunta de Fabíola Cidral:
“Pablo, para ser prefeita da cidade, precisa ser casada e ter filho?”
Essa pergunta remete ao Pablo Marçal que criticou uma suposta falta de experiência de vida de Tábata Amaral o que, segundo ele, a tornaria pouco capaz para governar São Paulo:
“Ela tem um bom garoto que ela namora, mas não sabe qual o problema de um casamento, o problema do que é ter filho, ela não dá conta de cuidar da cidade como você imagina”, afirmou Marçal em uma publicação no Instagram.
Ao ser confrontado sobre isso, ele respondeu:
“Não, eu não falei que precisa disso. Foi que ela é uma garota e tem que amadurecer. Inclusive, vocês são mulheres brilhantes. Você tem sua carreira. Então, sim, eu respeito as mulheres. Eu tenho minha filha, Isabela, de dois anos. Eu tenho a minha esposa, que eu casei virgem com ela. Minha única namorada. Eu tenho minha mãe, que desde quando meu pai divorciou, eu sustento ela. Eu tenho a minha irmã, que um homem canalha, colocou um filho na barriga dela.”
Outro ponto de tensão foi quando o pai de Tábata Amaral passou a ser assunto. O pré-candidato afirmou que ela abandonou o pai em um momento de crise, o que o levou a situação de rua. O pai de Tábata Amaral cometeu suicídio.
Tábata Amaral afirmou que o que Pablo Marçal fez foi uma baixaria e que, ao contrário do que ele diz, ela estava no Brasil quando o pai morreu.
“Eu não espero nenhuma decência do Pablo Marçal, mas dessa vez ele foi mais baixo do que eu achava que alguém iria.”, afirmou a pré-candidata.
Nos comentários da Sabatina postada no perfil da folha de São Paulo no Youtube, aqueles com maior número de likes estão elogiando Marçal e criticando as jornalistas.
“O despreparo emocional dessas ‘jornalistas’ é notável.”, comentário feito pelo @WillErnande que contou com 501 curtidas.
“Marçal fundindo as mentes das esquerdopatas. Ohhh vontade de morarem São Paulo!!!!!”, comentou o usuário @thiagomatos5666 que contou com 329 curtidas.
Por outro lado, em menor quantidade, também houve comentários com críticas a Marçal.
“As vezes eu penso o doido deve ser eu que não consigo conceber que alguém leve esse cara a sério.”, comentou o usuário @renanzach que contou com 13 curtidas
“é muito maluco esse movimento de sequestro da disputa política que a extrema-direita vem promovendo nos últimos anos… o cara é delusional, não consegue elaborar e sustentar um argumento sequer. é muito complicado ter que disputar com esse tipo de pessoa que não se leva a sério”, comentou o usuário @maaatheuscunha que contou com nenhuma curtida.
Na repercussão do debate por parte da UOL, a empresa que promoveu a Sabatina, as falas de Marçal foram tidas como negativas.
Em vídeo, o colunista Wálter Maierovitch disse que Pablo Marçal comete crimes ao falar de Tábata Amaral. Leonardo Sakamoto seguiu a mesma linha e criticou o pré-candidato.
Pablo Marçal chegou a ser o terceiro assunto mais comentado segundo o Google Trends. A maior parte das notícias adotou um tom negativo em relação ao candidato, enquanto nas redes sociais e nos comentários dominaram as menções positivas.
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