A Brasil Paralelo reuniu cientistas políticos, parlamentares e analistas para tentar desvendar o governo de Donald Trump. Tópicos como a relação do presidente com a mídia, liberdade de expressão e a cultura woke foram centrais na conversa.
Assista ao episódio especial completo do programa Cartas na Mesa:
O professor e cientista político Adriano Gianturco destacou que o governo Trump deverá agir de forma mais séria do que em seu primeiro mandato.
Além de já contar com a experiência do primeiro mandato, o presidente estaria começando “com mais controle sobre a máquina pública” e alianças mais consolidadas:
“Ele vem com certeza mais forte, ele com mais homens dele ele terá mais controle da máquina estatal e vem mais preparado vamos ver os resultados”.
Trump não poderá concorrer novamente à presidência, já que os EUA limitam as reeleições no cargo.
Gianturco acredita que isso faz com que o foco da nova administração esteja em “mudar as coisas ou passar para a história”:
“No primeiro mandato os presidentes tentam garantir o segundo mandato e no segundo mandato os presidentes tentam se garantir nos livros de história”.
A posse do presidente sinalizou que sua relação com pessoas e empresas influentes no país melhorou em comparação ao seu primeiro mandato.
Os CEOs das principais empresas de tecnologia, como Google e Meta, estiveram presentes na cerimônia de posse.
Isso levanta questionamentos sobre a oposição que algumas grandes companhias farão ao presidente ao longo de seu segundo mandato. Um dos setores que mais chama a atenção é a imprensa tradicional.
A relação de Trump com alguns dos maiores conglomerados de mídia dos EUA em seu primeiro mandato foi marcada pelo atrito constante.
Tanto veículos importantes davam uma cobertura negativa para a maior parte das ações e falas do presidente, quanto Trump buscava criticar essas empresas com frequência.
O comentarista político Leandro Ruschel acredita que os donos dos grandes veículos de mídia deverão evitar o conflito:
“O que vemos são algumas mudanças de postura, ou pela resignação, ou até por uma pressão maior daqueles que controlam a imprensa.”
Apesar disso, o analista acredita que o meio jornalístico seguirá crítico ao presidente, por causa das práticas a que estão habituados:
“Não acredito que nós veremos uma mudança radical de postura, até por uma questão de cacoete, por uma questão de operação do dia a dia.”
Ruschel destaca que há um longo caminho para a imprensa tradicional recuperar sua credibilidade e cumprir o papel de informar.
Para ele, a tendência é que o jornalismo independente feito através de veículos alternativos cresça ainda mais:
“O que está acontecendo é a emergência de veículos independentes. Eu creio que a Brasil Paralelo é um exemplo disso, surgiu por conta do espaço que a mídia tradicional abriu. As pessoas querem mais diversidade de opinião, querem buscar os fatos, querem buscar outras visões de mundo. Enquanto a internet for livre, é isso que vai acontecer.”
Um dos tópicos mais importantes no discurso de campanha de Donald Trump era a defesa da liberdade de expressão e a crítica ao controle do discurso nas redes sociais.
A narrativa sobre o impacto da desinformação nas redes sociais está fazendo com que governos ao redor do mundo tentem pautar a regulamentação dessas plataformas.
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, chegou a acusar o governo de Joe Biden de pressionar a gigante das redes sociais a apagar publicações com críticas ao governo ou até mesmo teor humorístico.
Antes mesmo das denúncias virem a público, Trump já havia questionado plataformas como a Meta e o Google sobre supostos casos em que discursos conservadores teriam sofrido censura.
O cientista político Christian Lohbauer disse que o novo mandato do presidente americano poderá ajudar a manter a liberdade de expressão:
“Ele está trazendo de volta aquilo que se esperava, quer dizer, de novo o bom senso para tratar do tema que é, talvez, hoje o mais debatido e mais complexo, inclusive no Brasil.”
Gianturco ressalta que o governo deverá encontrar várias dificuldades para lidar com a questão:
“Quanta energia que vai ser gasta para simplesmente voltar ao que deveria ser normal, ao que nunca deveria ter mudado, ao que até poucos anos atrás nós dávamos por garantido no ocidente: a liberdade de expressão”
Parte das justificativas para o controle das redes sociais está ligada a pautas identitárias, como questões de gênero e raça.
O advogado e comentarista Ricardo Gomes afirma que na gestão anterior o governo americano “mergulhou” em questões como “raça e orientação sexual”, afetando diversos aspectos, como contratações.
Sobre a questão das contratações, Ricardo Gomes diz que o discurso do presidente aponta para uma ruptura desses critérios e um foco total nas realizações individuais:
“Não faz sentido a gente sacrificar o fim que é o atendimento ao serviço do povo americano para servir uma ideologia de segregação, que é isso que está tratando: a teoria radical da raça e a teoria radical do gênero são políticas de segregação e de engenharia social, sim.”
Em sua análise, os EUA tiveram uma questão racial muito conflituosa, especialmente nos estados do Sul, mas a tensão vinha diminuindo gradativamente.
Nos últimos anos teria acontecido um movimento de “colocar gênero e raça em todos os aspectos da vida”.
Isso seria parte de uma estratégia totalitária que pregaria a divisão em todos os aspectos da sociedade americana:
“É a definição de um totalitarismo é isso, né? É quando uma determinada ideologia deve, ou se obriga a, estar presente na totalidade das relações humanas: as relações entre pai e filho, entre vizinho, entre empregado e empregador, entre consumidor e governo. Então, tudo depende dessa dualidade.”
Lohbauer vai em uma linha semelhante, mas destaca que o presidente Trump não buscará interferir na vida privada dos cidadãos americanos, apenas quer construir políticas públicas em torno da realidade científica:
“Ele estabelece, finalmente, que as políticas públicas vão voltar a ser aplicadas em torno dessa realidade científica, mas ele não está excluindo a coisa dos costumes nem da tolerância com as diferenças, pelo contrário.”
A Brasil paralelo estudou a fundo as pautas identitárias na minissérie As grandes minorias. A produção aborda temas como ideologia de gênero, o grupo Black Lives Matter e os autoproclamados Antifascistas.
Assista à minissérie completa sem pagar nada abaixo:
Inserir link: https://www.youtube.com/watch?v=sPjDv2y_f9M
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