A Polícia prendeu quatro pessoas envolvidas em um esquema para vender carne estragada como se fosse fresca na cidade de Três Rios, no estado do Rio de Janeiro. Os produtos tinham sido comprados depois de um frigorífico gaúcho ter ficado submerso durante as enchentes de 2024.
A varejista Tem Di Tudo comprou mais de 800 toneladas de carne podre, incluindo cortes nobres, de um frigorífico no Rio Grande do Sul.
O produto passou dias submerso durante as grandes enchentes que atingiram o estado no ano passado.
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A empresa carioca convenceu os fornecedores gaúchos de que as carnes seriam usadas para fazer ração animal, função para a qual tinha licença.
O grupo alterou algumas informações nas embalagens e revendeu as peças como se estivessem no prazo de validade, explicou o delegado Wellington Vieira:
“Temos informações de que a carne foi maquiada para esconder a deterioração provocada pela lama e pela água que ficaram acumuladas lá no frigorífico da capital gaúcha”
Depois de serem adulteradas, as carnes foram revendidas em outras regiões do país, como conta o delegado:
“A carne nem chegou no Rio de Janeiro. Já foi transportada para diversos outros compradores que não sabiam da procedência, 32 carretas que saíram lá do Sul para diversos destinos do Brasil”.
A estimativa dos investigadores é de que a empresa tenha conseguido mais de 1.000% de lucro com as operações, já que as carnes estavam avaliadas em R$5 milhões e foram compras por apenas R$80 mil.
O esquema só foi descoberto quando a empresa que tinha vendido a carne estragrada comprou algumas peças da Tem di Tudo.
Assim que o frigorífico checou as etiquetas nas carnes percebeu que estava sendo vítima de uma fraude e acionou a Delegacia do Consumidor no RS, que investiga o caso desde maio.
Os agentes acionaram a Polícia Civil e a Delegacia do Consumidor no Rio de Janeiro, que deu continuidade às investigações.
Hoje, 22 de janeiro, a polícia carioca fez uma operação de busca e apreensão contra um depósito da Tem di Tudo.
Quatro pessoas ligadas à empresa foram presas em flagrante após as autoridades encontrarem mais carnes estragadas e outros produtos irregulares.
Eles ainda podem responder por associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos.
Os investigadores estudam indiciá-los também por receptação qualificada e lavagem de dinheiro.
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