No dia 27 de janeiro de 1945, as tropas do Exército Vermelho entraram no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, encontrando sete mil prisioneiros fracos demais para deixar o campo.
Aqueles capazes de sair foram transferidos para campos mais distantes da frente de batalha, onde não seriam encontrados pelos aliados.
O caminho foi percorrido a pé, em meio a um inverno rigoroso, sem alimentos e nem água suficientes, sendo lembrados na história como a “Marcha da Morte”.
Quem não conseguisse manter o ritmo por causa das condições extremas era assassinado a tiros e tinha seu corpo deixado pelo caminho.
Um veterano russo da Segunda Guerra Mundial chamado Ivan Martinovsky contou um pouco sobre a libertação do campo durante uma entrevista à CNN International:
“Nós vimos um povo emaciado, torturado e empobrecido, essas foram as pessoas que eu encontrei. Você podia ver em seus olhos que estavam felizes por serem libertados daquele inferno, felizes por não serem mais ameaçados pela morte nos crematórios, felizes por estarem livres. Nós tínhamos o sentimento de ter feito algo bom libertando as pessoas daquele inferno.”
Localizado na Polônia, Auschwitz foi um dos maiores e mais letais campos de extermínio construídos pelo regime nazista.
A estimativa é que cerca de 1,1 milhão de pessoas tenham sido mortas lá. A grande maioria foram judeus, cerca de 1 milhão, mas muitos poloneses, ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos também pereceram no campo.
No auge do holocausto, entre 1940 e 1945, aproximadamente seis mil judeus eram mortos por dia nas instalações, sufocados nas câmas de gás.
Aproximadamente 232 mil crianças foram registradas nas instalações, a maioria chegou acompanhada de seus pais.
Leah Ansbacer foi uma dessas crianças que passaram por lá, seus pais não sobreviveram a Auschwitz. Em 2023 ela também perdeu o neto durante o atentado do Hamas a Israel no dia 7 de outubro. Assista ao filme completo abaixo:
Durante uma entrevista exclusiva para o documentário From The River to the Sea, da Brasil Paralelo, Ansbacer contou sobre sua experiências:
“Eu tinha cinco anos quando passamos pelo Holocausto... Meus pais foram levados para Auschwitz… Muitas vezes não tinha o que comer, às vezes, não trocávamos as roupas do corpo durante semanas.”
Os horrores descobertos em Auschwitz foram tão chocantes, que a ONU usa o dia da libertação daquele lugar como o Dia Internacional em Memória as Vitimas do Holocausto.
Todos os anos, uma cerimônia em memória às vítimas do Holocausto acontece no museu Auschwitz-Birkenal, nas antigas instalações do campo.
Um vagão de trem será colocado em frente aos portões, em memória aos judeus que foram transportados em trens de carga para lá.
Chefes de Estado, como o rei Charles III da Inglaterra, o chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron confirmaram presença este ano.
Além disso, os sobreviventes do genocídio também são convidados para participar da cerimônia.
Segundo a organização judaíca Claims Conference existem cerca de 245 mil sobreviventes do holocausto espalhados em 90 países.
Quase metade deles vive em Israel (49%). No Brasil existem 300 testemunhas vivas do holocausto.
Uma das principais preocupações da comunidade judaica é manter a memória viva quando os últimos sobreviventes faleceram.
Ao redor do mundo existem centenas de museus e memoriais dedicados a preservar a memória das atrocidades cometidas pelos nazistas.
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