A Missão Belém é uma organização católica criada pelo Padre Gianpietro Carraro para prestar serviços a pessoas carentes em situação de vulnerabilidade.
A instituição recebeu um convite do Bispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, para fazer trabalhos no Haiti em 2010, depois que um grande terremoto devastou o país.
Desde então, a organização manteve o centro-escola Zanj Makenson na capital Porto Príncipe.
Lá eram acolhidas mais de 2.500 crianças e adolescentes durante 8 horas por dia todos os dias da semana.
Além disso, eles mantinham um hospital na região de Wharf Jeremie. A estrutura estava com pronto-socorro, poliambulatório, sala operatória, 100 leitos para internação e uma ala especial para pediatria.
Esta semana, a organização anunciou que está encerrando suas operações no país por causa da grave onda de violência que se propagou por lá, como relata o Padre Gianpietro Carraro:
“Os bandidos ontem fecharam a nossa escola e o nosso hospital. Toda atividade está bloqueada e parece imperar a insensatez”
O religioso conta que as gangues estão fazendo uma série de ataques violentos contra civis e estruturas básicas:
“Estão fazendo ações monstruosas nos bairros da capital, matando muitas pessoas, incendiando as casas com as pessoas dentro, saqueando escolas, hospitais, igrejas…”
Segundo o relato, a “loucura dos bandidos” seria tanta que eles chegaram a fazer ameaças diretas contra a Missão Belém e seus funcionários.
O padre afirma que “o Haiti está prostrado, esmagado sob os pés dos bandidos e de políticos corruptos.”
A Missão Belém convocou uma corrente de orações pelo povo de Warf Jeremie, dos missionários e de todas as atividades da instituição no Haiti.
A campanha teve início às 12 horas de hoje, 28 de fevereiro, e conta com transmissão online através da plataforma Zoom.
Os líderes da instituição convidaram todos a se unirem em preces pela região ao longo do dia inteiro.País vive cenário de violência
O Haiti é um dos países mais pobres do mundo. Há décadas, os haitianos sofrem com a presença constante de gangues.
O Brasil chegou a combater os criminosos haitianos durante a missão de paz da ONU entre 2004 e 2017, conhecida como Minustah.
Apesar dos militares brasileiros terem conseguido combater as facções, elas conseguiram se organizar e consolidaram seu poder.
Em 2023, as principais organizações se fundiram para criar o grupo Viv Ansanm, que pode ser traduzido como "viver juntos".
No ano passado, o grupo combateu militares haitianos enquanto pressionava pelo fim do governo do primeiro-ministro Ariel Henry, que acabou renunciando.
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