Desde 2022, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, adotou uma política de segurança pública que transformou o panorama da violência no país.
Com mais de 80 mil prisões sob um regime de exceção, a estratégia focada em eliminar a violência das ruas resultou em uma queda histórica nos homicídios: de milhares por ano para apenas 114 em 2024, conforme dados oficiais do governo salvadorenho.
A megacárcere Cecot, projetada para confinar 40 mil detentos, é o símbolo dessa abordagem.
A política de Bukele começou após uma onda de violência em março de 2022, quando 87 pessoas foram mortas em três dias.
O presidente declarou um estado de emergência, suspendendo direitos constitucionais como o acesso imediato a advogados e justificativas formais para detenções. Ele afirmou:
"Vamos limpar nosso país de criminosos, nem que seja um por um."
A megacárcere Cecot foi inaugurada em 2023 e abriga milhares de detentos, muitos ligados às gangues MS-13 e Barrio 18.
O governo celebra uma redução de 70% na criminalidade, com Bukele projetando uma taxa de 1,8 homicídios por 100 mil habitantes até o fim de 2024, a mais baixa do hemisfério ocidental.
Em contraste, o Brasil registra 70% de reincidência entre ex-presidiários, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), priorizando a ressocialização sobre a punição severa.
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Controvérsias internacionais sobre El Salvador
A abordagem de Bukele não escapa de controvérsias. A Human Rights Watch denuncia prisões arbitrárias, superlotação e condições desumanas na Cecot, onde o presidente afirmou que os detentos “não verão um raio de sol”.
Relatos apontam mortes em custódia e torturas, com a organização acusando o governo de violar direitos básicos. Bukele rebate as críticas priorizando a segurança da população: "Os direitos humanos dos trabalhadores honestos vêm primeiro."
Enquanto movimentos progressistas e entidades internacionais condenam a política como autoritária, o governo salvadorenho defende que a mão dura acabou com o domínio das gangues, antes responsáveis por extorsões e assassinatos em massa.
Dados oficiais mostram que El Salvador, outrora conhecido como a “capital mundial do homicídio”, agora atrai elogios de líderes regionais e até do governo Trump, que firmou acordos para enviar criminosos aos presídios salvadorenhos.
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