Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica inicia em um momento histórico e profundamente simbólico: o período conhecido como Sede Vacante.
Sede vacante é quando a liderança da Igreja Católica permanece oficialmente “vazia” até a eleição de um novo papa. Mas o que acontece agora?
O processo que se segue é regulado pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis, uma carta promulgada por São João Paulo II em 1996.
O documento descreve com precisão o rito, os procedimentos e os cuidados que envolvem o funeral e a sucessão papal, marcando a transição entre dois pontificados com reverência e ordem.
De acordo com o texto (art. 27), após o falecimento, os cardeais devem celebrar as exéquias do Papa durante nove dias consecutivos, seguindo o Ordo exsequiarum Romani Pontificis.
É um período de luto solene em que a Igreja reza pela alma do pontífice e prepara o mundo católico para o novo sucessor do apóstolo Pedro.
Essas cerimônias ocorrem tradicionalmente na Basílica de São Pedro e contam com a presença de milhares de fiéis, chefes de Estado, representantes religiosos e autoridades de diversas nações.
Caso o papa seja sepultado na Basílica Vaticana, o registro oficial é lavrado por um notário da Basílica ou por um cônego arquivista (art. 28). Além disso, dois documentos distintos são redigidos para atestar a sepultura: um, na presença da Câmara Apostólica; outro, com o Prefeito da Casa Pontifícia.
Se o falecimento ocorrer fora de Roma, o Colégio dos Cardeais é responsável por organizar a trasladação do corpo até a cidade (art. 29), garantindo uma cerimônia digna da importância espiritual do Sumo Pontífice.
Durante esse período, até mesmo as imagens do Papa falecido são reguladas. Nenhuma foto ou gravação pode ser feita sem autorização do Cardeal Camerlengo, que atualmente é o Cardeal Kevin Joseph Farrell.
Ainda assim, mesmo com permissão, as imagens só podem ser feitas com o pontífice já vestido com suas vestes litúrgicas (art. 30).
Os aposentos papais permanecem fechados e desabitados até a eleição do novo Papa (art. 31), preservando o espaço como sinal de respeito e aguardando o próximo ocupante da Sé de Pedro.
Caso tenha deixado um testamento ou indicado um executor, esse deverá cumprir fielmente os desejos do pontífice em relação a seus bens privados e escritos pessoais.
Todos os atos devem ser apresentados apenas ao novo Papa (art. 32), reforçando que nenhum passo é dado sem a devida responsabilidade e hierarquia.
Por fim, o papa deve ser sepultado entre quatro ou seis dias após sua morte.
“Predisponham tudo o que for necessário para as exéquias do falecido Pontífice, que deverão ser celebradas durante nove dias consecutivos, e fixem o início das mesmas, de tal modo que a sepultura tenha lugar, salvo razões especiais, entre o quarto e o sexto dia após a morte”.
A morte de um Papa representa, ao mesmo tempo, um fim e um início. Um ciclo se encerra e outro se aproxima. A tradição católica, moldada ao longo dos séculos, garante que esse momento seja vivido com solenidade, discrição e profunda fé.
Nos próximos dias, o mundo voltará seus olhos para Roma, enquanto a Igreja se prepara para o conclave que elegerá o novo papa.
Cento e vinte cardeais irão à Cidade Eterna para as cerimônias fúnebres e para a próxima eleição. Esses homens participarão de um dos momentos mais importantes e misteriosos da história da Igreja.
Saiba como funciona o conclave que elegerá o novo papa.
O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira, 21 de abril, às 4h47, horário do Brasil (9h47 no horário de Roma).
O comunicado oficial veio horas atrás, diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, em um pronunciamento que marcou o encerramento de um pontificado que transformou a história da Igreja.
Nascido na capital argentina e filho de italianos, Jorge Mario Bergoglio foi eleito pontífice em março de 2013, após a renúncia do papa Bento XVI. Sua eleição inaugurou uma nova era na Igreja, afinal, Francisco é:
Hoje, às 15 horas, foi ao ar o primeiro episódio do Especial Papado, o professor Raphael Tonon apresenta a trajetória e o pontificado de Francisco.
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