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Netanyahu confirma morte de líder do Hamas: “o mal sofreu um duro golpe”

Nesta quinta-feira, a identidade do terrorista foi confirmada por exames em arcada dentária, impressões digitais e teste de DNA.

Guerra em Israel
Israel
CNN
Redação Brasil Paralelo
Comunicação Brasil Paralelo

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou hoje, quinta-feira, 17 de outubro, a morte do principal líder do Hamas, Yahya Sinwar. 

O líder foi eliminado durante uma ofensiva das Forças de Defesa Israelenses na Faixa de Gaza, ontem, quarta-feira,16 de outubro.

Netanyahu também chamou o acirramento da luta entre israelenses e palestinos de "a guerra da ressurreição".

"O mal sofreu um duro golpe hoje. Nós vamos continuar a trabalhar para trazer de volta os nossos reféns. O Hamas não continuará no poder em Gaza".

Netanyahu prosseguiu:

"Este é o início do 'day after' do Hamas, e esta é uma oportunidade para vocês, moradores de Gaza, libertarem-se de sua tirania. Nós permitiremos que quaisquer pessoas que abaixem suas armas e devolvam nossos reféns saiam e vivam."

Também afirmou que este é um momento importante na guerra e afirmou ao povo de Israel: 

"Continuaremos a trabalhar com todas as nossas forças para trazer de volta todos os seus entes queridos, que são nossos entes queridos."

Confirmação da morte

Embora a ofensiva tenha ocorrido ontem, a morte do terrorista só foi confirmada na tarde de hoje. 

Sinwar foi submetido a exames de DNA, impressões digitais e análise de arcada dentária para que se concluísse sua identidade de modo inequívoco.

Depois disso, a informação foi confirmada em um comunicado conjunto, emitido pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) e a Agência de Segurança de Israel (ISA).

"Após uma perseguição que durou um ano, Yahya Sinwar, o líder da organização terrorista Hamas, foi neutralizado. A operação ocorreu na quarta-feira,16 de outubro de 2024, na região sul da Faixa de Gaza, conduzida por tropas do Comando Sul das FDI."

O comunicado destaca que Sinwar foi o arquiteto e executor do ataque de 7 de outubro e que propagou ativamente sua ideologia antes e durante o conflito. As autoridades israelenses também o responsabilizam por numerosos assassinatos e sequestros de cidadãos israelenses.

A operação tinha o objetivo de eliminar figuras-chave e, para tanto, procurou a localização do líder terrorista durante um ano. 

Acreditava-se que Sinwar pudesse estar escondido na rede de túneis subterrâneos que a organização terrorista construiu em Gaza.Outra possibilidade é que ele tivesse se cercado de reféns para impedir que uma operação militar pudesse atingi-lo. Ainda havia especulações de que ele se vestisse de mulher para escapar das operações.

“Derrotado, desprezado e fugitivo”

Desde os ataques de 7 de outubro, as autoridades israelenses assumiram o compromisso público de eliminar as lideranças do Hamas e do Hezbollah em Gaza e trazer todos os reféns de volta. As Forças de Defesa Israelenses divulgaram imagens dos momentos finais de Sinwar. De acordo com Avichay Adraee, porta-voz do Exército, as imagens mostram Sinwar em seus momentos finais: “derrotado, desprezado e fugitivo.”

(VÍDEO)

Capturadas por um drone militar, a filmagem revela um interior de prédio em ruínas em Rafah, na Faixa de Gaza. Nele, é possível observar Sinwar acomodado em uma cadeira. No início, o líder terrorista segura um pedaço de madeira e permanece imóvel, apenas observando o drone. Em seguida, ele arremessa o objeto na direção do dispositivo que está no ar. 

Integrantes das Forças de Defesa de Israel (IDF) realizavam uma patrulha no bairro de Tel al-Sultan, ao sul de Gaza, quando avistaram três suspeitos se deslocando rapidamente entre residências. Imediatamente, iniciou-se um confronto. Yahya Sinwar se separou do grupo, buscando refúgio em um dos edifícios, momento em que o drone foi acionado para localizá-lo. 

O líder terrorista foi encontrado usando um colete à prova de balas, portando uma arma de fogo e carregando consigo 40 mil shekels (aproximadamente R$60,5 mil).

Autoridades se manifestaram

Joe Biden afirmou que a morte do terrorista significa que "hoje é um bom dia para Israel, para os Estados Unidos e para o mundo". O presidente afirmou que o caso é uma nova oportunidade para que o Hamas liberte os reféns que mantém desde a invasão:

"O assassinato prova mais uma vez que nenhum terrorista em lugar nenhum do mundo pode escapar da justiça, não importa quanto tempo leve".

O embaixador de Israel na ONU também se manifestou após a confirmação oficial do governo. Danny Danon afirmou que a operação oferecia respostas às perguntas sobre o país seguir no enclave palestino.

"Nenhum terrorista é imune ao longo braço das FDI. Não vamos parar até trazermos para casa todos os reféns e eliminarmos os monstros do Hamas".

Quem era Yahya Sinwar

Yahya Sinwar, era o principal líder do Hamas na Faixa de Gaza. 

Ele nasceu em 1962, no campo de refugiados em Khan Younies. 

Sua liderança era caracterizada pela postura linha-dura contra Israel e oposição ao compartilhamento de poder com a Autoridade Palestina

Contudo, em 2018, surpreendeu ao anunciar na Al Jazeera que o Hamas buscaria uma "resistência pacífica e popular". 

Reeleito em 2021, Sinwar sobreviveu a um ataque aéreo israelense em maio do mesmo ano e desafiou publicamente as autoridades israelenses em uma coletiva de imprensa. Em dezembro de 2020, testou positivo para COVID-19, mas continuou cumprindo suas funções. 

Após o assassinato de Ismail Hanieh, chefe gabinete político morto em julho, em Teerã, tornou-se o líder mais importante do Hamas. 

Detido pela primeira vez em 1982 por “atividades islâmicas”, ou seja, subversivas, a segunda passagem pela prisão ocorreu em 1985, quando conheceu o líder do Hamas, Ahmed Yassin e foi convidado a assumir o serviço de segurança interno do grupo. A milícia perseguia pessoas acusadas de colaborarem com Israel e de realizarem “atividades imorais”, como proprietários de lojas de material pornográfico. 

Em 1989, foi condenado à prisão perpétua por planejar o sequestro e assassinato de quatro  soldados israelenses e palestinos suspeitos de colaboração. 

Durante seu período de encarceramento, Sin War tornou-se fluente em hebraico e, após passar por uma intervenção cirúrgica para extirpar uma neoplasia cerebral, recebeu uma oferta para cooperar com as autoridades israelenses. Imediatamente, declinou. 

Em 2011, Sin War conquistou sua liberdade e retornou a Gaza como uma figura proeminente do Hamas. A ocasião ficou marcada na história da guerra entre Israel e a Palestina como o mais notório intercâmbio de reféns por detentos na história israelense. Mil reféns palestinos foram libertados em troca do soldado Gilad Shalit. 

Seis anos mais tarde, em fevereiro de 2017, foi secretamente eleito o líder do Hamas. Na ocasião, ele já havia sido inserido em uma relação de classificados como terroristas pelos Estados Unidos. 

Sinwar foi designado para liderar o conselho político do Hamas na Faixa de Gaza, assumindo o posto anteriormente ocupado por Ismail Haniyeh, que residia no Catar. 

Ficou conhecido por suas posições intransigentes que incluíam ordens de eliminação de opositores mesmo durante sua prisão. 

Um ano depois, um episódio marcou a relação entre o Hamas e Israel. Sinwar enviou uma mensagem a Benjamin Netanyahu afirmando que o Hamas estava cansado da guerra. 

O colunista do jornal Al-Ayyam afirmou à Bloomberg:

O Hamas e Sinwar enganaram Israel, e fizeram parecer que a guerra não era uma opção para o Hamas. Foi uma campanha sofisticada de desinformação, fazendo com que Israel acreditasse que estavam falando sobre paz, sobre trabalhadores e sobre uma vida econômica para os moradores de Gaza.” 

Ele esteve entre as principais lideranças que articularam o atentado de 7 de outubro, em Israel. 

A operação israelense 

A operação militar israelense em Gaza foi desencadeada após um bombardeio israelense que resultou na morte de 15 pessoas nas proximidades de uma escola, segundo o ministério da Saúde da Faixa de Gaza. 

O dirigente da unidade de emergência local do ministério da Saúde de Gaza confirmou o número de baixas do ataque e informou que dezenas de pessoas foram feridas. 

Israel e o Hamas têm realizado incisivos ataques na região, permeado por investidas aéreas em diversas localidades do território. Posteriormente ao ataque, as autoridades israelenses alegaram que o alvo era um centro de comando gerido conjuntamente pelo Hamas e pela Jihad Islâmica, localizado no interior da instituição de ensino.

O assassinato de Sinwar representa uma vitória significativa para Israel na guerra contra grupos terroristas palestinos. 

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