Durante análise de investigações sobre uma suposta tentativa de golpe em 2022, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF).
Uma delas, atribuída ao general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, ordenava represálias contra comandantes das Forças Armadas que não aderiram ao plano. A mensagem, datada de novembro de 2022, foi extraída de um aplicativo criptografado.
Nela, Braga Netto escreveu:
“Senta o pau no Baptista Júnior [Aeronáutica]. [...] Traidor da pátria, daí para frente. Inferniza a vida dele e da família.”
Após a leitura o Ministro Alexandre de Moraes comentou: “Até a máfia tem um código de conduta, mas aqui se planejou algo além disso, contra a democracia”. Veja o trecho da fala logo abaixo:
A PF aponta que as mensagens integram um esforço coordenado para desestabilizar as instituições após a vitória de Lula em 2022.
Documentos revelam que Braga Netto, aliado de Jair Bolsonaro, teria sugerido ataques a oficiais como Baptista Júnior e Freire Gomes (Exército), que se opuseram ao suposto golpe.
O material foi obtido em busca e apreensão autorizada pelo STF em 2023, com perícia confirmando sua autenticidade.
O inquérito conecta essas ordens à delação de Mauro Cid, que descreveu reuniões na residência de Braga Netto para planejar a trama.
Investigadores destacam que o objetivo era intimidar opositores e forçar uma intervenção militar, plano frustrado pela resistência dos comandantes.
A defesa de Braga Netto, liderada pelo advogado Roberto Podval, negou que as mensagens configurem crime:
“São desabafos de um militar frustrado, não ordens efetivas. Não há prova de ação concreta.”
O STF deve avançar na análise da denúncia contra Braga Netto e outros 33 investigados, incluindo Bolsonaro, marcando um ponto crucial no caso, que pode levar a indiciamentos por crimes contra o Estado Democrático de Direito.
A Primeira Turma do STF decidirá os próximos passos nos meses seguintes.
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