Ícone do jornalismo brasileiro, Merval Pereira surpreendeu a audiência na semana passada durante sua participação no Central Globo News. Ele fez críticas incisivas ao governo do PT, e deixou os colegas sem graça ao mencionar os escândalos de corrupção dos governos anteriores do PT. Além disso, Merval disse que o partido utiliza a máquina pública em proveito próprio e teceu duras críticas ao MST, classificando-o como um grupo de extrema esquerda.
“Precisamos ter cuidado para não esquecer o passado. A corrupção que foi feita no passado pelo PT distorce a democracia completamente."
O jornalista foi a fundo e associou os escândalos à deturpação da ideia de democracia:
“ [...] O “Petrolão” foi uma vergonha. O uso da máquina pública para a corrupção distorce a democracia, então, a esquerda não usa a tecnologia porque “bobeou”.
Neste momento, foi interrompido por Natuza Nery:
"Mas você não acha que faria exatamente igual só que ´com sinal trocado?”
Disse ainda que existe extrema esquerda no Brasil e identificou suas táticas de atuação:
“Não sei se não faria. A extrema esquerda. A gente acha que não existe extrema esquerda. O MST era o quê? O Boulos era o que até voltar para o centro para se eleger. Eram de extrema esquerda.”
Merval também criticou as táticas do movimento:
“O MST tem acampamentos que dão aulas de Marxismo, a gente não pode esquecer essas coisas…”
Ao que Flávia Oliveira o interrompeu, questionando:
“Mas isso não é crime…”
“Não. Mas a ideia do MST é esquerda radical, radicalizada, que invade a propriedade privada…”, respondeu.
Entre os livros escritos por Merval, há “Mensalão: o dia a dia do mais importante julgamento da história política do Brasil”, que trata do primeiro escândalo político de grande repercussão do PT.
Ao longo de sua carreira, Pereira tem sido crítico a diversos governantes. Em 22 de dezembro de 2022, chegou a afirmar que o governo Bolsonaro foi uma regressão democrática. Em live com o historiador Marco Antônio Villa, afirmou que Bolsonaro pretendia prosseguir com o autogolpe de Estado.
Em um texto publicado no jornal O Globo em 24 de novembro, disse que há fronteiras entre a direita democrática e o bolsonarismo radical.
Em 2017, publicou um texto com severas críticas ao presidente Temer. Ao comentar os crimes descritos em áudios entre Temer, Joesley Batista, executivo do antigo grupo JBS, e o ex-governador de Minas, Aécio Neves, chegou a pontuar:
“Temer parece ter perdido a noção do que é certo e do que é errado”.
Não foram apenas políticos alinhados ao centro e à direita que foram criticados por Merval. Em março de 2023, em texto no jornal O Globo, criticou a postura de Lula em relação ao senador Sergio Moro e sua intenção de indicar Cristiano Zanin, então seu advogado particular, a cargo no STF:
“Lula quer “fo***” Moro. E quer nomear para o Supremo Tribunal Federal (STF) seu advogado privado, que conseguiu tornar suspeito o juiz que o condenou. Vive assombrado pelo passado, que tem mais peso para ele no momento que o futuro.”
Na ocasião, a própria imprensa, da qual ele é um representante, não foi poupada:
“É risível o malabarismo que a imprensa petista vem fazendo para tentar explicar a fala irresponsável dele sugerindo uma armação da Polícia Federal para favorecer o senador Sergio Moro no inquérito que investiga a trama de uma facção criminosa contra funcionários do Judiciário brasileiro.”
Merval foi um dos primeiros jornalistas a denunciarem a atuação do foro de São Paulo no Brasil na década de 1990, junto com Olavo de Carvalho.
Pereira é um renomado jornalista, comentarista da GloboNews e da CBN, e colunista do jornal O Globo, onde iniciou sua carreira em 1968 como estagiário de reportagem.
Ao longo dos anos, ocupou posições de destaque, incluindo diretor de redação e diretor executivo do Infoglobo. Atuou também como Diretor de Jornalismo de Mídia Impressa e Rádio das Organizações Globo.
Destaca-se por sua participação no Conselho Editorial das Organizações Globo e seu papel como líder de mídia do World Economic Forum. Além disso, integra o Board of Visitors da John S. Knight Fellowships da Universidade Stanford, onde realizou um curso de especialização em política internacional.
Recebeu o prestigiado prêmio de jornalismo Maria Moors Cabot da Universidade de Columbia em 2009. Ele também é vencedor do Prêmio Esso em 1979 por uma série de reportagens e foi finalista em 2000. Atuou como editor em várias importantes publicações brasileiras, incluindo a revista Veja e o Jornal do Brasil, acumulando diversos prêmios Abril.
Sua carreira internacional inclui períodos de pesquisa na Universidade de Columbia e na Universidade Stanford, além de um curso de gestão de empresas no Insead, França.
O jornalista também ocupa a cadeira de número 31 da Academia Brasileira de Letras.
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