Mesmo com protestos nas ruas e provas concretas de que as eleições do ano passado foram fraudadas, o ditador venezuelano iniciou mais um mandato.
A cerimônia confirma Maduro à frente do regime chavista pelos próximos seis anos. As próximas eleições forais só deverão acontecer em 2031.
O governo convocou seus simpatizantes para participarem de atos públicos de apoio ao regime.
No dia anterior a oposição tinha organizado grandes protestos contra a posse, considerada fraudulenta.
A reação do regime foi agressiva, o ativista alfredo Romero publicou no X que 49 manifestantes foram presos:
Um dos principais nomes da oposição, María Corina Machado, chegou a ser detida pela polícia bolivariana enquanto saía de uma manifestação, mas foi liberada logo após gravar alguns vídeos.
Com a mão sobre a constituição, Maduro jurou “pela história” e “por sua vida” que os próximos seis anos serão de “paz, prosperidade, igualdade e nova democracia”.
As falas vão na contramão das práticas de seu governo. A taxa da população que vivia na extrema pobreza subiu de 11% em 2013, quando Maduro assumiu pela primeira vez, para 68% em 2023.
O PIB também despencou de US$258,93 bilhões para US$97,12 bilhões no mesmo período.
A desigualdade aumentou. O índice Gini, usado para medir o fator, era de 0,39 quando o ditador chegou ao poder e atingiu 0,6 em 2022.
Em termos de democracia, a situação também piorou. O regime tem respondido aos protestos populares por democracia com repressão.
A organização de defesa dos direitos humanos Foro Penal calcula que o governo Maduro tenha prendido 18.128 pessoas por motivos políticos desde 2014. Atualmente cerca de 1.794 pessoas estariam nessa situação.
Após a posse de Maduro, os EUA anunciaram sanções contra oito novos funcionários do governo venezuelano e aumentaram a recompensa por Maduro para R$152 milhões.
O Reino Unido anunciou sanções contra 15 pessoas ligadas à alta cúpula do governo Maduro por violações contra os direitos humanos. O Canadá também vai sancionar 14 funcionários do regime.
O governo Israelense anunciou que reconhece Edmundo Gonzalez como presidente do país.
Em uma postagem no X, o Ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Sa'ar escreveu em espanhol:
"Hoje, 10 de janeiro Edmundo González Urrutia deveria tomar posse como presidente eleito da Venezuela, pois ele venceu as eleições presidenciais por ampla maioria"
A oposição afirma ter conseguido reunir atas eleitorais suficientes para afirmar que González ganhou a eleição do ano passado com quase 70% dos votos.
Os governos da Guatemala, Peru e Paraguai emitiram notas de repúdio à posse de Maduro e declaram Edmundo Gonzalez como presidente legítimo do país.
No Brasil, o governo Lula evita acusar Maduro de ter fraudado a eleição, apesar de não reconhecer formalmente a vitória do ditador.
Apesar disso, a embaixadora brasileira no país, Gilvânia Maria de Oliveira, compareceu à posse.
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