Kamala Harris, neste momento, é o principal nome para substituir Joe Biden na corrida presidencial nos EUA.
Sua nomeação tem ganhado cada vez mais força, à medida que os principais nomes e a maioria dos delegados do Partido Democrata tem declarado publicamente apoio a sua candidatura.
A possibilidade crescente de Kamala conseguir se consolidar na campanha presidencial de 2024 tem despertado curiosidade sobre sua visão de mundo e sobre sua trajetória.
A vice-presidente se destaca por ter uma postura mais alinhada às alas mais progressistas do Partido Democrata.
Kamala tem se posicionado favoravelmente à legalização do aborto como uma lei federal, acreditando no retorno da interpretação anterior e querendo o fim do direito de escolha por cada estado da federação.
Durante a campanha de 2020, Harris se tornou porta-voz da agenda abortista, já que Biden se apresentava como um católico não tão favorável ao tema.
A associação de Harris com a pauta é tão forte, que a democrata foi a primeira vice-presidente a visitar uma clínica de aborto, o fato ocorreu no estado de Minnesota.
A democrata também tem realizado diversas declarações em favor da legalização da maconha, comentando em um podcast que ela mesma já teria feito uso da erva durante os tempos de universitária.
Durante os anos em que chefiou a procuradoria do estado da Califórnia, mais de 1.900 pessoas foram condenadas pelo uso da substância.
No período, a jurista não declarou apoio e nem buscou implementar medidas reformistas sobre a pauta, seguindo as determinações da política de tolerância zero que vigorava na década de 1990.
Apesar disso, a vice-presidente recentemente tem buscado se consolidar como defensora da pauta, criticando o suposto “viés racial” da guerra às drogas e dando apoio a medidas que favoreceram a legalização.
Na questão migratória, que é um dos pontos mais importantes da campanha republicana, Kamala tem um posicionamento muito distinto de Trump.
Durante a gestão Biden, a vice foi responsável por cuidar da fronteira sul, recebendo da oposição o apelido de “Tsar da fronteira”.
Em um primeiro instante, Harris parecia tomar medidas mais rigorosas, fazendo declarações em que pedia para que os imigrantes não fossem ao país.
As declarações, no entanto, não foram complementadas por políticas de contenção, mas sim por ações de financiamento para que os países de origem conseguissem se estabelecer e assim os refugiados não precisassem fugir.
O resultado, porém, não foi o esperado e o fluxo migratório pela fronteira sul tem atingido níveis recordes, sendo um dos principais focos da campanha republicana.
Em termos de política externa, caso eleita, Kamala não deve diferir muito do atual presidente.
A vice tem declarado apoio ao direito de autodefesa do Estado de Israel e afirma que o país tem o direito de eliminar o grupo jihadista Hamas para garantir sua segurança.
Harris, no entanto, também tem afirmado que acredita na necessidade de proteger os civis palestinos, algo muito próximo do discurso do atual presidente americano.
O apoio financeiro e militar à Ucrânia e à OTAN em meio à guerra no leste europeu tem sido fortemente defendidos por Kamala.
Em relação à China, a política de Biden, que buscava conter a influência chinesa, também deve ser preservada.
Em 2020, a democrata fez fortes críticas ao governo Trump, afirmando que o republicano havia perdido a guerra comercial contra a China.
As medidas de Trump, no entanto, foram mantidas ao longo do governo Biden e não devem sofrer grandes alterações caso uma gestão de Harris se torne realidade.
Outras pautas que tem mobilizado as principais organizações internacionais são a mudança climática e a proteção ambiental.
Nesse sentido, a democrata também parece ser próxima do mandatário atual, defendendo a continuidade de políticas como o “Green New Deal”.
O pacote de medidas prevê mais de US$10 trilhão em investimentos na área de economia verde.
A visão de mundo e retórica trazidos nesta eleição podem parecer contrastantes com a história e carreira da procuradora.
Saiba mais sobre a trajetória de Kamala Harris.
Kamala Harris nasceu na cidade de Oakland, no estado da Califórnia, em um bairro afro-americano, no ano de 1964.
Sua mãe, Shyamala Gopalan, era a filha de um diplomata indiano e dedicou a carreira aos estudos sobre câncer.
O pai, Donald Harris, foi um professor nascido na Jamaica que lecionou economia na Universidade de Stanford.
Os dois se conheceram enquanto faziam suas graduações na University of California, Berkeley, e se aproximaram por conta do interesse em política e participação em protestos por direitos civis e contra a guerra no Vietnã.
Os pais da vice-presidente se divorciaram quando ela tinha apenas sete anos. Cinco anos depois, Kamala se mudou com sua mãe para a cidade de Montreal no Canadá, onde completou o ensino médio.
Harris voltou ao seu país de origem para ingressar na Howard University, em Washington DC, onde iniciou um bacharelado de ciências políticas e econômicas.
Terminado o curso, a política estudou direito na University of California, Hastings College of the Law, onde se graduou em direito no ano de 1989. Sendo admitida na Ordem dos Advogados da Califórnia apenas um ano depois.
A carreira como promotora adjunta se iniciou em Oakland, no condado de Alameda e rapidamente ascendeu.
Em 1998, Harris já ocupava o cargo de diretora jurídica da Unidade de Crimes de Carreira no Gabinete do Procurador Distrital de São Francisco.
Em dois anos foi nomeada chefe da Divisão de Comunidade e Vizinhança, nesse período foi responsável por estabelecer o primeiro Departamento de Justiça Infantil do estado.
Harris derrotou o titular, Terence Hallinan, seu ex-chefe, e se tornou a promotora pública de São Francisco em 2003.
A advogada entrou com uma promessa de não buscar a pena de morte para seus réus, o que levantou criticas após o julgamento de um membro de gangue condenado pelo assassinato do policial Isaac Espinoza, em 2004.
Foi nesse período que a promotora lançou a iniciativa "Back on Track", que oferece treinamento profissional e outros programas educacionais para condenados por crimes menores.
Em novembro de 2010, Harris continuou sua ascensão política ao derrotar por pouco o promotor público do condado de Los Angeles, Steve Cooley, e se tornando a primeira mulher a ocupar o cargo de procuradora-geral da Califórnia.
Sua gestão foi marcada por uma variação entre posições progressistas, como as restrições à pena de morte, e o apoio às políticas de “linha-dura”, dificultando a discução sobre perfilamento racial e medidas que promovem o encarceiramento.
Harris ficou muito conhecida após se recusar a defender a Proposta 8 diante da Suprema Corte da Califórnia. A lei impediria a união entre pessoas do mesmo sexo no estado. O posicionamento de Harris ajudou na manutenção do direito.
Kamala se casou em 2014 com o atual marido Douglas Emhoff, que é o pai de duas crianças de outro relacionamento.
Em 2016 a promotora foi eleita como senadora pela Califórnia, se consolidando como uma ferrenha crítica a Donald Trump no parlamento.
Kamala durante interrogatório em CPI-2020/Washington Post
O posicionamento sobre a questão migratória no país e os questionamentos agressivos contra Brett Kavanaugh, indicado do republicano para a Suprema Corte, consolidaram seu nome dentro do Partido Democrata.
O destaque que Harris ganhou no senado a levou a concorrer para a presidência em 2020. O baixo desempenho da vice nos debates da primária do partido a levou a desistir.
Em uma tentativa de se aproximar da base mais à esquerda e dos eleitores negros, Biden optou por Kamala Harris, uma mulher negra de ascendência asiática, como sua vice-presidente.
Um fator que também foi decisivo para a escolha do presidente foi a amizade entre Kamala e o filho de Biden, Beau, que faleceu em 2015.
Ambos se conheceram enquanto trabalhavam como procuradores gerais, ela na Califórnia e ele no estado de Delaware.
Relato sobre Beau Biden feito após indicação como Vice -2020/WCNC
Após a vitória democrata em 2020, Kamala foi escolhida para resolver os problemas com a imigração na fronteira sul do país.
A vice lançou um programa para tentar consertar os países de onde vem os refugiados, ao invés de implementar políticas de contenção, como fez Trump.
O resultado não foi o esperado e a crise de fronteira se tornou ainda mais grave, ocupando um ponto chave no discurso do Partido Republicano.
Depois do ocorrido, Harris não apresentou uma participação marcante no governo, executando seu papel sem receber destaque.
A desistência do presidente de concorrer nas eleições ao final do ano veio acompanhada de uma indicação para que a vice assuma seu lugar como candidata do Partido Democrata.
A escolha de Biden recebeu o apoio do casal Bill e Hillary Clinton e das figuras mais importantes do Partido, incluindo os governadores Gretchen Whitmer, JB Pritzker e Gavin Newsom, principais nomes que poderiam estar em seu lugar.
O cenário político americano aponta para Kamala Harris como a próxima opositora de Donald Trump nas eleições de 2024.
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