Os dias de Ives Gandra Martins costumam começar com uma missa. A partir de então, ele se divide entre uma agenda de compromissos em algumas das principais instituições do Brasil, como a Federação Comercial (Fecomércio), da qual é presidente, do Conselho Superior de Direito, e os compromissos em seu escritório de advocacia localizado há anos na mesma Alameda Jaú, em São Paulo.
Lá é ponto de encontro de algumas das mais importantes mentes do direito e política brasileiros. É também lá que ele grava seu programa “Anatomia do Poder”, na Rede Vida. Na atração, ele entrevista personalidades importantes para explicar ao público os impactos do poder na sociedade.
O jurista também trabalhou esse tema em curso oferecido pelo núcleo de formação da Brasil Paralelo. Clique aqui e saiba mais.
É com os efeitos e as consequências do poder que o jurista lidou diariamente nas últimas sete décadas. Um dos mais respeitados juristas brasileiros, sua imagem é quase associada a do direito do país.
Ao completar 90 anos neste dia 12 de fevereiro, o consultor jurídico da Assembleia Constituinte de 1988, reafirma seu compromisso com a Constituição, os direitos e a liberdade individual de cada brasileiro.
Analisa-os também à luz do atual cenário econômico, político e social que o país enfrenta.
Democrata convicto, acredita que a democracia seja feita a partir da vontade de quem vota. Ao longo da carreira, também defendeu que o principal mérito da Constituição de 1988 foi separar os Três Poderes da República, equilibrando-os.
Inicialmente reconhecido pela atuação no Direito Tributário e Constitucional, tornou-se um dos mais influentes articulistas sobre direito e política.
Ao longo dos anos, contribuiu com os mais importantes veículos de mídia, comentando temas como segurança jurídica, reformas tributárias, liberdade de expressão e outras questões cruciais para a população.
Detentor de mais de 40 títulos acadêmicos e professor de universidades nacionais e internacionais, escreveu 87 livros individuais.
Em entrevista concedida por ocasião do aniversário, Gandra afirma não possuir arrependimentos na carreira jurídica:
“Como professor, sempre mantive minhas convicções”, afirmou. “Na vida política, decidiu sair em meados da década de 1960, após um partido parlamentarista do qual foi presidente, ter sido extinto: “escrevi uma carta ao senador Mem de Sá, que veio a ser ministro de Justiça de Castelo Branco: nunca mais farei política na vida. Pois bem, nunca mais quis fazer política e me sinto extremamente feliz.”
Na vida pessoal, cita um: “ter se (re) convertido tardiamente”. Ele conta que fez a primeira comunhão quando bebê. No entanto, até 1961 se manteve distante da fé católica. Seu pai era teósofo, ou seja, acreditava que a sabedoria divina pode ser encontrada na busca pela verdade.
Ele costumava segui-lo e deixou a fé.
Após permanecer um período na França, estudando perfumaria, aos 18 anos, retornou ao Brasil e naquele mesmo ano conheceu Ruth. Logo, formou família. Ela era católica:
“Quando minha filha [Ângela] nasceu, eu disse: quero que seja igual a minha mulher. Mas como vou dar o exemplo se eu não for, se não tiver a fé da minha mulher? Daí pedi para ela ir me ensinando os rudimentos da fé católica. Voltei e foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida.”
O jurista foi um dos primeiros brasileiros renomados a caminhar na Opus Dei, da qual é uma das vozes mais influentes na atualidade.
Ao relembrar alguns dos momentos mais importantes de sua vida, citou o nascimento da filha, Ângela, e o casamento de 62 anos (e o namoro de 5) a esposa:
“Todo mundo sabia o amor que eu tinha pela minha mulher. Faz muita falta”, disse, emocionado.
Com dona Ruth Vidal Gandra Martins teve quatro filhos.
Advogado desde 1958 pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP) e um dos principais especialistas brasileiros em Direito Tributário e Ciências das Finanças, é também doutor pela Universidade Mackenzie, onde atua como professor emérito.
Atua também como presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomércio de São Paulo e das escolas de Comando do Estado Maior do Exército brasileiro. Foi também professor da Academia Paulista de Letras e do Instituto dos Advogados de São Paulo.
Membro de 36 Academias, incluindo a Academia Brasileira de Filosofia, prestou consultoria legislativa em momentos importantes da história brasileira, como durante os Planos Collor e os processos de impeachment de Collor e Dilma Rousseff.
Ao longo dos anos, posicionou-se a favor da separação entre os Três Poderes da República e a de que o Congresso possa tomar decisões sobre pautas-chave, como o marco temporal, o aborto, e a regulamentação de drogas, internet, marco temporal indígena e até mesmo aborto, com exclusividade.
Ao avaliar seu legado, o doutor Ives Gandra Martins defende a associação entre crescimento pessoal, profissional e espiritual. Acredita ter vivido uma trajetória que fomentou o valor da Justiça e a ética na operação do direito entre seus alunos.
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