O Brasil vivencia um dos períodos mais críticos no combate às queimadas. À medida que os dias passam, focos de incêndio continuam a se alastrar rapidamente por diversos estados.
A situação é agravada por fatores climáticos extremos e ações criminosas, que têm elevado as estatísticas de incêndios florestais e desencadeado uma crise de saúde pública e ambiental.
Nos últimos dias, o país registrou um aumento alarmante no número de focos de incêndio, especialmente em regiões como a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal. Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que o Brasil concentrou quase 72% das queimadas ocorridas em toda a América do Sul.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reconheceu publicamente que os esforços governamentais ainda não são suficientes para conter a devastação. A ministra enfatiza que o ministério tem trabalhado intensamente para solucionar o problema.
Segundo a ministra, o governo federal tem mobilizado recursos para tentar controlar os incêndios. Helicópteros, caminhões de combate a incêndio e centenas de militares foram enviados para as áreas mais afetadas.
Na última quarta-feira, 11 de setembro, a pasta comandada por Marina Silva enviou um ofício ao Ministério da Defesa pedindo reforço de aeronaves. Entretanto, durante solenidade na última sexta-feira, 13 de setembro, no comando do Exército, o comandante da Força, general Tomás Paiva, afirmou que o órgão já havia disponibilizado todos os helicópteros e aviões disponíveis.
No entanto, até o momento o controle completo das queimadas permanece fora de alcance, exacerbado pela seca prolongada e pelas altas temperaturas.
A ação criminosa também tem sido uma preocupação crescente. Em estados como São Paulo, onde o número de focos ativos é elevado, mais de 20 pessoas foram presas este ano por provocarem incêndios intencionais.
As autoridades afirmam que,o governo está estudando o aumento das penas para os responsáveis por esse tipo de crime ambiental, como a perda do direito de uso de terras incendiadas de forma proposital. Também passará a implementar multas pesadas em quem cometer este tipo de crime.
As queimadas não afetam apenas o meio ambiente, mas também a saúde de milhões de brasileiros. Cidades cobertas por fumaça tóxica vêm registrando aumentos de casos de doenças respiratórias, especialmente em crianças e idosos.
O Ministério da Saúde tem emitido orientações para que a população evite atividades ao ar livre e aumente a ingestão de água, enquanto equipes de saúde pública são mobilizadas para dar suporte nas áreas mais afetadas.
Uma das regiões mais atingidas, São Paulo, viu sua qualidade do ar despencar para um dos piores níveis do mundo durante a última semana. As partículas de fumaça e poluentes, resultantes das queimadas, reduziram drasticamente a visibilidade local.
Também colocaram em risco a saúde dos habitantes da metrópole, que têm adotado medidas emergenciais para mitigar o impacto.
O governo federal afirma que tem contado com a ajuda de especialistas para desenvolver estratégias de enfrentamento às mudanças climátias. Enquanto isso, a Polícia Federal investiga indícios de incêndios provocados por organizações criminosas.
A ministra Marina Silva afirmou que a crise que se configura ocorre em virtude da ação humana: "Estamos vivendo um terrorismo climático, com pessoas usando as altas temperaturas e a baixa umidade para atear fogo, prejudicando a saúde das pessoas, a biodiversidade e destruindo as florestas".
Na mesma linha, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) reforçou as palavras de Marina:
"A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, denunciou o `terrorismo climático` por trás dos incêndios criminosos que queimam nossos biomas e causam danos à saúde das pessoas. Marina comparou a ação deliberada, em quase todo o território brasileiro, aos ataques terroristas de 08 de Janeiro de 2023 em Brasília. A Polícia Federal está investigando e vai descobrir quem está por trás do fogo - e quais suas intenções. O Brasil não vai se render ao crime e ao golpismo, que agora usam uma seca histórica e a crise climática como armas."
Em contrapartida, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) fez duras críticas ao que considera omissão e falta de ação por parte do governo:
"O Brasil enfrenta recorde de focos de incêndio, e o que vemos? Um silêncio sepulcral. Os mesmos artistas e ONGs que se reuniam para atacar Bolsonaro por uma faísca, hoje permanecem calados e omissos. Um boicote contra o Brasil, contra os brasileiros. E a ministra Marina Silva? Nada de solução. Apenas desvia a irresponsabilidade e incompetência do Governo Lula culpando mudanças climáticas e secas."
O que diz o Agro.
Há medida que o Brasil arde em chamas, cresce também uma narrativa que associa as queimadas ao agronegócio brasileiro. Marcelo Leite, jornalista especializado em ciência em ambiente, afirmou em sua coluna na Folha de São Paulo que:
“O protótipo do homem do campo é um pecuarista useiro em queimar o pasto para se livrar de pragas. Subestimam o risco decorrente do clima seco e dos ventos quentes, depois não conseguem manejar o fogo.”
Menciona também os incêndios criminosos:
“Isso quando as queimadas não são mera atividade criminosa, como no caso da queima de troncos e galhos resultantes de desmatamento ilegal. Não adianta proibi-las; governos mal conseguem fiscalizar o corte raso e sofrem ainda mais para monitorar o fogo.”
O setor afirma que acusação é injusta. O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), criticou aqueles que associam o setor aos incêndios.
"O setor agropecuário é constantemente acusado, sem provas, de ser o responsável pelos incêndios que afetam o Brasil. É um discurso falacioso que ignora o papel vital do agro na economia e no desenvolvimento do país. Os produtores rurais são os maiores interessados em preservar o meio ambiente, pois dependem diretamente da terra para sustentar suas famílias e garantir o abastecimento de milhões de brasileiros. Culpar o agro é desviar o foco das verdadeiras causas, como a falta de políticas públicas eficientes e o abandono das ações de prevenção por parte do governo federal", declarou Nogueira.
O cenário de 2024 evidencia a crescente complexidade das queimadas no Brasil, alimentadas tanto por condições naturais adversas quanto pela ação humana. Enquanto isso, a expectativa recai sobre o desenvolvimento de políticas mais eficazes e o aperfeiçoamento da resposta imediata para evitar que o país continue a figurar entre os mais afetados pelo fogo no continente sul-americano.
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