A estreia dessa semana é o filme Homens e Deuses (2010) do diretor Xavier Beauvois.
Homens e Deuses é um filme francês que conta a história real de sete monges trapistas franceses, missionários em um mosteiro na Argélia.
Os trapistas são monges beneditinos cenobitas, ou seja, que vivem em comunidades isoladas. Trapista é um termo oriundo da Abadia de La Trappe que foi o primeiro mosteiro da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, hoje conhecidos como Monges Trapistas.
Beauvois usa de diversos artifícios da linguagem cinematográfica que resultam em uma profunda experiência de imersão na vida monástica, levando a vivenciar o silêncio contemplativo, a oração, a vida simples e a liturgia católica.
No trabalho de pesquisa para o roteiro, o diretor Xavier Beauvois passou seis dias morando na Abadia de Tamié em Savoie, França. Assim que o elenco foi selecionado e aprovado, também passaram dias imersos na Abadia de Tamié, observando o clima monástico e as atividades dos monges.
O filme explora o aspecto contemplativo monástico em longos planos sequência, em constantes minutos sem diálogo e em trechos de cantos e orações litúrgicas reais da ordem dos Trapistas.
É importante observar a importância do cenário geográfico que o filme expõe. O mosteiro católico francês está na Argélia, local predominantemente Islãmico, que vive um conflito constante causado pelos grupos islâmicos radicais.
Desde o início do filme, é possível ver o perigo constante à vida dos personagens principais. Diversos estrangeiros, e também moradores locais, são mortos brutalmente pelos grupos islâmicos. É apenas uma questão de tempo para os monges serem capturados e mortos.
Mesmo nesse cenário antagônico, vemos como a vida do cidadão comum absorve muito bem as disparidades ideológicas, com os monges participando de celebrações islâmicas e com os muçulmanos pedindo para os monges não irem embora.
Os próprios monges já se veem como parte integrante da comunidade, não vendo a possibilidade de partirem e deixarem seus atuais compatriotas na desesperança e fragilidade perante os conflitos locais.
Assim, diante da dicotomia entre o perigo iminente da morte e a honra dos votos missionários que prestaram, é descortinado as individualidades de cada monge, seus questionamentos sobre a fé, suas fraquezas, suas coragens e a forma como encaram a morte.
Em sua leitura mais profunda, o filme apresenta a perspectiva cristã da morte e do martírio pascal, que é entregar a vida pela verdade da fé em Cristo.
O filme Deuses e Homens foi vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes e escolhido da França para disputar um lugar no Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011.
Deuses e Homens estreia na próxima quinta-feira, dia 16 de junho, acompanhado de vídeo-análise e podcast exclusivos para os assinantes. Não perca essa estreia e assine a BP Select agora.
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